Fanfic: You Can Love Me More Than This? | Tema: One Direction
Saí do carro apressada em tirar as minhas malas do porta-bagagens. Estava ansiosa por voltar a ver o meu pai e, consequentemente, Londres. Admito, eu prefiro mil vezes aquela maravilhosa cidade inglesa do que Portugal. Já estou cá à seis anos e, a cada dia que passa, sinto mais saudades da terra onde nasci e vivi a maior parte da minha vida.
Como ia a dizer…Retirei as minhas malas do porta-bagagens. A minha mãe queria ajudar-me, mas afastei-a. Desejar que ela me deixe em paz é pedir muito? Entrei no aeroporto, lotado de pessoas…Não preciso dizer o quanto odeio um monte de gente junta, pois não? Ótimo, é bom saber que vocês me compreendem. Fica mais fácil de comunicarmos.
Tentava evitar, a qualquer custo, de esbarrar em alguém. Sentei-me num dos bancos da zona de espera, peguei no meu iphone e coloquei os phones no ouvido. Estava a passar a música Warrior dos B.A.P. Não que eu fosse uma grande fã de música K-pop, mas uma amiga indicara-me esta música e eu adorei simplesmente.
Senti o meu braço a ser cutucado e virei-me para o lado. Era a minha mãe. Suspirei pesadamente e retirei os phones.
-Ouviste o que eu disse? - Ela perguntou, com uma voz séria.
-Queres que eu seja sincera ou hipócrita? - Respondi, sorrindo cinicamente.
-Eu vou ignorar, só desta vez, porque vou ficar sem ver a minha filha durante muito tempo. - Disse a minha mãe, abraçando-me. Ah, só uma coisa que eu realmente odeio demonstrações de afeto em público, principalmente, quando estão ligadas a mim e à minha mãe.
-E isso incomoda-te? Se sim, temos pena, porque eu nunca me senti tão feliz por saber que vou estar a quilómetros de distância de ti. - Sorri, realmente feliz.
-Sabes que mais? Já chega! Estou farta de tentar resolver as coisas entre nós, mas tu nunca me dás uma oportunidade! Eu não tenho culpa…As coisas não podem ser sempre como tu queres! - Disse, levantando o tom de voz.
-NÃO TENS CULPA? Tu destruíste a nossa família! Eu nunca te vou perdoar! - Gritei, com toda a raiva que sentia dentro de mim.
-Filha… - Murmurou, com os olhos a lacrimejar, sendo interrompida pela mulher do microfone, que anunciava a breve partida do avião.
-Eu deixei de ser tua filha à muito tempo. - Disse, pegando na minha mala e indo fazer o check-in.
-Espero que algum dia me possas perdoar. - Ainda pude ouvi-la dizer aquilo. Ah, mas bem podes esperar sentada, ou até mesmo deitada, pois eu nunca te irei perdoar.
Depois de fazer tudo o que era preciso, deixaram-nos entrar no avião. O meu lugar era o 26A e dirigi-me até ele. Coloquei os meus phones e estava a passar a música Fuckin’ Perfect da P!nk. Estava muito bem sozinha quando o meu companheiro do lado esquerdo decidiu chegar. Nem me atrevi a olhar para ele, talvez fosse um velho tarado…Mas, para um velho, ele cheirava muito bem.
-Oi… - Ouvi uma voz masculina ao meu lado. O volume da música não estava muito alto, por isso, foi possível ouvi-lo. Virei-me a contragosto e surpreendi-me com o que vi.
-O-olá. - Gaguejei, meio atordoada. Eu estava redondamente enganada, ele era muito jovem e bastante lindo!
-Sou o Peter…ou Pedro, como preferires. - Apresentou-se, estendendo-me a mão e apertei-a, sorrindo ligeiramente.
-És inglês? - Perguntei, interessada.
-Nasci aqui, mas sempre vivi em Londres…E tu também tens um sotaque invulgar. - Comentou, fazendo-me rir.
-Também sou inglesa e, finalmente, vou voltar para Londres! - Desabafei, realmente contente. - Já agora, chamo-me Elizabeth, mas trata-me por Liz. - Sorri.
Passamos toda a viagem a conversar, só parámos quando a velha ao meu lado direito resmungou e, mesmo assim, esperámos que ela adormecesse para continuarmos. Peter era um rapaz muito divertido, engraçado, bem-disposto…Trocámos muitas confidências durante este tempo todo. Sentia-me bem ao pé dele, como nunca me sentira desde que Daniel despedaçara o meu coração.
As horas demoravam uma eternidade a passar, parecia que o tempo tinha simplesmente parado, para que eu aproveitasse a cada detalhe aquele maravilhoso momento. Mas - mais uma vez - como tudo não é como queremos, uma voz interrompeu-nos, anunciando que o avião pousaria dentro de alguns minutos.
Até pudermos sair do veículo aéreo houve a mesma confusão de sempre, mas logo consegui sair. Eu e Peter fomos juntos pegar as nossas malas. Fomos o caminho até à porta a conversar, evitando a todo o custo o momento da despedida.
-Bom, acho que é aqui que tudo acaba. - Proferi, triste. Eu já o considerava um grande amigo.
-Enquanto estivermos no mesmo país, iremos encontrar-nos muitas vezes. - Respondeu, sorrindo. Ele era um fofo!
-Então…Até breve. - Retribuí, com um sorriso de orelha a orelha. Ele surpreendeu-me, completamente, quando se aproximou de mim e deu-me um beijo na bochecha.
Vi-o a distanciar-se de mim e a aproximar-se de algumas pessoas, que supostamente seriam da família dele. Logo, ele saiu do aeroporto e voltei à minha vida.
Esperei no mesmo lugar pelo meu pai, que nunca mais chegava. Será que ele se esquecera de mim? Ele era um homem muito ocupado e de negócios…Não, ele nunca se esqueceria de mim! Eu sou a única filha que ele tem.
Vi um homem alto, com um corpo bem estruturado - apesar de estar coberto pelo fato preto - e de óculos a aproximar-se de mim. O medo que eu estava a sentir era tão grande, que comecei a afinar as cordas vocais para gritar.
-Elizabeth Mary Ro…dri…Tomlinson? - Perguntou em inglês, tentando prenunciar o meu nome, o que me fez rir. E, espera aí, por falar em nomes, como é que ele sabia o meu? E quem era ele?
-Sim, sou eu. E quem é o senhor? - Disse, de volta, sendo educada. - E já agora, é Elizabeth Maria Rodrigues Tomlinson. - Completei e ele fez uma careta, fazendo-me rir.
-Fank, guarda-costas pessoal do Sr. Tomlinson. - Respondeu. Meu guarda-costas ele não era de certeza, pois as minhas costas não precisavam de proteção.
-E…? - Falei, incentivando-o a continuar.
-O seu pai pediu-me para vir buscá-la. - Ai, que chique! Guarda-costas e tudo. - Ele foi a uma viagem de negócios, urgente, hoje de manhã. O Sr. Tomlinson pediu-me para dizer-lhe que lamenta muito e que voltará assim que puder. - Quando ele disse aquilo, o sorriso do meu rosto desapareceu, formando uma expressão carrancuda.
-O quê?! Não pode. Não acredito! - Protestei, levantando o tom de voz e batendo com o pé no chão.
-Ele já sabia que isto ia acontecer, então disse-me para ligar caso a senhorita não aceitasse. - Completou, tirando o telemóvel do bolso e entregando-me, depois de digitar o número. Falei com o meu pai e ele explicou-me tudo.
-Então, para onde vou agora? - Questionei, tentando conformar-me.
-Hum…Segundo as instruções do seu pai. A senhorita vai ficar o tempo necessário com o seu primo Louis Tomlinson. - Informou.
Ah, Louis! Tinha tantas saudades dele. Desde que fui para Portugal, nunca mais nos falamos…Ele era o meu guardião. Protegia-me sempre das meninas lá da escola que se metiam comigo. Era ele que lutava com os rapazes por tirarem sempre o meu lanche, pois como ele era quatro anos mais velho que eu, eles obedeciam-no porque tinham medo. Era Louis que me levava para a escola e me trazia para casa. De todos os meus primos, ele era o meu preferido…Tivemos uma grande história juntos.
-Ok. Vamos. - Disse, sorridente, dirigindo-me ao carro, que afinal era uma limusina. Isso sim, era muito elegante!
A viagem até ao tal estúdio onde Louis estava não demorou muito. Eu sabia que ele era famoso, apesar de não nos falarmos, o meu pai sempre me informava da minha família de Inglaterra. Para além de que os One Direction agora eram conhecidos mundialmente e a minha melhor amiga era uma fã totalmente descontrolada.
Pelos vistos, todos já sabiam da minha chegada, pois deixaram-me entrar com facilidade. A sala onde eles se encontrariam para gravar alguma música estava vazia. Nela havia um enorme piano, que me deixou encantada. Eu sempre adorei tocar piano e cantar, mas eu tinha pavor de cantar em público…Isso é um trauma que tenho há muito tempo, mas depois eu explico…
Aproximei-me do piano, encostei as minhas malas ao lado dele e comecei a tocar enquanto cantava Who you are da Jessie J:
I stare at my reflection in the mirror
(Eu olho para o meu reflexo no espelho)
Why am I doing this to myself
(Porque estou a fazer isso comigo mesma?)
Losing my mind on a tiny error
(Perco a minha cabeça por um pequeno erro)
I nearly left the real me on the shelf
(Eu quase deixei o meu verdadeiro eu na prateleira)
No, no, no, no
(Não, não, não, não!)
Os meus dedos flutuavam pelas teclas do piano, à medida que a minha voz ecoava pela sala. Sentia-me num mundo completamente diferente, onde todos os meus problemas simplesmente não existiam. Era tudo tão simples quando eu cantava…Era através da música que eu conseguia expressar-me.
Don’t lose who you are in the blur of the stars
(Não perca quem você é no borrão das estrelas)
Seeing is deceiving, dreaming is believing
(Ver é enganar, sonhar é acreditar)
It’s okay not to be okay
(Tudo bem se não estiver bem)
Sometimes it’s hard to follow your heart
(Às vezes é difícil seguir o seu coração)
Tears don’t mean you’re losing
(Lágrimas não significam que você está perdendo)
Everybody’s bruising
(Qualquer um se magoa)
Just be true to who you are
(Apenas seja fiel a quem você é)
Terminei com uma nota suave, fechando os olhos e sentindo o efeito que a música tinha em mim. Estava perdida nos meus pensamentos quando ouvi alguns aplausos e uma voz ecoar por todo o estúdio.
-Uau! Tens uma voz incrível… - Não sei porquê, mas nesse momento o meu coração falhou uma batida, a minha garganta ficou seca sem mais nem menos e eu não conseguia mexer-me, nem para encarar o dono daquela voz encantadora.
Um silêncio mortal atingiu a sala, mas logo foi quebrado.
-Hey! Está tudo bem contigo? Ficaste paralisada e… - Numa incrível fração de segundos ele já estava ao meu lado, tocando no meu ombro, o que me fez olhá-lo de imediato, quase automaticamente.
Os seus olhos castanhos, com um certo brilho, cruzaram-se com os meus, fazendo-me entrar numa espécie de transe. O rapaz à minha frente era lindo, e constatei isso apenas por olhar nos seus olhos. Fui descendo com o olhar pelo seu rosto. Ele tinha medidas perfeitas, o que me fez suspeitar se ele não fosse um ser do outro mundo…Ele só podia ser um anjo com aqueles olhos hipnotizantes, nariz perfeito, lábios carnudos e bem definidos…Ou, então, um Deus Grego.
-O que se passa aqui? – Uma outra voz ecoou na entrada, fazendo-me voltar à realidade. Logo, eu e o garoto desconhecido à minha frente levámos os nossos olhares até lá, vendo três rapazes: dois deles com uma expressão confusa e o outro com um sorriso de orelha a orelha, e não pude evitar sorrir também.
-Lou! - Gritei, correndo na sua direção e abraçando-o. Ele apertou-me com a mesma intensidade, girando-me no ar. Eu adorava quando ele fazia aquilo, sentia-me bem…Em casa, só com aquele abraço.
-Também tive muita saudades tuas, Small princess! - Era assim que ele me chamava. Louis sempre disse que eu era uma princesa. A sua princesa.
-Alguém pode explicar-me o que se passa aqui? - Perguntou o rapaz loiro de olhos azuis, que era muito bonito por sinal. Louis pousou-me no chão, continuando a abraçar-me.
-Pessoal, esta é a minha prima Liz, aquela que eu disse que chegaria hoje. - Apresentou-me e sorri.
-Prazer. - Disse de volta, apertando a mão do loiro, que se chamava Niall e depois do moreno com o nome de Liam. Só faltava ele.
-E, por fim, este é o… - Louis tentou dizer, mas foi interrompido.
-Zayn, e o prazer é todo meu. - Respondeu, caminhando na minha direção lentamente – pelo menos era assim que eu o via - como se tentasse provocar-me, e estava a resultar. Ele pegou na minha mão e beijou-a delicadamente, fazendo todo o meu corpo estremecer. Mas o que diabos se passa comigo?
-Assim eu fico apaixonada! - Brinquei, tirando algumas risadas de todos.
-É mesmo essa a intenção… – Esboçou um sorriso brincalhão, que apenas serviu para deixar-me ainda mais sem ar.
-Ok, pessoal! Que tal irmos para casa? - Perguntou Liam, chamando a minha atenção.
-Ótimo! Estou muito cansada, preciso de repouso. – Proferi, fazendo uma careta e indo pegar as minhas malas. – Esperem…Vocês não eram cinco? – Questionei, sentindo a falta de alguém. Nos posters de Sara eu tinha a certeza absoluta que sempre via cinco rostos diferentes e sorrindo.
-E somos; o Harry não está aqui. - Observou Niall.
-Ele deve estar recuperando de uma noite muito longa. - Respondeu Zayn e todos se riram, menos eu, que não percebi nada.
-Ok, seja qual for o motivo da vossa risada, eu quero conhecer a minha nova casa! – Exclamei animada, passando por eles rapidamente e dirigindo-me à saída. No caminho para casa conversámos sobre tudo e, de volta, eles faziam perguntas sobre mim, principalmente o Zayn.
Eles eram muito acolhedores e simpáticos, foi praticamente impossível não familiarizar-me rapidamente.
Chegámos a uma casa, que passava despercebida entre as outras, e todos carregaram as minhas malas, menos eu, é claro. Abri a porta com a chave de Louis e fiquei a segurá-la, esperando que todos entrassem.
-Mas por quanto tempo ficarás aqui, Liz? Era preciso trazer essas toneladas todas que você apelidoucarinhosamente por malas?! - Resmungou Niall, por uma coisa diferente dessa vez, pois ele havia passado o caminho todo pedindo por comida.
-Um ano. - Respondi, dando de ombros. - Bom, eu vou subir. Estou muito cansada. – Proferi.
-Mas tu não fizeste nada. Nós é que carregámos as tuas coisas! - Exclamou o loiro, mais uma vez, enquanto eu subia as escadas.
-Então vai comer para repor as energias. - Sugeri, sabendo do seu enorme apetite para a comida.
-Já estou a gostar da tua prima, Louis. - Pude ouvir a frase de Niall e sorri. Entrei no corredor e abri a primeira porta do lado direito, verificando que o quarto já estava ocupado, depois a do lado esquerdo e nada, por fim, abri a segunda porta do lado direito e os meus olhos arregalaram-se por completo.
-AAAHHH! - Gritei, sem saber mais o que fazer.
Autor(a): lizza
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).