Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

A festa exigia traje de gala, com as mulheres usando prateado ou dourado. Chris dera a Dulce um bracelete de prata todo trabalhado.

Tinham andado alguns quarteirões quando ele pegou a mão enluvada entre as suas, pondo um dedo entre os pequeninos botões para acariciar-lhe o pulso. A luz da rua foi suficiente para revelar aos guarda-costas o gesto espontâneo de carinho, mas suas expressões permaneceram imperturbáveis.

— Eu gostaria de poder dançar todas as músicas com você — o príncipe lhe disse, com suavidade. Inclinou-se e passou os lábios pelo pescoço delicado, então tomou na boca o lóbulo da orelha ornada por um brinco. — Deviam ser diamantes.

— Não, não deviam. Tudo isto é de mentira, Chris. Diamantes verdadeiros não seriam apropriados.

— Apropriados? — repetiu, rindo. — Quantos desejos e quanta esperança já foram bloqueados por essa palavra?

— Está se tornando filosófico? — indagou, dizendo a si mesma que não havia motivos para ver algo de especial na pergunta.

Mas aquele baile não era um encontro romântico. Chris a estava levando apenas para dar continuidade à representação. Seu grande trabalho de acompanhante iria começar nessa mesma noite. Odiava o mero pensamento de dezenas de pretendentes fazendo de tudo para chamar a atenção do príncipe.

— As mulheres costumam me acusar de ser muito realista, mas às vezes tenho meus lapsos. Faremos uma parada antes do baile. Sinto muito pelo atraso, mas você não precisará ir, se não quiser. Serei o mais breve possível.

Dulce não estava usando relógio, mas sabia que a festa já havia começado. Christian lhe dissera algo sobre a primeira dança, mas não deixara claro se aconteceria só após o início oficial das festividades feito pelo príncipe.

A parada não programada se tornou ainda mais esquisita quando a limusine foi em direção à entrada principal do hospital. Pelo jeito, havia privilégios para membros da realeza até mesmo em um centro de tratamento infantil.

Chris entrou no edifício, deixando Dulce, Eddy, Dérick e o motorista a aguardá-los. Logo, os dois desceram e se afastaram alguns passos.

O que estaria fazendo? Dulce imaginou desde uma conversa rápida com o diretor da entidade até uma doação de sangue para uma criança sofredora.

Por mais que achasse que o conhecia bem, Chris sempre a surpreendia.

A porta do carro ficou aberta, deixando entrar o ar fresco da noite. Sem fazer barulho, Dulce saiu. Alguns passantes a fitaram com olhares curiosos, e o barulhos de seus passos ocultaram os de Dulce aos ouvidos dos seguranças. Ergueu a barra do vestido e subiu os degraus rumo ao hospital.

Dois jovens médicos vestidos de verde a fitaram com curiosidade ao vê-la passar a largos passos, mas não a detiveram.

Agindo por palpite, ela encontrou os elevadores que haviam usado no dia anterior. Apertou o botão para o quinto andar, sentindo-se bem mais sem jeito do que quando adentrou o hall. Não conseguia imaginar nenhuma desculpa plausível para estar no corredor de um hospital usando um vestido prateado e uma capa de noite.