Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Mas a sorte estava a seu lado. Nenhuma das enfermeiras a deteve quando Dulce, apressada, disparou pelo corredor que haviam trilhado antes.

Alguns quartos estavam na penumbra, e ela escolheu um onde ainda havia luz. Não demorou a achar Chris.

Ele estava lendo para a menininha à qual sussurrara algo quando visitaram o hospital horas atrás. Encontrava-se tão concentrado na história que não a viu. Dulce queria ficar ali, apreciando o sorriso de dele ao apontar para uma determinada página ser recompensado por um riso límpido da criança.

Dulce sentiu um nó se formar em sua garganta e teve vontade de correr e abraçar os dois. Mas o príncipe poderia interpretar sua atitude como espionagem para ilustrar seu artigo, por isso, resolveu se conter.

Com relutância, afastou-se rumo aos elevadores. Havia cinco: três destinados ao transporte de doentes em macas e cadeiras de rodas e dois públicos. Apertou o botão para chamar, e a demora começou a inquietá-la. Olhou ao redor em busca da escadaria.

Às vezes, o mostrador indicava o deslocamento de um elevador, sempre a aumentar a distância em relação ao andar em que se encontrava. Ficou furiosa. E se alguém em apuros precisasse de transporte? Teria de ficar esperando tanto tempo? Hospitais deveriam ter elevadores mais ágeis.

Estava se portando como uma tola. Chris não ia gritar com ela, nem estava correndo perigo algum, mas queria tanto voltar à limusine antes que a visse…

A porta de um dos elevadores se abriu, e Dulce conseguiu entrar no instante em que avistou Chris vindo do corredor.

Permaneceu apertando o botão do térreo durante todo o trajeto de descida, como se o gesto pudesse impedir que parasse no meio do caminho. Foi o que aconteceu no primeiro andar, quando um casal de idosos entrou e bloqueou sua saída no térreo.

Afoita e pedindo licença, ainda conseguiu notar que o elevador ao lado estava descendo, na certa transportando Chris. Ergueu a saia e correu. Optou por descer os degraus em vez de tomar a rampa, e meteu-se no banco de trás do veículo. Tudo o que perdera fora sua dignidade, pensou num primeiro momento, até dar-se conta da falta de um dos sapatos. Já se preparava para sair quando viu uma calça preta em seu caminho. Christopher. E com seu sapato na mão. — Cinderela, eu presumo.

O rosto de Dulce enrubesceu, e ela abriu a boca para esboçar uma desculpa que não se ouviu.