Fanfic: Como Cada Día - Cancelada
— Você não pode contratar uma pessoa?
— Estou tentando. Eu te contei o que aconteceu no começo do verão? Contratei um cara que apareceu lá duas vezes, depois desistiu, assim que chegou o fim de semana. O mesmo aconteceu com o outro que contratei. Depois disso ninguém mais se apresentou para o cargo. A placa “precisa-se de ajudante” continua pendurada na janela.
— Derick sempre reclama de como bons empregados estão em falta.
— Fale para ele oferecer um salário mínimo. Aí ele vai reclamar mesmo. Até mesmo os alunos do ensino médio não querem limpar o canil. Dizem que é nojento.
— É nojento.
Anahi riu.
— Eu sei. Mas não tenho tempo. Duvido que alguma coisa mude até a semana que vem, e se não mudar há coisas piores. Gosto de treinar os cães. Muitas vezes é mais fácil de ensinar a eles do que aos alunos.
— Como os meus?
— Os seus eram fáceis. Pode acreditar.
Maite apontou para Lucas.
— Ele cresceu desde a última vez em que o vi.
— Quase 4 centímetros — disse, pensando ser gentil da parte de Maite ter percebido. Lucas sempre tinha sido pequeno para a sua idade. Na foto da turma de classe estava sempre posicionado ao lado esquerdo na fila da frente. Já Gabriel, o filho de Maite, era totalmente o contrário, lado direito, fila atrás, sempre o mais alto da turma.
— Ouvi falar que Lucas não vai jogar futebol no próximo semestre — disse Maite.
— Ele quer fazer algo diferente.
— Como o quê?
— Quer aprender a tocar violino. Vai ter aulas com a Sra. Hastings.
— Ela ainda dá aulas? Deve ter pelo menos uns 90 anos.
— Mas tem paciência com iniciantes. Ou pelo menos foi o que ela medisse. Esse é o principal motivo.
— Que bom para ele. Acho que vai se dar muito bem. Mas o Gabriel vai ficar chateado.
— Eles na iam ficar no mesmo time. Gabriel vai jogar no time principal, não vai?
— Se ele conseguir.
— Ele vai conseguir.
E ele conseguiria. Gabriel era daquelas crianças naturalmente confiantes, competitivas, que amadureciam cedo e levavam consigo para o campo outros jogadores menos talentosos. Como Lucas. Até mesmo agora, correndo atrás dele com a arma de água pelo quintal, Lucas não conseguia acompanhá-lo. Ano anterior, seu ex-marido ficava em pé na linha do campo, com uma expressão de raiva, mais um motivo para Lucas não querer jogar.
— Derick vai ajudar o treinador novamente?
Derick era o marido da Maite e um dos dois pediatras da cidade.
— Ele ainda não decidiu. Desde que Hoskins saiu, tem trabalhado demais. Ele odeia, mas o que pode fazer? Estão tentando contratar outro médico, mas não é fácil. Nem todo mundo quer vir trabalhar em uma cidade pequena, especialmente sendo o hospital mais próximo em Wilmington, a quarenta e cinco minutos de distância. Isso aumenta o horário de trabalho. Derick chega em casa depois das 20 horas grande parte da semana. Às vezes, até mais tarde.
Anahi percebeu o tom preocupado na voz de Maite e imaginou se ela ainda estaria abalada com o caso que Derick havia confessado ter tido há um ano e meio. Anahi sabia o suficiente para não tecer comentários sobre isso. Logo que ouviu os primeiros boatos, decidiu que só tocaria no assunto quando a iniciativa viesse de Maite. E se ela não quisesse falar sobre isso? Tudo bem, também. Isso não era da sua conta.
— E você? Tem saído com alguém?
Anahi sorriu.
— Não. Não desde Rodrigo.
— O que houve?
— Não faço ideia.
— Não posso dizer que tenho inveja de você. Nunca gostei de namorar.
— Ah, é. Mas pelo menos você era boa nisso. Eu sou péssima.
— Você está exagerando.
— Não estou mesmo. Mas isso não é grande coisa. Nem sei se ainda tenho energia sobrando para isso. Usar Lingerie, fazer depilação, flertar, fingir que gosto dos amigos dele. Parece-me um esforço enorme.
Maite torceu o nariz. — Você não se depila?
— Claro que sim — depois falou baixinho: — Pelo menos, quase sempre. Mas você está certa, não é fácil namorar. Especialmente para alguém da minha idade.
— Ah, me poupe. Você não tem nem 30 anos e é linda.
Anahi sempre ouvia isso e não era imune ao fato de que os homens, mesmo os casados, sempre viravam a cabeça para vê-la passar. Nos seus três primeiros anos, como professora, só teve uma reunião de pais cujos pais apareceu sozinho. Em todas as outras, as mães tinham ido. Lembrava-se de que, quando comentou isso com Nana, anos atrás, ela lhe disse:
— Não querem você sozinha com seus maridos porque você é tão linda como uma roseira em flor
Nana tinha um jeito peculiar de dizer as coisas.
Autor(a): Bruna Portilla
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— Você parece ter esquecido a cidade em que moramos — retrucou Anahi. — Não há muitos homens solteiros em minha idade. E se estão solteiros, há um motivo para tal. — Não é verdade. — Talvez em uma cidade grande. Mas por aqui? Pode acreditar. Vivi toda a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 125
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isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:26:10
E agora pfv, mais >.<'
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isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:25:38
oonw, não fique triste, você sabe que eu não te abandono KK' é que eu estou um tanto quanto atarefada em off e por isso não estou comentando. Assim que possível eu comento a fanfic.
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nataliacphotmail.com Postado em 13/11/2012 - 12:55:36
Fic inspirada em "Um Homem de Sorte", amo essa história *--*
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isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:22:13
amo sz'
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isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:21:20
Como Cada Día ♥
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isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:20:20
continue, please! :(
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isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:49
♥
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isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:37
AAAAAAAAA, que coisa boa >.<' KK' agora sim, estou gostando mais ainda da história.
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isajuje Postado em 02/11/2012 - 11:09:26
Ah, tudo bem Bruna Portilla, eu entendo. Melhoras pra você, sei como dói ç.ç' já tive infecção na garganta tbm, vê se te cuida, hein?
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isajuje Postado em 30/10/2012 - 16:50:10
psé.