Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

Dulce deu de ombros, como se o assunto pouco a interessasse, mas não o enganou. Estava curiosa de saber sobre os hábitos de um homem com sangue azul.

— Eu mesmo faço a barba, lavo minhas costas e me visto. Isto responde a algumas de suas questões, Dulce?

— Não perguntei nada!

— Christian providencia serviços de lavanderia, limpeza e outros cuidados com minhas roupas. Mantém meus sapatos polidos, pois tenho mania disso e verifica se o quarto é confortável. E também cuida de minha agenda e correspondência, e faz compras.

— Mas que conveniente…

— Ele também me contém quando estou impaciente e me repreende quando mereço. E excepcionalmente bom em me estender um espelho para que eu assuma meus defeitos. Christian a princípio foi designado para ser assistente de meu pai, mas cresci sob seus cuidados e não quis outro empregado para ser meu homem de confiança.

— Por que estamos falando de Christian? Preciso retornar a minha suíte.

— Porque é um assunto neutro, e quero mantê-la aqui o máximo possível. Mas posso tentar outra coisa.

Dulce estava a meio caminho entre a cama e a porta.

— Chris… — Tomou coragem e o encarou, seus olhos se encontrando com os dele para revelar tudo o que o príncipe queria saber.

Dulce o viu caminhar em sua direção, tudo parecendo transcorrer em câmera lenta. Apavorou-se por não encontrar pretexto para fugir. Quando ele a tomou nos braços, seu raciocínio se apagou de vez.

— Posso beijá-la? — Chris pediu, com suavidade.

Ante à pergunta inesperada, Dulce conseguiu apenas levantar a cabeça e entreabrir os lábios, mas sua resposta verbal era aguardada.

— Um beijo de boa-noite será bem-vindo, Alteza.

— Não acho que conseguirei.

— Como assim?

— Se a beijar agora, passará a noite inteira em meus braços.

— Não conte com isso — falou sem convicção alguma na voz.

— É o destino, Dulce.

— Oh, Chris! — protestou, rindo. — Este parece um diálogo de um filme da década de cinqüenta. Adoro-os, mas não quero viver um.

Chris largou-a e foi até a janela. Contemplou a chuva e as luzes noturnas.

— É assim que me vê? Um príncipe com um reino pequeno e cômico?

— Não! Nada disso. Você é especial. Maravilhoso, na verdade. Nunca encontrei um homem igual.

— Venha até aqui.

Era uma ordem, não um doce pedido.