Fanfic: Uma Princesa de Sonhos - Vondy. (Finalizada)

— Peço desculpas por ter rido, Chris, mas isso não significa que possa me dar ordens.

— Venha até aqui — repetiu no mesmo tom.

— Vou descer para pegar outro cartão. — Estava blefando. Sua curiosidade a impedia de se afastar dali.

— Dulce, eu gostaria que não agisse assim.

— É mesmo?

Seus lábios tremiam. Por que ele não era economista ou fazendeiro?Poderia ser tudo, menos um príncipe. Mesmo quando arrogante, influenciava-a de maneira desconcertante.

Essa era sua chance de tirá-lo de sua vida.

Dulce deu alguns passos para trás, os olhos ainda fixos nos de Chris. Estava tomando a decisão acertada. Quanto mais próximos ficassem, mais difícil seria a separação. Se fizessem amor, seu coração se partiria em milhares de pedaços quando ele se casasse com uma moça adequada aos padrões reais.

— Venha até aqui, por favor, Dulce. — A voz de Chris estava tão baixa que mal se fazia ouvir, mas era indubitável a paixão que velava. Implorava para que ficasse. Era como se estivesse de joelhos a lhe suplicar.

— Não é uma boa idéia — ela respondeu, o queixo erguido, a expressão traindo-a.

— Sim, é.

— Ambos nos arrependeremos.

— Não. Jamais!

— Gostaria de nunca tê-lo conhecido.

Mentira deslavada. Era amedrontador constatar que Chris significava mais do que qualquer outra pessoa no mundo.

— A opção terá de ser sua, Dulce. Dei minha palavra. Prometi não trair sua confiança. Venha para mim, querida. Liberte-me de minha promessa.

— Pronto. Está livre.

— Só estarei se vier espontaneamente para meus braços.

— Pare com isso!

Não sabia ao certo o que gostaria que ele parasse de fazer. De provocá-la? De desejá-la?

Dulce ainda vestia a capa de chuva com os bolsos vazios. Estava com calor, aborrecida, e as botas lhe massacravam os pés após tantas horas de dança. Tirou a capa e a deixou cair ao chão, mas ainda assim sentia a face ferver.

— É melhor conversarmos a esse respeito, Chris — sugeriu com cautela.

— Palavras são os instrumentos de sua estratégia, não? — indagou, desconfiado.

— Sim, mas também me ajudarão a entender como me sinto e como você se sente.

— Como eu me sinto? Não posso comparar o modo como estou em relação a você com nada que já experimentei na vida. Estou maluco…

— Apenas efeito do vinho.

— Não consigo virar uma esquina, entrar em um salão ou olhar ao redor sem esperar vê-la.

— E eu me sentei no saguão do hotel para vê-lo passar — admitiu também.

— Acordo todas as manhãs pensando em pretextos para cancelar meus compromissos para poder ficar a seu lado.

— E eu anseio pelo instante em que você baterá à minha porta.

Dulce sabia que o espaço entre eles estava encurtando, embora nenhum dos dois tivesse se movido.

— Quero tê-la em meus braços — Chris falou, quase gemendo.

— E eu suspiro por me aconchegar em seu peito — assumiu, dando um passo trôpego em sua direção.

— Nada na vida é simples.