Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Procuraram, mas acharam apenas uma tira.

— Deixe-me tentar — Chris pediu, encostando-se a ela enquanto puxava o cinto preso no vão do banco.

Mas não conseguiu fazer as partes se juntarem.

— Ou eu ganhei peso ou estas partes pertencem a conjuntos diferentes.

— Sinto muito. — Chris fez mais uma tentativa e encontrou um par perfeito, mas, dada a distância, acabou por prendê-lo na linha dos quadris de Dulce, o que fez sua saia subir diversos centímetros.

Esse era um lado do príncipe que até então lhe era desconhecido.

— Estou bem protegida agora. Obrigada, Chris. — Tirou a mão dele de sua coxa.

Na verdade, porém, o pensamento de Dulce já se adiantava, sugerindo um passear de dedos por sua pele, um carinho aqui, outro acolá…

Mas era melhor esquecer. Já teria sofrimento suficiente quando tudo terminasse, e não queria que a lembrança da mágica noite do baile fosse maculada por uma troca de carícias no banco traseiro de um táxi.

E, lém de tudo, esses momentos seriam completamente desprovidos de sentido para Chris. Esse era o maior problema.

— E você, não vai usar cinto de segurança, Chris?

— Não há necessidade. — Estava aborrecido consigo mesmo, e logo arrependeu-se do tom áspero de sua voz.

A única maneira de aquele relacionamento não ser um completo desastre era revelar a Dulce o que sentia a seu respeito… e deixar que publicasse isso em seu artigo.

— Nunca o vi tão amuado.

— Amuado?

Chris passou a se sentir ridículo. Talvez, apesar de seus esforços em ser uma pessoa com consideração pelo próximo, fosse apenas um chato da realeza.

Não se sentia inseguro sobre suas qualidades desde que fizera a barba pela primeira vez. Seria essa a imagem do homem que Leigh gostaria de passar na reportagem para a revista? Ou estaria sendo muito rigoroso consigo mesmo e imaginando coisas porque estava perturbado, confuso quanto aos próprios sentimentos?

Dulce era a sereia que o estava levando ao fundo do mar. Precisava safar-se, mas não conseguia resistir.

Não, estava sendo melodramático, uma fraqueza herdada do avô, que Deus o tivesse! De modo geral, procurava suprimir essa tendência, mas ali estava ele, em busca de uma fantasia de liberdade, vestido como um caubói americano e livre para amar.

Quase pediu ao motorista para retornar, mas, se fizesse isso, perderia uma oportunidade talvez ímpar de ficar a sós com Dulce.

— Faremos um jogo, Chris. Se resmungar desse jeito emburrado mais uma vez, terá um castigo.

— O que será?

— Caberá a eu decidir.