Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Abriu a pesada porta e contemplou o grupos de hóspedes preocupados em manter a boa forma física. Mostrou o cartão de seu quarto a um atendente.

Chris estava se exercitando em um aparelho, nu da cintura para cima. A pele amorenada brilhava, e os pêlos negros em seu peito desciam num convidativo trajeto que findava no short azul que vestia.

E as pernas! Impossível disfarçar ou desviar o olhar.

"Eu o odeio, Christopher Alexander Luis Cassillas von Uckermann", pensou ela, tentada a sair antes que fosse vista.

Como ele podia ter uma aparência tão boa e despreocupada? Dulce, ao contrário, consumia-se de desejo e ansiedade. Por acaso Chris não percebia o que estava fazendo com seus sentimentos? Como era difícil fingir ser sua noiva e ter de mascarar os estragos que sua proximidade máscula causava sobre seus sentidos…

Mas ela só podia culpar a si mesma pela confusão em seu coração, o que a deixava ainda mais aborrecida.

Apressou-se em direção a um aparelho a fim de evitar olhar para onde ele estava.

Chris, entretanto, a vira entrar e percebeu que Dulce fingia não tê-lo visto. O que ela planejava dessa vez para torturá-lo?

Dia e noite, Chris só conseguia pensar nos lábios macios, nas curvas sensuais e em seu temperamento adorável. Estava numa bela enrascada.

Forçou-se a terminar a sequência de movimentos já iniciada, e então enxugou-se com uma toalha felpuda, colocando-a sobre os ombros. Não se sentia apresentável para se aproximar de uma moça, mas Dulce parecia um imã a atraí-lo sem piedade.

Eddy estava na sauna, e Dérick conversava com o preparador físico do hotel. Ninguém estava disponível para distraí-lo e evitar que chegasse até Dulce.

Observou os movimentos vigorosos, o corpo mal coberto por uma blusa justa apropriada para fazer ginástica. Havia uma excitante reserva de energia no mexer das pernas delicadas mas fortes, e Chris não furtou-se a imaginar como seria fazer amor com as formosas coxas a envolver sua cintura.

Durante o baile, tomara a decisão de ceder ao desejo que o inflamava. Sabia que o consentimento de Dulce seria intenso o bastante para manter a honra de ambos intacta.

Não foi sua promessa de não tirar vantagem da situação que o detivera de seguir seus propósitos. Nem o medo de ser rejeitado. O que sentiu foi bem mais complicado. Queria protegê-la de qualquer ameaça, apesar de tanto admirar sua independência.

No dia anterior, quando tentara estabelecer uma distância segura entre eles para manter sua lucidez, ficou amargurado, entristecido. A separação não era, de maneira alguma, solução para a aflição que lhe espicaçava a alma.

— Bom dia, Dulce — disse, entrando em seu campo de visão.

— Bom dia, Alteza — respondeu, sem parar de fazer os exercícios.

— Quanta formalidade! Por acaso fiz algo para merecer isso? — Que prazer seria carregá-la para uma sauna e ver a pele macia se tornar rosada pelo calor, pensou.

Queria Dulce. Era tão simples e tão impossível que se sentia fragilizado.