Fanfics Brasil - Primeiro Encontro Como Cada Día - Cancelada

Fanfic: Como Cada Día - Cancelada


Capítulo: Primeiro Encontro

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        No sábado à noite, Alfonso esperou no sofá, imaginando se estava fazendo a coisa certa. Em outra época e lugar, não teria pensado duas vezes. Sentia-se atraído por Anahi, com certeza. Gostava da sua franqueza e da sua inteligência, juntamente com seu senso de humor brincalhão e, claro, sua aparência. Por isso, não dava para imaginar como tinha ficado solteira por tanto tempo. Mas não estava em outra época e lugar, e nada daquilo era normal. Trazia a fotografia dela consigo há mais de cinco anos. Atravessou o país por ela. Veio até Hampton e aceitou um emprego que o mantinha perto dela. Ficou amigo da avó dela, do filho dela e depois dela. E, agora, estava prestes a ter seu primeiro encontro com ela. Tinha vindo por um motivo. Aceitou esse fato assim que saiu do Colorado. Aceitou o fato de que Victor estava certo. Contudo, ainda não tinha certeza de que encontrá-la — e tornar-se íntimo dela — era o motivo. Também não tinha certeza de que não era. A única coisa de que tinha certeza era que estava esperando ansiosamente por seu primeiro encontro. Um dia antes, pensou o tempo todo sobre isso enquanto dirigia sozinho pela estrada para buscar Nana. Na primeira meia hora de volta a Hampton, Nana conversou sobre tudo, desde política até sobre a saúde da sua irmã, antes de virar para ele com um sorriso maroto que ele ja conhecia.


— Então, quer dizer que você vai sair com a neta da patroa, hein?


Ele se mexeu no assento.


— Ela te falou.


— Claro que ela me falou. Mas, mesmo se não tivesse me falado, sabia que isso ia acontecer. Dois jovens atraentes, solteiros e sozinhos? Sabia que isso ia acontecer no momento em que o contratei.


Alfonso não disse nada, e, quando Nana falou, sua voz estava repleta de melancolia.


— Ela é doce como mel. Preocupo-me com ela às vezes.


— Eu sei.


        A conversa tinha parado por ali, mas tinha sido suficiente para que soubesse que tinha o consentimento de Nana, algo que considerava importante, dado o lugar que Nana ocupava na vida de Anahi. Agora, com a noite começando a cair, viu o carro de Anahi aproximando-se da casa, com a parte da frente balançando levemente ao passar pelos buracos. Ela não tinha falado nada a ele sobre aonde iriam, disse apenas que se vestisse informalmente. Ele saiu na varanda quando ela estacionou na frente da casa. Zeus veio atrás, com a curiosidade em alerta. Quando Anahi saiu e aproximou-se da fraca luz da varanda, tudo o que fez foi olhar para ela. Como ele, estava de jeans, mas a blusa creme que usava realçava a sua pele bronzeada. Seus cabelos cor de mel caíam na altura do pescoço da blusa sem mangas, e ele percebeu que ela tinha uma maquiagem suave. Parecia familiar e, ao mesmo tempo, tentadoramente desconhecida. Zeus desceu os degraus, balançando a cauda e latindo, e parou ao lado dela.


— Oi, Zeus. Sentiu minha falta? Foi um dia longo — disse, fazendo carinho nele, e Zeus latiu como que se queixando, antes de lamber a mão dela.


— Isso sim foi um cumprimento — olhou para Alfonso.


— Como vai? Estou atrasada?


Tentou parecer descontraído.


— Estou bem. E você chegou bem na hora. Estou feliz que tenha vindo.


— Pensou que eu não viria?


— Este lugar não é tão fácil de se encontrar.


— Não se você passou a vida inteira nesta cidade — apontou em direção a casa.


— Então, esse é o seu lar?


— É.


— É legal — disse, olhando ao redor.


— Era o que você esperava?


— Sim. Sólido. Eficiente. Meio escondido.


Ele mostrou entender o duplo sentido com um sorriso, depois virou-se para Zeus e deu o comando para ficar na varanda. Desceu a escada para aproximar-se dela.


— Ele vai ficar bem aqui fora?


— Vai. Não vai nem se mexer.


— Mas a gente vai demorar.


— Eu sei.


— Impressionante.


— Parece. Mas cães não têm muita noção de tempo. Em um minuto, não vai se lembrar de mais nada a não ser do fato de que tem de ficar ali. Mas não sabe o motivo.


— Como você aprendeu tanto sobre treinamento? — ela perguntou, curiosa.


— Principalmente nos livros.


— Você lê?


Ele fez uma cara zombeteira.


— Sim. Surpresa?


— Sim. É difícil carregar livros em uma travessia a pé pelo país.


— Não se você se desfizer deles depois de lê-los.


Foram até o carro e, quando Alfonso foi em direção à porta do motorista para abrir para ela, Anahi balançou a cabeça.


— Posso ter convidado você para sair, mas você é quem vai dirigir.


— E eu que pensei que estivesse saindo com uma mulher emancipada — protestou.


— Sou uma mulher emancipada, mas quem dirige é você. E paga a conta também.


        Ele riu ao acompanhá-la até o outro lado. Quando se sentou atrás da direção, ela olhou para a varanda. Zeus parecia confuso com os acontecimentos, e ela o ouviu choramingar novamente.


— Ele parece triste.


— Deve estar. Raramente nos separamos.


— Malvado!


Sorriu pelo seu tom brincalhão e deu marcha ré no carro.


— Devo ir ao centro da cidade?


— Não. Vamos sair da cidade hoje à noite. Vá para a estrada principal em direção à costa. Não vamos à praia, mas tem um lugar muito bom no caminho. Aviso quando nos aproximarmos da saída da estrada.


        Alfonso fez como ela falou, dirigindo pelas ruas tranquilas conforme ia ficando mais escuro. Em poucos minutos, chegaram à estrada, e, conforme o carro foi ganhando velocidade, as imagens das árvores dos dois lados da estrada ficaram indistintas. Sombras alongavam-se pela estrada, deixando o interior do carro escuro.


— Fale-me sobre Zeus.


— O que você quer saber?


— O que você quiser me contar. Algo que eu ainda não saiba.


Ele poderia ter dito: "Comprei-o porque a mulher da fotografia tinha um pastor-alemão", mas não disse nada.


— Comprei Zeus na Alemanha. Fui lá de avião e eu mesmo o escolhi.


— Sério?


Ele concordou.


— O pedigree dele é como a águia de cabeça branca nos Estados Unidos. É um símbolo do orgulho nacional, e os criadores levam seu trabalho muito a sério. Queria um cachorro que tivesse pedigree forte, sendo assim, tive de ir buscá-lo na Alemanha. Zeus vem de uma longa linhagem de competidores e campeões de Schutzhund.


— O que é isso?


— Em Schutzhund, os cães são testados não só pela obediência, mas por busca e proteção. E a competição é intensa. Geralmente dura dois dias, e, via de regra, os vencedores tendem a ser os cães mais inteligentes e passíveis de treinamento de todos. Ele foi criado para ambas as coisas.


— E você deu todo o treinamento? — perguntou, impressionada.


— Desde quando ele tinha 6 meses. Quando viemos a pé do Colorado, treinava-o todos os dias.


— Ele é um animal incrível. Você poderia dá-lo a Lucas, sabia? Ele ia adorar.


Alfonso não disse nada. Ela percebeu sua expressão e aproximou-se dele.


— Estou brincando. Jamais tiraria seu cachorro de você.


Alfonso sentiu o calor contínuo do corpo dela irradiar pelo seu.


— Se você não se importar com a minha pergunta, mas como Lucas reagiu quando você disse que ia sair comigo hoje à noite?


— Reagiu bem. Ele e Nana já estavam planejando assistir a alguns vídeos. Falaram ao telefone durante a semana e combinaram de fazer uma noite de cinema. Marcaram a data e tudo mais.


— Eles sempre fazem isso?


— Costumava fazer o tempo todo, mas será a primeira vez desde o AVC. Sei que Lucas está super animado com isso. Nana faz pipoca e deixa-o ficar acordado até mais tarde.


— Diferente da mãe, claro.


— Claro — sorriu.


— O que você acabou fazendo hoje?


— Dando uma ajeitada na casa. Limpando, lavando roupa, fazendo compras, coisas do tipo.


Ela ergueu a sobrancelha.


— Estou impressionada. Você é realmente um animal doméstico. Dá para fazer uma moeda pular em cima da cama depois de arrumá-la?


— Claro


 


— Vai ter de ensinar o Lucas a fazer isso, — Se você quiser.


Do lado de fora, as primeiras estrelas começaram a surgir, e os faróis do carro dançavam pelas curvas da estrada.


— Para onde exatamente estamos indo? — perguntou Alfonso.


— Você gosta de caranguejo?


— Adoro!


— Já é um bom começo. E de dançar shag?


— Nem sei o que é isso.


— Bem, digamos que você vai ter de aprender rapidamente.



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Autor(a): Bruna Portilla

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 125



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  • isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:26:10

    E agora pfv, mais >.<'

  • isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:25:38

    oonw, não fique triste, você sabe que eu não te abandono KK' é que eu estou um tanto quanto atarefada em off e por isso não estou comentando. Assim que possível eu comento a fanfic.

  • nataliacphotmail.com Postado em 13/11/2012 - 12:55:36

    Fic inspirada em &quot;Um Homem de Sorte&quot;, amo essa história *--*

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:22:13

    amo sz'

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:21:20

    Como Cada Día &#9829;

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:20:20

    continue, please! :(

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:49

    &#9829;

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:37

    AAAAAAAAA, que coisa boa >.<' KK' agora sim, estou gostando mais ainda da história.

  • isajuje Postado em 02/11/2012 - 11:09:26

    Ah, tudo bem Bruna Portilla, eu entendo. Melhoras pra você, sei como dói ç.ç' já tive infecção na garganta tbm, vê se te cuida, hein?

  • isajuje Postado em 30/10/2012 - 16:50:10

    psé.


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