Fanfics Brasil - Victor por Alfonso (2) Como Cada Día - Cancelada

Fanfic: Como Cada Día - Cancelada


Capítulo: Victor por Alfonso (2)

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Leitores, por hoje é só. Espero que estejam gostando. Próximas cenas é hot.


Talvez postarei amanhã, se depender de vocês posto hoje. Quero comentários! Muitos comentários hein. Beijos.




 



 


Ela balançou a cabeça.


— Você não tem que me falar se não quiser...


— Quero — disse em um tom calmo.


— Sei que você lê os jornais, então provavelmente tem uma imagem de como é. Mas não é como imagina, e não há nenhum jeito de poder trazer essa realidade para você. É algo que tem de ser vivido. Quer dizer, a maior parte do tempo não era tão ruim como você deve achar que era. Grande parte do tempo — a maior parte — era normal. Mais fácil para mim do que para os outros, já que eu não tinha esposa e filhos. Tinha amigos. Tinha rotinas a serem cumpridas. A maior parte do tempo, remava conforme a maré. Mas, às vezes, ficava muito ruim. Ruim demais. Ruim a ponto de me querer fazer esquecer que alguma vez tinha estado lá.


Ela ficou em silêncio antes de dar um longo suspiro.


— E você veio parar aqui em Hampton por causa do que houve no Iraque? Ele tirou o rótulo da garrafa de cerveja, descolando o canto devagar e esfregando o vidro com a unha.


— De certa forma, sim. Ela percebeu sua hesitação e colocou a mão no braço dele. O calor dela pareceu liberar algo que estava preso dentro dele.


— Victor era meu melhor amigo no Iraque. Ele esteve comigo nas três vezes em que estive lá. Nossa unidade sofreu muitas baixas, e, no fim, decidi apagar tudo o que vivi naquele lugar. E consegui, quase tudo, mas para Victor não foi tão fácil assim. Ele não conseguia parar de pensar nisso. Depois da nossa dispensa, seguimos caminhos distintos, tentando recomeçar a vida. Ele voltou para a Califórnia e eu para o Colorado, mas ainda precisávamos um do outro, sabe? Nos falávamos ao telefone, enviávamos e-mails nos quais nós dois fingíamos que estava indo tudo bem com o fato de que havíamos passado os últimos quatro anos tentando não ser mortos todo santo dia; as pessoas aqui agiam como se fosse o fim do mundo quando não conseguiam estacionar o carro na vaga que queriam ou quando o café comprado no Starbucks vinha com o sabor errado. Bem, acabamos nos encontrando para uma pescaria em Minnesota... — Fez uma pausa, não querendo lembrar o que havia acontecido, mas sabendo que era preciso.


Deu um longo gole na sua cerveja e colocou a garrafa na mesa.


— Isso aconteceu no outono passado... Estava tão feliz por vê-lo novamente. Não falamos sobre o Iraque, mas não era necessário. Passar alguns dias na companhia de alguém que sabia o que se tinha passado era suficiente para nós dois. Nessa época, Victor estava indo bem. Não estava ótimo, mas estava bem. Estava casado, com um bebê a caminho, e lembro-me de pensar que, apesar de ele ainda ter pesadelos e alguns flashbacks, ele ia ficar bem.


Olhou para ela com uma emoção que não conseguia nomear.


— Em nosso último dia, fomos pescar bem cedo. Estávamos só nós dois em um pequeno barco a remo e, conforme remávamos, o lago estava imóvel como vidro, como se fôssemos as primeiras pessoas a entrar naquelas águas .Lembro-me de ter visto um falcão voando sobre o lago e da sua imagem refletida diretamente na água, pensando que nunca tinha visto nada tão lindo — balançou a cabeça diante da lembrança. — Planejávamos terminar antes de o lago ficar muito cheio; depois íamos para a cidade para tomar cerveja e comer churrasco. Uma pequena comemoração para finalizar nossa viagem. Mas perdemos a noção do tempo e acabamos ficando no lago mais do que pretendíamos. — Começou massagear as têmporas, tentando manter a compostura.


— Já tinha visto a lancha mais cedo. Não sei por que prestei atenção naquela em particular dentre todas as outras. Talvez o tempo em que fiquei no Iraque tivesse a ver com isso, mas lembro-me de ter dito a mim mesmo para ficar de olho neles. Mesmo assim, era estranho. Não que eles estivessem fazendo alguma coisa muito diferente dos outros por lá. Eram só alguns adolescentes se divertindo, praticando esqui aquático e tubing... Havia seis na lancha — três rapazes e três moças — e dava para ver que estavam lá para curtir a água pela última vez enquanto ainda estava quente o suficiente. Quando continuou, sua voz estava mais rouca.


 


— Pressenti o que ia acontecer, e sabia que íamos nos dar mal antes mesmo de acontecer. Há um som específico que um motor faz quando vem em sua direção em alta velocidade. É como se o ronco começasse a se arrastar atrás do motor por um milionésimo de segundo que o cérebro só consegue perceber deforma subconsciente, e sabia que algo de ruim iria acontecer. Mal tive tempo de virar a cabeça quando vi a proa vindo em nossa direção a mais de 50 quilômetros por hora. Nesse momento, Victor percebeu o que estava acontecendo, ainda consigo me lembrar de seu olhar — era uma mistura terrível de medo e surpresa — o mesmo olhar que tinha visto nos rostos de milhares de amigos no Iraque um pouco antes de morrerem. Alfonso expirou lentamente.


— A lancha partiu nosso barco ao meio. Atingiu Victor bem na cabeça e o matou instantaneamente. E mum minuto estávamos conversando sobre como ele estava feliz com sua esposa, e, no outro, meu melhor amigo — o melhor amigo que tive na vida — estava morto.


Anahi colocou a mão no ombro dele e apertou. Estava pálida.


— Sinto muito... Ele não parecia ouvir.


— Não é justo, sabe? Sobreviver a três idas ao Iraque, sobreviver ao que passamos por lá... para morrer em uma pescaria? Não fazia sentido. Depois disso, não sei, fiquei bem desequilibrado. Não fisicamente. Mas mentalmente, é como se tivesse caído em um buraco profundo por um bom tempo. Apenas, desisti. Não conseguia comer, só dormia algumas horas por noite, e havia momentos em que não conseguia parar de chorar. Victor tinha confessado a mim que era assombrado por visões de soldados mortos, e, depois da morte dele, comecei a ter as mesmas visões. Toda vez que tentava dormir, via Victor ou cenas dos combates que tínhamos vivenciado e não conseguia parar de tremer. A única coisa que me impediu de enlouquecer completamente foi Zeus.


Parou para olhar para Anahi. Apesar das suas lembranças, sentia-se impressionado pela beleza do rosto dela e pelo dourado do cabelo. Seu semblante mostrava compaixão.


— Nem sei o que dizer.


— Eu também não. Até hoje, não sei o que dizer.


— Você sabe que não foi culpa sua, não sabe?


— Sim. Mas esse não é o fim da história — colocou sua mão sobre a dela sabendo que tinha ido longe demais para parar por ali.


— Victor gostava de falar sobre destino. Acreditava piamente em coisas desse tipo e, no nosso último dia juntos, disse que eu saberia qual seria meu destino quando o encontrasse. Não conseguia tirar esse pensamento da cabeça, por mais que tentasse. Não parava de ouvi-lo dizer isso e, aos poucos, comecei a perceber que não tinha certeza de onde encontrá-lo. Sabia que não estava no Colorado. Finalmente, coloquei a mochila nas costas e comecei a andar. Minha mãe achou que tivesse perdido o juízo. Mas a cada passo que dava na estrada, começava a sentir-me renovado. Como se a viagem fosse o necessário para a minha cura. E quando cheguei a Hampton, sabia que não precisava mais continuar. Era para lá que deveria ter ido.


— Então, ficou.


— Sim.


— E o seu destino?



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Autor(a): Bruna Portilla

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 125



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  • isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:26:10

    E agora pfv, mais >.<'

  • isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:25:38

    oonw, não fique triste, você sabe que eu não te abandono KK' é que eu estou um tanto quanto atarefada em off e por isso não estou comentando. Assim que possível eu comento a fanfic.

  • nataliacphotmail.com Postado em 13/11/2012 - 12:55:36

    Fic inspirada em &quot;Um Homem de Sorte&quot;, amo essa história *--*

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:22:13

    amo sz'

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:21:20

    Como Cada Día &#9829;

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:20:20

    continue, please! :(

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:49

    &#9829;

  • isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:37

    AAAAAAAAA, que coisa boa >.<' KK' agora sim, estou gostando mais ainda da história.

  • isajuje Postado em 02/11/2012 - 11:09:26

    Ah, tudo bem Bruna Portilla, eu entendo. Melhoras pra você, sei como dói ç.ç' já tive infecção na garganta tbm, vê se te cuida, hein?

  • isajuje Postado em 30/10/2012 - 16:50:10

    psé.


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