Fanfic: Como Cada Día - Cancelada
Não me surpreende — retrucou Nana. — Não coloco minha mão no fogo pelo seu finado marido.
— Nana, ele ainda não morreu.
Nana suspirou. — A esperança é a última que morre.
Anahi tomou um gole de café. Era domingo, e elas haviam acabado de voltar da igreja. Pela primeira vez desde o AVC, Nana tinha cantado um pequeno solo em uma das músicas, e Anahi não queria deixá-la perturbada. Sabia o quanto o coral era importante para ela.
— Você não está me ajudando — disse Anahi.
— Ajudar no quê?
— Estava dizendo...
Nana sentou-se do outro lado da mesa.
— Sei o que você estava dizendo. Você já me contou isso, lembra-se? E se você está me perguntando se acho que Christopher realmente tenha entrado na casa de Alfonso, estou simplesmente dizendo que isso não me surpreende. Nunca gostei daquele homem.
— Nossa! É mesmo?
— Não tem razão para ser irônica!
— Não estou sendo irônica.
Nana não parecia ouvi-la.
— Você está com cara de cansada. Quer mais café? Que tal uma torrada de canela?
Anahi balançou a cabeça negativamente.
— Não estou com fome.
— Mesmo assim, é preciso comer. Não é saudável pular refeições, e sei que não tomou café da manhã — levantou da mesa.
— Vou fazer uma torrada.
Anahi sabia que não adiantava discutir. Quando Nana tomava uma decisão, não tinha como fazê-la mudar de ideia.
— E a outra parte da história? E se Christopher teve mesmo algo a ver com... — não conseguiu concluir. Nana deu de ombros e colocou duas fatias de pão na torradeira.
— Sobre colocar os homens para correr? Nada que aquele homem fizer me surpreende. E de certa forma isso explica muita coisa, não é mesmo?
— Mas não faz sentido. Posso nomear pelo menos meia dúzia de mulheres com quem ele tenha saído, e ele nunca nem deu a entender que queria voltar comigo. Por que ele iria se importar com quem eu saísse, ou deixasse de sair?
— Porque ele não passa de uma criança mimada — disse Nana enquanto colocava dois tabletes de manteiga na frigideira e acendia o fogo.
— Você era o brinquedinho dele, e, mesmo tendo ganho brinquedos novos, não quer que mais ninguém brinque com o velho.
Anahi ajeitou-se na cadeira.
— Não sei se gosto dessa analogia.
— Não importa se você gosta ou não. O que importa é saber se é verdade.
— E você acha que é?
— Não foi isso que eu disse. O que eu disse é que não me surpreenderia. E não me diga que você ficou surpresa, também. Eu vejo a maneira como ele a olha de cima a baixo. Me dá calafrios e uma baita vontade de esmagá-lo com a pá de limpar cocô de cachorro.
Anahi sorriu, mas só durou um instante. Quando a torrada ficou pronta, Nana pegou as fatias e colocou-as em um prato. Espalhou manteiga por cima delas e acrescentou açúcar e canela, colocando o prato na frente de Anahi.
— Tome. Coma alguma coisa. Você parece um esqueleto ultimamente.
— Peso a mesma coisa que sempre pesei.
— O que não é o bastante. O que nunca foi o bastante. Se você não tomar cuidado, vai ser levada pelo vento da tempestade — balançou a cabeça ao olhar pela janela e sentou-se novamente.
— Essa vai ser das grandes. O que é bom. Precisamos de chuva. Espero que não tenha nenhum cão uivador no canil.
Uivadores eram cachorros com medo das chuvas, os quais atrapalhavam os outros cães por isso. Anahi percebeu que a mudança no rumo da conversa era uma oportunidade de mudar de assunto. Nana sempre oferecia uma saída, mas, quando Anahi deu a primeira mordida na torrada, percebeu que queria falar sobre mais uma coisa.
— Acho que eles já se encontraram antes — disse.
— Quem? Alfonso e o fracassado?
Anahi levantou as mãos.
— Não fale dele dessa forma, por favor. Sei que você não gosta dele, mas ele ainda é o pai de Lucas e não quero que você se habitue a chamá-lo assim quando Lucas estiver por perto. Sei que agora ele não está aqui...
Nana deu um sorriso triste.
— Você está certa. Desculpe! Não vou falar novamente. Mas o que você estava me falando?
— Você se lembra quando lhe contei que Christopher trouxe Lucas de volta para casa com o olho roxo? Você estava na casa da sua irmã...
— Nana concordou com a cabeça.
— Na noite passada, fiquei pensando nisso. Não percebi na hora, mas, quando Christopher viu Alfonso, ele não perguntou quem ele era. Em vez disso, foi como se tivesse dado um clique, e ele ficou com raiva logo de cara. Disse algo do tipo: "O que você está fazendo aqui?"
— E então? — Nana fez uma cara de quem não estava entendendo nada.
— Foi a maneira como ele disse. Não estava tão surpreso por haver um homem aqui em casa, estava particularmente surpreso por Alfonso estar aqui em casa. Como se Alfonso fosse a última pessoa que ele esperasse ver.
— O que Alfonso diz sobre isso?
— Ele não disse nada. Mas faz sentido, não faz? Que já tenham se cruzado antes, já que ele pensa que Christopher entrou na casa dele?
Autor(a): Bruna Portilla
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Hey leitoras, onde está meus comentários? :[ Estou triste.
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 125
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:26:10
E agora pfv, mais >.<'
-
isajuje Postado em 18/11/2012 - 11:25:38
oonw, não fique triste, você sabe que eu não te abandono KK' é que eu estou um tanto quanto atarefada em off e por isso não estou comentando. Assim que possível eu comento a fanfic.
-
nataliacphotmail.com Postado em 13/11/2012 - 12:55:36
Fic inspirada em "Um Homem de Sorte", amo essa história *--*
-
isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:22:13
amo sz'
-
isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:21:20
Como Cada Día ♥
-
isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:20:20
continue, please! :(
-
isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:49
♥
-
isajuje Postado em 06/11/2012 - 22:19:37
AAAAAAAAA, que coisa boa >.<' KK' agora sim, estou gostando mais ainda da história.
-
isajuje Postado em 02/11/2012 - 11:09:26
Ah, tudo bem Bruna Portilla, eu entendo. Melhoras pra você, sei como dói ç.ç' já tive infecção na garganta tbm, vê se te cuida, hein?
-
isajuje Postado em 30/10/2012 - 16:50:10
psé.