Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Chris não deveria estar abraçando-a, nem sentir-se tão afortunado por mergulhar o nariz nas longas madeixas ou acariciar a pele macia do braço delicado. Quando Chris relaxou contra seu corpo, invadiu-o uma sensação de alegria que de longe suplantava o desejo que pulsava e exigia-lhe uma resposta. Era quase tão prazeroso quanto seduzi-la deveria ser. Quase…

Chris pagava o alto preço da fama e se via amargurado pela vontade de mudar os fatos. Dulce poderia ter qualquer profissão, mas tinha a que mais lhe oferecia perigo.

Distraiu-se em longas divagações e, por fim, deu-se por satisfeito. Encontrara um plano razoável e não via a hora de o expor a Dulce. Daria-lhe algum tempo para tomar uma decisão, é claro.

Estava eufórico. Não era homem de hesitar diante de uma boa oportunidade para a solução de seus problemas, mas não tinha intenção de pressioná-la.

— Não respondi totalmente à sua pergunta, Dulce.

— Pergunta?

— Acerca do motivo de eu ter lido aquele jornal.

Pronto! Já se comprometera. Não dava mais para retroceder. Tudo o que lhe restava fazer era convencê-la.

— Você disse que estava verificando o que diziam a respeito de sua prima.

— Sim, mas dei-lhe a impressão de que me preocupava apenas com o bem-estar dela.

— E não era isso?

— Sim, mas tive uma razão mais egoísta para ter ficado aborrecido com o caso amoroso de uma parente. Estou nos Estados Unidos para um empreendimento financeiro. Gostaríamos de reduzir a dependência de Uckermann em relação ao turismo, a partir do início do século vinte e um.

— E o que isso tem a ver com sua prima?

— Anahí ia me ajudar. Digamos que teria uma influência importante nesse processo.

— De que forma?

— Se eu viajasse com uma noiva, ficaria livre do assédio feminino que me persegue aonde quer que eu vá.

— Quer que as pessoas acreditem que está compromissado, assim não será perturbado por pretendentes e terá mais tempo livre para os negócios?

— Era o plano, antes que Alfonso arrebatasse o coração de Anahí.

Dulce riu, relaxando ainda mais no aconchego dos braços fortes.

— E por que não escolhe qualquer outra pessoa interessada em substituí-la?

— Princesas potenciais estão em falta, ainda mais as dispostas a não levar a trama muito a sério.

— Está me dando uma manchete e tanto.

Era hora de explicar sua estratégia, decidiu, tenso.

— Já pensou em fazer algo diferente de escrever, Dulce? Como ser atriz, por exemplo?

Dulce se desvencilhou do abraço, pôs-se de joelhos e tentou ler a expressão da face dele na penumbra.

— Por acaso está me pedindo…

— Se me ajudar nisso, eu a recompensarei à altura pelo tempo despendido. Será uma viagem curta.

— Nunca imaginei me fingir de noiva de alguém, e muito menos por dinheiro.

— Não me interprete mal. Sua única tarefa seria a de aparecer a meu lado em público. Eu jamais lhe proporia… quero dizer, bem… Sua virtude estará intacta comigo.

— Oh! Essa frase cairia melhor nos lábios de meu avô. Mas entendi o que quis dizer.

— Gostaria que soubesse que esta proposta é comercial. Se não estiver interessada no dinheiro…

— Aceito.

— Mas acabou de dizer…

— Não o farei por dinheiro. Quero uma entrevista exclusiva com você, uma que eu tenha muito orgulho de escrever. Nada de tolices ou rumores infundados.