Fanfic: The Host | Tema: Sexo, Adolescentes, Homossexualismo

Acordei com uma enorme dor de cabeça. Minha cabeça palpitava, de modo que demorei uns quinze minutos pra conseguir forças pra levantar. Quando finalmente me sentei na cama o vi, deitado de lado, abraçando seu travesseiro ao invés de pô-lo por baixo de sua cabeça.

            Ele era realmente bonito, sua pele extremamente morena, cabelos bagunçados e lisos, lábios carnudos e ele era bem magro. Fiquei rindo quando percebi que estava com o pau duro. Que merda! Estava assim porque eu lembrava claramente dos beijos que dei nele e naquele momento na cama. Sorri mais.

Levantei da cama e pus uma bermuda. Saí do quarto e me encontrei com Pedro também saindo de seu quarto. Ele olhou pra mim sorrindo, enquanto eu ainda me arrastava sonolento. Nesse momento já tinha me acostumado com a minha dor de cabeça.

— Ressaca? — Disse ele enquanto descíamos as escadas.

— Acho que sim. — Respondi.

Descemos as escadas a caminho da cozinha. Lucas estava lá, ele comia biscoito com suco de laranja. Sentei ao seu lado, mas não disse nada. Peguei um pouco do biscoito que estava no pacote que ele comia me servi com o suco na jarra. Pedro se sentou de frente para mim.

— Pensei que não podia trazer transas pra casa. — Disse Lucas enquanto enchia seu copo com mais suco.

Olhei para cara dele, mas como sempre não aparentava nenhuma expressão a mais, a não ser aquela cara de entediado de sempre. Ele virou seu rosto pra mim. Acho que a coisa mais estúpida que eu já havia feito era ter confiado nesse garoto. Ele jogava contra mim tudo que eu fazia.

— Ele não é uma transa. — Disse encarando aqueles olhos verdes que me intimidavam. — Ele só não tinha pra onde ir e o Pedro o chamou pra dormir aqui.

— E coincidentemente e é gay? — Ele continuava me encarando.

— Sim... — Fique sem saber o que falar.

Ele então se levantou e subiu as escadas.

— Mas que porra! — Gritei. — Eu odeio esse garoto.

— Ignore-o. — Disse Pedro calmamente.

— Os outros garotos chegam quando? — Perguntei pra mudar de assunto.

— Hoje. — Disse ele — João me ligou dizendo que eles já estavam vindo.

Na nossa casa moravam onze rapazes que se dividiam pra pagar as despesas da casa. No momento a maioria tinha ido viajar, mas já estavam voltando. Eles são legais, eles fazem desse lugar um tremendo “paraíso”.

Ouvi um barulho vindo da sala e olhei pra trás pra ver o que era. Era o menino que tinha dormido no meu quarto. Não, eu não lembrava o nome dele. Ele estava com as suas coisas na mão e uma toalha também. Pedro se levantou e foi até ele. Levantei-me também, estava nervoso, eu praticamente quase estuprei o menino.

Ele me olhava, sorrindo. Ele era fofo demais.

— Aonde você vai? — Perguntou Pedro.

— Pra casa da... — Ele não tinha uma resposta.

— Vem tomar café com a gente. — Disse Pedro apontando pra mesa atrás de mim.

Ele balançou a cabeça positivamente e se sentou conosco. Ele sentou ao meu lado, fazendo meu coração palpitar de forma estranha. Caraca, esse garoto mexia comigo.

— Conte-nos sua história, Igor. — Disse Pedro olhando para ele.

Sim. Lembrei. O nome dele era Igor. Igor...

— Eu... — Ele parou de falar nervoso. Ele tremia. — Eu fui expulso de casa... — Ele disse gaguejando e tremendo demais. — Eu me assumi... — Meus olhos arregalaram-se. — E fui expulso de casa.

Ele começou a chorar. Enfiou um pedaço de pão na boca e fingiu que não chorava. Minha mão segurou a dele. Ele olhou pra mim e eu sorri. Ele se forçou a sorrir.

— Você não tem pra onde ir, não é mesmo? — Perguntou Pedro.

Igor assentiu.

— Mora aqui, com a gente? — Eu e Igor olhamos para Pedro. — É. Mora aqui com a gente. — Pedro começou a sorrir. — A gente ta precisando de mais gente pra dividir as despesas mesmo.

— Mas não tenho como ajudar vocês nas despesas. — Disse Igor.

— Eu peço ao Breno te dar um emprego no bar dele. — Pedro se levantou. — É isso, você vem morar com a gente. Sem mais.

Pedro pegou as coisas de Igor e subiu com elas. Ele realmente se animou com a idéia. Olhei para Igor, ele ainda estava assustado. Nossos olhos se encontraram e olhou para o modo que eu segurava a sua mão. Percebi que fiquei vermelho. Mas que merda tava acontecendo comigo? Ele desviou o olhar de mim.

— Desculpa... — Saiu pela minha boca sem minha permissão.

— Hã!? — Ele se assustou quando eu falei.

— Desculpe por ontem... — Não conseguia olhar para ele. — Eu... Eu estava bêbado...

— E deprimido... — Ele me completou. — Te entendo. — Ele bateu no meu ombro.  — Bem... Já que vou morar aqui... — Ele começou a falar. — E só tem cama no teu quarto... — Ele se levantou. — Peço que se controle. — Ele passou a mão na minha cabeça e começou a se afastar. — Ah... Seu segredo ta seguro comigo. — Ele se virou e subiu as escadas para o quarto.

Fiquei parado sorrindo, olhando ele subir. Porra, será que eu estou... Não, esquece. Comecei a arrumar as coisas que os outros deixaram ali sujas.

— Sua transa é esquisita. — Disse Lucas me assustando.

— Já disse que ele não é uma transa. — Gritei.

Lucas sorriu ironicamente. Dirigiu-se até a geladeira e pegou uma lata de energético. E foi na direção das escadas.

— E pra você ficar ciente. — Falei alto. — Ele vai morar aqui agora.

Lucas parou e olhou pra mim. Deu um gole no energético e deu de ombros. Ele se virou e continuou andando. Como odiava esse jeito relaxado dele. Como eu odiava tudo nele.

Voltei a guardar as coisas.

— Oi! — Ouvi a voz de Alan com um bater de porta.

Virei-me e sorri fortemente.

— Alan! — Gritei e o abracei.