Fanfics Brasil - O Início Domado Por Um Segredo

Fanfic: Domado Por Um Segredo | Tema: Original


Capítulo: O Início

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O Início...


04 de Março de 1990


Estou de pé, olhando fixamente o vento soprar nas árvores. O clima está frio, porem ainda não é, totalmente, inverno. O som dos pássaros, pequenos sons de insetos um pouco maiores do que o normal, pessoas andando bem distante, tudo isso ecoa em meus ouvidos. Hoje é o meu aniversário de 11 anos, e tenho certeza que meus pais estão me esperando com um grande café da manhã lá embaixo.


Apesar de morar na vila Lobos, comandada pela gangue EvilBoys, ainda sinto um pouco de orgulho por morar em um lugar muito tranqüilo. O último fato aterrorizador que aconteceu aqui, segundo meus pais, foi há 10 anos atrás. Tudo começou quando os ‘Big Monsters’ – ou, somente, bM – invadiram Lobos e começaram a atear fogo nos barracos, que na época ainda existiam aqui. Mas nem gosto muito de lembrar dessa história, só quero curtir, finalmente, o meu dia.


Pego minha roupa, e entro no banheiro do meu quarto. Não demoro nem 10 minutos porque sou interrompido por um forte e, ao mesmo tempo, assustador barulho de gritarias e tiros. Meu coração quase sai por minha boca quando percebo as árvores – que agora pouco eram cercadas por pássaros cantores – em chamas. Vejo pessoas se aproximando da minha casa ensangüentadas, com parte do corpo totalmente capaz de atrair urubu pelo simples fato de está em carne e osso. A visão macabra que estou tendo, nesse exato momento, da paisagem que apreciava agora pouco está causando imensos sustos dentro do meu corpo. Meu cérebro já não recebe mais as informações corretamente. Tudo aconteceu tão rápido.


Não paro para pensar e logo desço, rapidamente, a escada. Meus pais estão em desespero, meus irmãos e minha irmã idem. Paro para perceber que estou quase desmaiando devindo a tudo que vi lá em cima. Acho, até, que meus pais esqueceram do meu aniversário. Porem meu pensamento é negado até minha mãe começar:


– Felizes aniversário, querido! Desculpe-me, mas eu não sabia que isso ia acontecer.

– Obrigado de qualquer forma.

– Vamos ficar todos juntos e, principalmente, manter a calma. – Diz meu pai, cortando a cena tensa em que fiquei olhando sem dizer nenhuma coisa para minha mãe.


– Manter a calma? – Pergunto.

– Ao menos tente. – Diz meu pai, com o maior nervoso do mundo.


Eu realmente estou com medo de que alguma coita aconteça com todos nós. Estou ciente que Anne, a minha prima que mora no início da vila, nas espaçou desse ataque. Quem será que está fazendo isso? Seria os bM? Tenho quase certeza que sim. Até o exato momento não conheço mais nem uma outra gangue que seja ‘rival’ dos eB (EvilBoys).


A luz foi cortada, e a sala ficou em completo breu. A única saída foi acender velas para todos os cantos, já que o ambiente não tem janelas para entrar luz do sol, pelo incrível que pareça. A sala está repleta de vela, mas mesmo assim não é o suficiente para deixar tudo em perfeita ordem. Ainda continuo esperando que nada aconteça, pelo menos com a minha família.


Parece que o forte barulho que escutávamos há minutos atrás parou. Minha mãe, meu pai, eu e meus irmãos estamos ajoelhados frente a uma imagem que minha mãe ganhou na igreja. Estamos pedindo com toda força a Deus que tudo fique tranqüilo. Mas a imagem não é certamente adequada, é apenas a foto da minha mãe e meu pai em frente a uma igreja antiga. Acredito que possa funcionar, rezo para que funcione, na verdade.


Após longos minutos de pura tenção, ouvimos passos se aproximando, calmamente, de nossa porta. Causando, obviamente, pavor. Ouvimos algumas vozes, e uma delas eu reconheço. Maiky Ornetty. Chefe da gangue... EvilBoys. Será que eles conseguiram acalmar a situação e estão vindo nos tranqüilizar? Já que esse pensamento é o mesmo de todos, me ofereço para subir até o quarto de meus pais e pegar uma câmera para meu irmão mais velho relatar o momento. Talvez ele queira enviar o vídeo para a TV, mas não questiono, e subo rapidamente.


Da janela do quarto do meu irmão Miguel, o mais velho, consigo ver apenas árvores. Isso afirma que a nossa é a última casa da vila, fazendo com que, do quarto dele, não tenha nenhum tipo de visão de Lobos. Acabo esquecendo o que eu ia pegar observando as árvores e, finalmente, respirando com a sensação de ter sido, de alguma forma, salvo.

Só foi pensar em ser salvo que escuto um enorme barulho, que chegou a rachar a parede de gesso, e derrubar as janelas. O foi isso? Minha mente volta na visão macabra que tive há, mais ou menos, 1 hora. Será que aconteceu algo grave na vila novamente? Não paro para pensar e corro em direção a escada.


Minha passagem direta é impedida por alguns pedaços de madeira caída, e degraus levantados. Minha visão, agora, é a pior possível. O forte barulho que escutei foi usado contra minha família. Oh, não acredito. Os eB mataram meus pais e meus irmãos. Não pode ser. Como fui estúpido em deixá-los sozinho? Mesmo com pouca idade, eu gostaria, ao menos, de estar ao lado deles o todo o momento. A fixa ainda não caiu.


É só eu correr para fora que sou encontrado por eles, os eB. Será que eles também querem me matar? Será que fui, de algum modo, alvo deles ao invadirem minha antiga casa? A sensação que tenho agora é de jogar todos em uma extensa larva, e ainda afogá-los nela. Estou com muita fúria, muita mesmo. Isso não pode ser verdade. Eu perdi meu porto seguro. Eu perdi tudo aquilo que eu tinha nessa droga de vida. Agora sim posso considerar esse o meu ‘pior aniversário de todos’.


– Aí está você. – Diz Maiky.

– Por que?

– Estávamos de procurando. – Continua Jorge, irmão de Maiky.

– Para me matar, também?

– Que isso, garoto. Óbvio que não.

– Vocês sabem que eu odeio vocês, não sabem? - Digo, sem medo.

– Sim, sabemos. Você tem que entender que isso foi para mostrar que ainda estamos no comando. – Explode Maiky.

– No comando de quem? Bom, até meu conhecimento vocês mataram todos.

– Isso não é assunto para a sua idade. Apenas venha conosco.

– Não, eu não vou. Prefiro morrer de fome e sozinho, do que com má companhia.

– Você vem com a gente. John ‘tu’ é a nossa nova aposta para o futuro!

– O novo bandido pra gangue de vocês? Não, obrigado – Digo.

– Para um ‘moleque’ da tua idade, ta querendo escolher demais. ‘Tu’ vem com a gente e não se fala mais nisso. – Diz Patrick, outro membro da gangue.

– É isso mesmo. Nós precisamos você agora, pequeno esperto.

– Caso não aceite vir, sabemos da existência da sua avó Mel, dos seus tios, da sua amada prima e blá blá blá. Você viu do que samos capazes de fazer, então não escolha ficar. – Explode Maiky, já estressado.

– Não toquem no resto da minha família. – Peço, estressado.

– Você vem?

– Vou – Digo, tendo certeza que vou me arrepender.

– Ótimo, ‘moleque’. – Diz Maiky, satisfeito.



14 de Dezembro de 1990


Um pouco mais de oito meses que estou junto com os eB. Até agora nada me aconteceu, ainda bem. Eles vivem falando coisas fora do meu conhecimento, mas eu sempre acabo lembrando dos meus pais, meus irmãos e da eterna Lobos, que nunca sairá do meu coração.


– Acho que essa é a hora. – Diz Maiky.

– Que hora? Hora de que? – Digo, assustado.

– Acalme-se. É apenas a hora de te contarmos a realidade.

– Prossiga, né. – Digo.

– Então, John. Não temos a Lobos sob nosso comando. Os bM comandam aquela região. Eles estão arrumando um líder, só para disfarçar quando passar por autoridades. E já que temos você a disposição, ‘tu’ será o nosso líder. De brincadeirinha, mas na hora de autoridades, ‘tu’ já sabe.

– Eu posso recusar o convite?

– Não.

– Então tudo bem. – Concordo, com a certeza que minha vida só tem a piorar.

– Muda essa cara... Agora ‘tu’ tem o poder.

– Essa foi à única cara que Deus me deu.

– Ih, já vi que acordou estressado – Diz Maiky, encerrando a conversa.


Eu, líder? Não consigo pensar que cheguei a ponto de cair no mundo das ‘gangues’. Meus pais não gostariam disso se estivessem aqui, mas já que minha vida ‘acabou’, nada custa tentar, mesmo com apenas 11 anos de idade.



“A minha vida mudou, agora faço parte dos eB. Sinceramente não sei qual é o meu futuro... Se eu tiver futuro, é claro. Apenas quero que tudo isso seja um pesadelo”, John.



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Autor(a): victorlucas

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