Fanfic: Irresistível Paixão | Tema: Robert Pattinson

Capítulo 1 – A hora da estrela

Junho, 2009.

 Anna`s POV

O pequeno cômodo estava bem decorado. A sala tinha um grande espelho iluminado e uma bancada cheia de maquiagem, acessórios, secador e chapinha. Ali também tinha uma pequena mesa de madeira escura e uma cadeira. Em cima da mesa uma linda orquídea e uma bandeja com café e algumas frutas frescas. No canto, perto da parede, um sofá na cor creme, coberto de almoçadas coloridas, completava a decoração do ambiente intimista. O cheiro do lugar era bom e o som da televisão ligada quebrava o silêncio do lugar. Poucas pessoas estavam por ali, mas o entra e sai de produtores e assistentes era constante.

– Sra. Morales, sua entrada está prevista para o próximo bloco – disse um agitado produtor enquanto rabiscava um papel em sua prancheta.

– Quanto tempo até o próximo bloco?

– Mais ou menos uns dez minutos. Volto daqui a alguns minutos para acompanhá-la até o estúdio, ok?

– Ok! Prometo que estarei pronta. - falei sorrindo.

 Enquanto esperava a minha hora de entrar, aproveitei para fazer os últimos retoques na minha maquiagem. Básica e muito simples, optei por uma sombra leve, lápis de olho preto e um pouco de blush nas bochechas. Para finalizar escolhi um batom cor de rosa bem clarinho e um gloss transparente para o acabamento. Estava trajando confortavelmente um macacão azul escuro, cujo tecido era parecido com uma seda, tinha mangas curtas, bolsos e um leve decote em V. O macacão curto deixava minhas pernas em evidência. Nos pés usava uma sandália alta na cor preta com detalhes cinza brilhante e presilhas que fechavam no tornozelo. Para completar a produção usava um colar longo de bolinhas pretas e o cabelo comprido estava solto e levemente ondulado.

 – Anna, você está maravilhosa! Tenho certeza que vai arrasar – comentou um entusiasmado Nick.

– Obrigada Nick, você sabe realmente como me deixar bem – disse enquanto balançava seus pés sem parar.

A minha ansiedade era evidente. Estava agitada, talvez um pouco nervosa.

– Calma querida, tenho certeza que você vai se sair muito bem. Você sempre se sai muito bem em tudo, porque você é espontânea – afirmava Nick passando as mãos delicadamente em meus cabelos.

– Ah, você só fala isso porque é meu agente, não é Sr. Nick Olsen? Tá só tentando me tranqüilizar... – gesticulava com as mãos fazendo movimentos no ar enquanto colocava a língua para fora e fazia uma careta.

 – Claro que não, querida! - falava Nick com um grande sorriso nos lábios.

A porta da sala abriu vagarosamente. O produtor colocou a cabeça pra dentro e avisou que a hora havia chegado. Levantei-me, dei uma última olhada no espelho e caminhei até a porta. Antes de fechar a porta Nick Olsen me deu um último aviso em um tom mais sério:

– Lembre-se seja você mesma e não responda a nenhuma pergunta pessoal, ok?!

Eu apenas o olhei e consenti balançando a cabeça positivamente. Eu sabia exatamente o que fazer, pelo menos achava. A hora chegou...

– Confesso que estava bastante ansiosa por esse momento. Nos últimos meses todos só comentam sobre ela, sobre seu talento nato, sua personalidade e sobre sua nova realidade. Ela é uma estrela cuja carreira está em ascensão meteórica em Hollywood. É com um prazer imenso que chamo aqui no palco do Oprah Winfrey Show, a talentosa Anna Morales!! – a apresentadora anunciou.

 Todos da platéia ficaram de pé para receberme. Então, estendi a mão para a apresentadora e a cumprimentei com um abraço meio sem graça. Mal podia acreditar que estava sentada ali e iria ser entrevistada pela maior apresentadora americana, a famosa e influente Oprah Winfrey. Parecia um sonho.

– Hi, prazer em conhecê-la pessoalmente – disparou uma animada Oprah.

– O prazer é todo meu. Estou muito feliz em está aqui – respondeu Nara, cruzando as pernas e balançando o pé direito. Ela sempre fazia isso quando estava nervosa.

– Então você é brasileira, não?

 – Sim. Eu morava é uma ilha, no nordeste do país.

– Uma ilha? Nossa deve ser bem interessante morar numa ilha...

– Acho que é normal, sei lá... O mais legal de tudo é que morava perto da praia, então podia ir sempre. Lá faz muito calor... É, acho que morar numa ilha tem suas vantagens – sorria e movimentava as mãos, como se fizesse círculos no ar.

– Sua história de vida até alcançar o sucesso é bem interessante, é como um conto de fadas moderno. Fale um pouco sobre sua trajetória – dizia Oprah.

Dei um leve suspiro e um sorriso meio bobo se instalou na sua face. Eu tinha orgulho de contar como tudo aconteceu na sua vida.

Robert`s POV

Eu estava realmente cansado no inicio da noite. As gravações haviam sido intensas e desgastantes. Mais um dia de correria, tendo que enfrentar paparazzi e fãs enlouquecidas no set em Nova York.  Estava gravandoRemember me junto com sua co-star Emilie de Ravi.

 – Por hoje é só pessoal, estão todos dispensados! – exclamava o diretor Allen Coulter.

  - Ai, que bom. Não vejo a hora de ir para o hotel, tomar um banho, comer e relaxar – comentei com uma voz exausta.

 Depois de alguns minutos, já estava em minha suíte em um luxuoso hotel de NYC. De tão cansado, nem percebi que havia saído do set trajando as roupas do meu personagem Tyler. Aliás, nós poderiamos até dividir o mesmo guarda roupa, já que possuíamos um gosto parecido.

 Eu cumpri o meu ritual. Tirei a calça jeans escura, a camisa xadrez e por ultimo uma camisa cinza que estava por baixo e fui tomar banho. Vesti meu roupão cinza e fui jantar. Em seguida deitei na minha cama e antes de dormir resolvir assistir um pouco de TV.

Zapeando pela televisão, um programa em particular chamou minha atenção. Era o Oprah Winfrey Show, que acabara de voltar do intervalo.

“... Ela é uma estrela cuja carreira está em ascensão meteórica em Hollywood. É com um prazer imenso que chamo aqui no palco do Oprah Winfrey Show, a talentosa Anna Morales!!”. Ficou curioso. Já havia ouvido falar dela, sabia que se tratava de uma nova atriz e muito talentosa por sinal, mas queria saber um pouco mais sobre a nova estrela de Hollywood, que assim como ele ganhou fama da noite pro dia.

 A primeira coisa que vi foi uma mulher com jeito de menina sentada no sofá da Oprah. Reparei a maneira como estava vestida, tão simples e ao mesmo tempo tão bonita. Reparei também, no sorriso bobo, um pouco de timidez e o pé direito balançando, mostrando um claro sinal de nervosismo. Os cabelos longos e castanhos com alguns fios mais claros, levemente ondulados, teimavam em cair para frente, fazendo com que ela constantemente o colocasse atrás da orelha.

 – Então você é brasileira, não?

– Sim.  Eu morava em uma ilha no nordeste do país.

– Uma ilha? Nossa deve ser bem interessante morar numa ilha...

  Olhei para o lado da mesa de cabeceira e me dei conta que meu celular não estava lá. Por um instante levantei-me para ir ao banheiro e peguei o celular que estava no bolso da minha calça. Aproveitei também para pegar um cigarro. Deitei na cama e voltei meus olhos novamente para a televisão.

 – Eu sempre tive vontade de fazer um intercâmbio, de morar fora e conhecer uma nova cultura. Então, por muito tempo fiquei pesquisando e achando a melhor maneira de concretizar esse sonho. Até que no começo do ano passado, depois de me formar na universidade, surgiu a oportunidade... – Anna explicava fazendo movimentos com as mãos.

– Você é formada? Em quê? – perguntava Oprah, mostrando-se bastante interessada.

– Yes, sou jornalista!

–Uau, it’s amazing!

– Então, vim para os Estado Unidos estudar inglês. O tempo foi passando e depois de alguns meses aqui o Billy Richardson me viu em uma loja em NYC e disse que eu tinha o perfil da garota que ele tava procurando para um filme. Ele não me conhecia e eu não o conhecia...

–Imagino sua cara de espanto!

– Yes, fiquei assustada. Achei que ele fosse um maníaco ou que tava querendo me convidar pra fazer programa, sei lá... Depois pensei que o tal filme fosse pornô...

Anna foi interrompida pela platéia que ria e aplaudia ao mesmo tempo. A reação da Oprah foi a mesma, ria com uma cara de assustada.

– Eu disse um não bem grande e falei ‘Olha, não sou atriz e nem quero ser, sou uma jornalista’ – concluiu Anna.

– E o que ele fez pra te convencer do contrário?

– Ele me mostrou seu cartão e na maior paciência do mundo me explicou tudo. Só ai me dei conta que ele era uma boa pessoa. Depois disso, eu já estava mais tranqüila e ele falou pra eu pensar direitinho na proposta e que eu ligasse depois pra falar da minha decisão.

– Ainda bem que você tomou a decisão certa, né?

–É verdade. Eu decidi ver o que ia dá. Liguei e marcamos um teste, mas eu não estava muito confiante. Eu nunca havia atuado na vida e nem tinha pretensão alguma de ser atriz. Na verdade eu queria mesmo era ser uma jornalista de esportes. Eu amo futebol – disparava enquanto colocava a mão direita sobre a boca.

– Acredito em destino, e o seu destino dizia que não seria uma jornalista de esporte e sim uma atriz... – filosofava Oprah enquanto segurava as mãos de Anna Morales– Porque você teve uma excelente atuação, parecia que já fazia isso há um bom tempo. Tenho que dizer que você estava maravilhosa no filme, com uma atuação super elogiada pelos críticos. O filme é emocionante, dramático no ponto certo...

– Sim no meu caso isso aconteceu. Fiz o teste e passei. E passei os meses seguintes gravando The Dark Side. E graças a Deus deu tudo certo. Mas foi difícil me adaptar a esse novo mundo.

– Qual foi sua maior dificuldade – questionou Oprah.

– Com certeza foi a língua, pois eu tinha algumas dificuldades de pronúncia. Lembro que no set estava sempre com um dicionário em mãos, meu vocabulário era reduzido... Aliás, ainda é. Estou aprendendo muita coisa nova. Ainda ando com meu dicionário na minha bolsa, pensar em português e em inglês ao mesmo tempo não é fácil, acho que vou enlouquecer a qualquer momento – finalizou caindo numa gargalhada que contagiou toda a platéia.

 -E como tem sido lidar com a fama?

– Eu apenas estou vivendo um dia de cada vez. Nem acho que sou tão famosa assim, quer dizer, só me dou conta disso quando estou na rua e sou cercada por fotógrafos e coisas do tipo, ou quando me param na rua para pedir uma foto ou um autógrafo. É tudo muito louco e recente... Acho que minha ficha na caiu ainda.

– Imagino que Brasil deve está muito orgulhoso de você, não?

– Espero que sim, porque eu tenho muito orgulho do meu país.

  A entrevista havia sido muito boa e eu meio que me identifiquei com ela. Talvez por ter conquistado esse sucesso todo assim tão rápido, e nós sendo tão jovens, em um país que não era o nosso de origem.

Essa garota deve ser bem legal. Talentosa ela é com certeza. Nesse mundo de Hollywood, com certeza qualquer dia eu topo com ela... – pensou antes de adormecer.