Fanfic: You Can Love Me More Than This? | Tema: One Direction
O sinal havia tocado, anunciando o final das aulas de sexta-feira, e logo os corredores daquele enorme colégio encheram-se de alunos com expressões de cansaço - que mais pareciam zombies – estando eu, infelizmente, entre eles. Dava largos passos, tentando chegar o mais rápido que conseguia ao pátio, mas nada acontece da forma como eu quero, pois fui contra algo suficientemente forte para que os meus livros caíssem ao chão.
-Vê por onde anda, seu vesgo de um raio! - Gritei, baixando-me para apanhar os meus livros. Eu sempre tive uma temperatura alta quando algo de ruim me acontecia, por isso era melhor não haver ninguém por perto nestas alturas, senão seriam precisos dois lutadores de sumo para segurarem-me antes que eu decidisse matar o causador do meu stress, com as minhas próprias mãos.
-Ora ora, vejam só quem nós temos aqui. - Disse uma voz histérica, que eu já conhecia como a palma da minha mão. Sério?! Era só o que me faltava! É pedir muito tentar sair desta escola sem ter que esbarrar com a pessoa que eu mais odeio nessa droga de mundo, e em toda a minha vida?
Acabei de recolher os meus livros do chão e encarei essa pessoa, com um olhar a transbordar raiva.
-O que queres Stefani? - Perguntei, com desprezo. Eu não a suportava, nem a ela nem ao seu namorado Daniel, que antes fora meu, e mesmo depois de tudo o que ele me fez, eu ainda o amava.
-Quero que saias do meu caminho; isso não é pedir muito. - Respondeu, com aquela voz que tanto me irritava. O seu braço estava enrolado ao de Daniel e o mesmo encarava-me, sem dizer nada para me defender, como antes fazia.
-Com prazer, queridinha. Tudo o que é teu dá-me vontade de vomitar. – Disse e dei o sorriso mais cínico que aprendera. Preparava-me para ir embora quando sinto o meu braço a ser puxado.
-Ouve uma coisa, sua invejosa. Quando é que vais perceber que o Daniel me ama? Que ele é meu? Só MEU! - Gritou, chamando a atenção de muitas que passavam por ali, e que pararam para ouvir a discussão...Intrometidos! Metam-se nas vossas vidas, seu bando de desocupados que estão na seca à mais de um ano!
-Stef... - Pronunciou-se Daniel, pela primeira vez. Os nossos olhos cruzaram-se e pude ver a tristeza que aquelas íris castanhas emanavam, mas porquê? Ele trocou-me para ficar com a Stefani e, consequentemente, ser popular. O que ele sempre ambicionou.
-Não, Daniel, essa mosca tem que ouvir tudo o que eu tenho para dizer, para ver se desaparece de uma vez por todas! - Protestou, colocando-se à minha frente. - Tu não passas de uma ninguém, por que não morres de uma vez? Não farias falta nenhuma. Nem os teus pais se preocupam contigo, não é verdade? Pelo que eu sei, eles separaram-se...Provavelmente, a vagabunda da tua mãe traiu o idiota do teu pai com outro homem...Ou mulher. - Disse ela e o "público" começou a rir-se. - Vê se percebes uma coisa: O Daniel está comigo porque eu sou tudo para ele...E já pensaste que, talvez, ele te tenha deixado por não satisfazeres as suas necessidades, se é que me entendes? - Aquela fora a gota d`água. Eu não ficaria ali nem mais um segundo, não deixaria que me insultassem daquela forma. Aquilo era mais do que eu poderia suportar.
Corri pelo corredor até alcançar o banheiro feminino. Entrei e tranquei-me numa das cabines, sentando-me em cima da pia e chorando descompassadamente. Eu não merecia ser o alvo de risadas da escola, eu não merecia estar a passar por aquela humilhação. Por que é que aquilo estava a acontecer comigo? Por que é que eu tinha que sofrer enquanto pessoas como a Stefany gabavam-se por aí? E só de pensar que tudo aquilo era culpa da pessoa que eu amei com todo o meu coração, sentia-me a despedaçar por dentro. Ele nunca mereceu uma pessoa como eu...Ele e a Stefany estavam bem um para o outro...E mesmo assim, ela não o merecia, pois eu ainda o amava, mesmo depois de tudo.
Flashback ON
Acabava de receber uma mensagem de Daniel, o meu namorado, e sorri. Ele era tudo para mim, a única coisa de bom que ainda me restava. Ele conseguia fazer-me sorrir mesmo que a situação não fosse das melhores. Eu poderia estar triste e tentar disfarçar à frente dele, mas ele perceberia na mesma, sem eu ter dito nada. Bastava olhar para ele e eu sabia que nunca poderia ser mais feliz como era agora. Ele sabia tudo sobre mim, até aquilo que eu desconhecia de mim mesma. Daniel conhecia-me melhor que ninguém, até mesmo, melhor que a minha melhor amiga, Sara. Eu sabia que ele era a minha alma gémea, a pessoa com quem eu queria passar o resto da minha vida...Ele era tudo para mim, que até cheguei a pensar se seria real, mas era...Muito, e, até demais, no entanto, eu o amava mesmo assim...Com todos os defeitos e feitios. Ele era a minha vida, parte de mim, daquilo que eu sou.
Como dizia a mensagem de Daniel, preparei-me para ir à sua casa. Não fazia a menor ideia do porquê dele me ter chamado...Talvez, só quisesse passar algum tempo comigo ou algo do género. Poderia ser tudo, menos aquilo. Eu ainda não estava preparada para dar aquele importante passo - não que eu não confie nele, mas ainda é muito cedo -, apesar de que já estamos juntos à oito meses.
Peguei na minha bolsa e saí do meu quarto, descendo as escadas. Preparava-me para sair de casa, quando oiço uma voz a chamar-me.
-Elizabeth, onde vais? - Perguntou a minha mãe. Eu iria ignorar, se ela não tivesse aparecido no corredor principal, com os braços cruzados e uma expressão séria.
-Vou sair, agora isso também é proibido? - Respondi, com uma voz rude, e cruzando também os braços. Eu tinha que viver na mesma casa que ela, interagir com ela, olhar para a cara dela...Isso já não é castigo suficiente? Agora também tenho que informar-lhe sobre quando saio, para onde e com quem vou? Ah, poupem-me!
-Eu sou a tua mãe e... - Interrompi-a, pois já sabia o que ela iria dizer.
-Exigo respeito. - Completei, suspirando pesadamente. - Vou ter com o Daniel. Satisfeita ou queres o questionário completo? - Perguntei, sem a mínima paciência.
-Elizabeth Maria Rodrigues! - Exclamou, evitando dizer aquele nome.
-Tomlinson. - Prenunciei, em parte para irritá-la. - É Elizabeth Maria Rodrigues Tomlinson! Eu ainda tenho pai, mas - e felizmente - a minha mãe morreu! - Gritei, abrindo a porta rapidamente e fechando-a com tamanha brutalidade, que mais de metade do mundo ouviu, literalmente.
Não, eu não iria chorar. Pois isso era o que ela queria; Ver-me triste dava-lhe prazer, ela sentia-se bem quando me magoava, afinal, ela nunca me amara...Se não, nunca teria feito aquilo que fez. Como é que uma pessoa pode mudar tanto de um momento para o outro? Ela sempre foi a pessoa que eu mais adorei em toda a minha vida e, agora, tornara-se na pessoa mais odiada por mim.
Decidi não pensar muito naquele pequeno incidente e concentrei-me no Daniel. Ainda tinha que andar alguns metros até chegar à casa dele, o que não demorou muito - do meu ponto de vista. Abri o pequeno portão, fechando-o em seguida e caminhando até à porta principal. Procurei as chaves no vaso de flores que estava ao lado - que fora o sítio onde Daniel as deixara para sempre que eu precisasse dele, pudesse entrar - e, pouco tempo depois, encontrei-as.
Abri, finalmente, a bendita porta e subi as escadas devagar, pois queria fazer-lhe uma surpresa. Caminhei pelo corredor dos quartos, ouvindo alguns ruídos estranhos, mas não me preocupei muito. Parei em frente ao quarto dele, abrindo a porta lentamente e preparando-me para assustá-lo. Foi então que vi a pior cena da minha vida...Ele estava...
-Daniel... - Sussurrei, com a voz fraca. As lágrimas já se formavam e, segundos depois, rolavam pelo meu rosto abaixo.
-Liz, eu posso explicar! - Exclamou o mesmo. Não, aquilo não me estava a acontecer. Não podia ser verdade!
-O QUE É QUE ESTA FILHA DA PUTA ESTÁ AQUI A FAZER? - Gritei, explodindo por completo. O mesmo olhou-me incrédulo pela repentina mudança do tom de voz e pelas palavras "bruscas" prenunciadas por mim, mas isso não era o principal.
-Acho que não é muito difícil de se perceber...Esta imagem diz tudo por si só. - Disse Stefani, gargalhando alto e fazendo-me compará-la a uma porca prenha.
-Cala-te, Stefani! - Vociferou Daniel, levando as mãos à cabeça em sinal de desespero. Eu não iria ficar ali a olhar para aquilo...Não iria perder a minha dignidade pelo simples facto de chorar à frente dela e dele...Eles não mereciam as minhas lágrimas.
-Pelo que eu me lembro, tu disseste que gostavas de ouvir os meus gemidos. - Ainda pude ouvir o que ela dissera, mesmo enquanto descia as escadas. Saí daquela casa, que presenciou a minha desgraça, de rastos.
Eu não podia acreditar no que acabara de ver...Não conseguia. Toda a minha vida tinha acabado numa fração de segundos. O mundo cor-de-rosa em que eu sempre vivera fora invadido por uma imensa escuridão, na qual eu me afundava cada vez mais. A pessoa em quem eu tinha depositado toda a minha confiança e entregado o meu coração revelou-se ser aquilo que eu nunca imaginara, despedaçando o meu coração com uma faca e cortando-o aos bocados. Já não fazia sentido viver...Não conseguia nem respirar. Preferia morrer do que sofrer daquela forma. Tudo, menos viver, poderia acabar com todo o meu sofrimento.
Flashback OFF
Depois de ter ficado bastante tempo a enterrar-me cada vez mais em lágrimas, ao relembrar o passado que me condenava, decidi sair da cabine, deparando-me com uma rapariga que me olhava fixamente.
-O que foi? Tenho "vádia" escrito na testa? Se não, desaparece! - Gritei, assustando-a - já que era essa a minha intenção. Aproximei-me do enorme espelho, molhando a cara e secando-a com os papéis do rolo. Abri a mala e retirei de lá a minha nécessaire. Passei um pouco de maquilhagem, tentando disfarçar os olhos ainda inchados. Depois de ter feito tudo o que era preciso, peguei na minha mala e saí do banheiro feminino.
-Liz, finalmente, encontrei-te! - Exclamou Sara, a minha melhor amiga. - Fiquei a saber sobre a tua pequena briga com a Stefani. Lamento muito. - Disse ela, abraçando-me.
-Ele não fez nada, Sah. Ele ficou mudo, deixou que a Stefani me humilhasse... - Solucei, tentando controlar-me para não chorar.
-Anda, vamos. - Pediu, encaminhando-me para fora da escola. - Já estás melhor? - Perguntou, assim que acabámos de chegar ao pátio.
-Mais ou menos… - Respondi, suspirando pesadamente. Olhei ao redor, avistando um carro preto, que eu tão bem conhecia. Era o carro da minha mãe. - O que ela faz aqui?
-Ela quem? - Disse Sara, confusa. - Ah, a tua mãe! - Exclamou, calando-se em seguida. - As coisas continuam na mesma?
-Sim, e ficarão assim por um bom tempo. - Proferi, com um tom de voz sério.
-Bom, amiga, espero que tudo se resolva. - Falou Sara, suspirando e abraçando-me. - Vou sentir tantas saudades tuas! - Disse, apertando ainda mais o abraço.
-Calma, são só dois dias. E o fim de semana passa rápido. - Sorri, abraçando-a de volta. O que se passava com ela?
-Já não te lembras? Tu vais viver durante um ano com o teu pai...Preferiste abandonar-me. - Respondeu Sara. Já me tinha esquecido que, devido aos negócios da minha mãe, teria de ir viver com o meu pai em Londres. Tinha tantas saudades dele! Ele era a pessoa que eu mais amava. Sempre fui muito ligada a ele...E quando os meus pais se separaram, há alguns meses atrás, eu queria ter ido viver com ele, mas a minha mãe não deixou.
Bom, para explicar melhor. Eu sou filha de mãe portuguesa e pai Inglês, mas nasci em Londres. Vivi os meus primeiros dez anos de vida lá, até a minha avó materna adoecer, então tivemos que vir para Portugal. Ela acabou por morrer, mas nós não voltámos para Londres...O meu pai achou melhor que eu devia ter, também, uma ligação com a minha outra parte da família.
-Hum...Não fiques assim. Eu adoro-te, sabes disso não sabes? E nós vamos falar todos os dias...Nas férias de Verão tu vais visitar-me. - Tentei acalmá-la, pois ela já chorava. Depositei um beijo na sua testa e ficámos abraçadas durante algum tempo.
-Está bem. Eu também te adoro, muito! - Disse, afastando-se. Caminhei em direção ao carro, entrando e sentando-me no lugar ao lado do condutor.
-Olá, filha. - Saudou a minha mãe, sorrindo e, por incrível que pareça, sorri de volta. É, hoje eu tinha motivos para sorrir, pois finalmente iria ver-me livre dela...Pelo menos, durante um ano. E muita coisa poderia acontecer durante esse tempo.
Autor(a): lizza
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Saí do carro apressada em tirar as minhas malas do porta-bagagens. Estava ansiosa por voltar a ver o meu pai e, consequentemente, Londres. Admito, eu prefiro mil vezes aquela maravilhosa cidade inglesa do que Portugal. Já estou cá à seis anos e, a cada dia que passa, sinto mais saudades da terra onde nasci e vivi a maior parte da minha vida. Como ...
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