Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

— Papai gostaria de manter uma rede internacional de contatos com garotas solteiras para ver se consegue me ver casado.

Dulce tomou um gole, sem fazer comentários sobre estarem bebendo antes do almoço. Tudo o que ela dizia o interessava, porque nunca limitava-se ao óbvio. Chris a cada hora ansiava por momentos a sós com sua pretensa noiva. Pensou nas cabeças ocas que já teriam estragado o passeio durante o trajeto ao falar sem parar sobre futilidades. Quanta diferença!

— Na verdade, admiro minha mãe — Dulce confessou. — Quando papai nos abandonou… Já lhe mencionei que ainda nem conheço sua quarta esposa? Bem, na ocasião, mamãe enfrentou uma queda brusca no padrão de vida a que estava acostumada. Nada de passeios e atividades filantrópicas. Tudo o que lhe restou foi meu irmão, eu e seu diploma de história da arte. O único emprego que tivera fora de coordenadora em um acampamento infantil.

— Seu pai os sustentou, não?

— Sim, mas a ajuda era pouca. Mamãe, entretanto, foi à luta e teve grande sucesso dando aulas de etiqueta para a classe média.

— Deve ser uma pessoa maravilhosa. Mamãe teria adorado conhecê-la.

— Li a respeito do acidente. Sinto muito. Sua mãe era muito benquista e considerada uma mulher excepcional.

— E era mesmo.

A limusine deixou a área de tráfego mais intenso e passou a andar mais devagar, de acordo com as instruções de Chris. O telefone voltou a tocar. Eddy disse que a imprensa não fora despistada e ainda os estava seguindo.

Dulce recusou uma segunda dose de bebida. Queria estar sóbria. Aquele estava sendo o melhor encontro amoroso que já tivera: champanhe, limusine e um homem cortês, com olhar muito sensual. Uma pena tudo ser falso…

Seria talvez "como Cinderela, que às doze badaladas vira seu sonho se transformar em farrapos e uma enorme abóbora surgir no lugar da carruagem".

Melhor aproveitar cada momento, mas estar atenta.

Em algum instante, no decorrer da viagem, a distância entre seus corpos desapareceu. Dulce sentia os quadris másculos tocando os seus. O perfume da loção após a barba a embriagava e a levava de volta ao momento do beijo que recebera em frente à mansão.

Se estar noiva de Chris significava um ocasional tocar de lábios, ainda assim se sentiria satisfeita, porque nunca experimentara nada igual.

Teriam os europeus um jeito especial de beijar ou apenas príncipes eram abençoados com tal dádiva?

Aquele carinho, entretanto, havia sido uma mera representação para que a imprensa desse credibilidade a seu namoro. Então, como seria ser beijada de verdade por aquele homem?

Ainda estava imersa em tais pensamentos quando o automóvel entrou em uma das regiões litorâneas consideradas área de segurança nacional. Passaram por um portão após se identificarem a um policial.

— Como repórteres e fotógrafos passam pela segurança?

— Não passam. Mas estacionam a um quilômetro de distância e caminham pela praia através de montanhas. Se não caírem no mar ou quebrarem suas câmeras, serão capazes de nos fotografar. Por isso, acho melhor que você use a parte de cima de seu biquíni.

— É claro que usarei!

— Eu me esqueci. Americanos ainda são pudicos a respeito de coisas assim. Se estivéssemos fazendo passeio semelhante na Europa, você faria topless.