Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Guiada por seu forte instinto de sobrevivência, encontrou uma área pública com um telefone atrás do balcão.

Não trouxera cartão, e Pablo acharia que uma chamada a cobrar só se justificaria se fosse mesmo importante.

— O que está acontecendo? — indagou Pablo assim que aceitou a chamada.

— Estou noiva.

— Parabéns.

— Não leve a sério. É apenas um arranjo comercial.

— Já sei disso. Disse-me diversas vezes.

Para alívio de Dulce, ele nada mencionou acerca de estar pagando pela ligação.

— Então, o que há de novo?

— Apenas estou mantendo você informado. Poderia me fazer um pequeno favor? Gostaria de tirar uma semana de férias a partir de agora.

— Por quê?

Dulce não sabia. Apenas não achava certo estar trabalhando para a revista… e para Christopher.

Tinha de encarar os fatos. O mágico interlúdio era uma charada. Dulce acalentava a vaga esperança de que, se fizesse as coisas a seu ritmo, sentir-se-ia mais confortável.

— Não terei tempo para escrever nada, Lyle. Apenas me parece justo.

— Está bem.

— Eu lhe telefonarei após minhas férias.

Até Dulce deixar a mesa, Chris estava vivendo momentos maravilhosos. Nesse instante, porém, conversar o irritava. Estava por demais desinteressado para permanecer estático por mais algum tempo.

— Se me perdoam, senhoras e senhores, gostaria de ver o que está mantendo a Srta. Saviñón, minha noiva, longe de nossa presença.

Pressentia que ela não estava retocando a maquiagem. Caminhou a esmo rumo à entrada principal. Por sorte, ouviu sua voz antes de ser visto. Não tinha direito de espioná-la, mas escutou-a mencionar que estava noiva. Tinha de estar falando com alguém relacionado à revista.

O que esperara dela? Que aceitasse a brincadeira e ignorasse a valiosa notícia de seu noivado?

Afastou-se antes de ser visto, furioso por Dulce ter corrido para o telefone para reportar o acontecido. E mais bravo ainda consigo mesmo por ter se metido em situação tão ridícula.

Dulce era linda, mas havia centenas com tais atributos. Sempre soube estar se envolvendo com uma repórter. O que lhe passara pela cabeça ao propor tamanha loucura?

Obrigou-se a retornar a suas atribuições. A maioria do que fazia como príncipe era encenação, mas fingir ser um noivo apaixonado seria um martírio depois desse episódio.

Queria repreender a repórter… ou levá-la para a cama. Mas essa era uma complicação que não poderia permitir que viesse a acontecer.

Cerrou os punhos, respirou fundo e retornou à mesa, onde o diretor do museu e dignitários aguardavam por sua presença.

Dulce não voltou. A princípio, Chris sentiu-se aliviado por não ter de bancar o noivo devotado enquanto se sentia tão aborrecido. Mas aos poucos a ira foi cedendo espaço à preocupação. Tinha uma reputação a zelar. Se ela tivesse resolvido partir sem lhe dar satisfação…

Devia ter ordenado a Eddy para manter-se atento aos movimentos de Dulce. Se tivesse ido procurar um táxi sozinha, àquela hora da noite, tudo poderia acontecer.

Chris procurou garantir a si mesmo que Dulce não era tola. De fato, nunca encontrara mulher mais independente. Mas, ainda assim, estava muito aflito.

— Se me perdoam, temo que Dulce não esteja se sentindo bem esta noite. E melhor que eu vá a sua procura outra vez. Foi um grande prazer jantar na companhia dos senhores.

Sorriu e apertou a mão de todos, chamando cada um pelo nome. Era seu trabalho.

Foi direto ver com Eddy.

— Viu a Dulce?

— Sim, Alteza. Ela subiu as escadas há cerca de dez minutos.