Fanfics Brasil - Capítulo 03 Minha Rainha Branca de Neve

Fanfic: Minha Rainha Branca de Neve


Capítulo: Capítulo 03

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Capítulo III



Preciso acordar e não me notar, preciso vencer sem sequer ganhar,preciso precisar sem sequer ter. Eu quero ser e não perceber vou te amar e não te ter, entender sem estudar. Me ensina a tirar essas marcas e encontrar ... o meu verdadeiro ... me ensina. Vou te olhar de frente então, enfrentar a contradição, sem minha máscara vou sorrir. marcas de uma educação, ranços de uma herança que se vão, o poder de observar... observar e não ter poder, um verbo que devo calar , as palavras que você não vai ler... me ensina a tirar essas marcas e encontrar... o meu verdadeiro... me ensina. e agora amor, vou poder ser feliz , esqueci teu nome.seremos eu de verdade, esqueci meu nome. e aprenderemos diariamente a desaprender e a viver como realmente somos.


 


 


 



Apesar das lágrimas embaçarem sua vista, ela soube muito bem o caminho para sair de dentro da casa. Seguiu apressada para o jardim do recinto, escolhendo um canto afastado e meio escondido. Sentou-se em baixo de uma árvore, abraçou as pernas e iniciou um choro forte e cheio de soluços.
Jasmim nunca fora uma mulher de chorar em meio aos insultos, mas aquelas palavras só haviam sido um empurrão para as lágrimas, que se seguravam para não cair perante as zombarias e humilhações feitas por outras pessoas no decorrer de sua vida.
Aos 13 anos, ainda tinha uma vida ao lado dos pais. Quase sempre seu pai conseguia trazer comida para casa, mas nunca tinha dinheiro para o lazer. Viviam de favor em um barraco na periferia, onde o pouco que ganhava ia para a alimentação e as contas.
Mas, quando tudo estava melhorando, tinha que acontecer algo para estragar a vida de Jasmim. Assim pensava ela.
Alem do fato da professora aposentada ter morrido, seus pais foram vitimas de um assalto. Os ladrões roubaram o pouco que tinham e, para não ter testemunhas, atiraram a sangue frio no Sr. e Sra. Fernandes.
Jasmim havia sido levada para um orfanato precário e sem qualquer apoio financeiro, alem da verba enviada pelo governo. Sofreu verbalmente e fisicamente com palavrões e pancadas. Fora lá que aprendera a ser grossa e brigona. Também foi onde descobrira o quão cruel um ser humano possa vir ser.
Mesmo assim, acreditava em um futuro melhor. Em casar-se e ter filhos um dia. Em poder ler e escrever e ter quem a protegesse do mal que surgia no seu dia-a-dia.
__Jasmim.
Ela levantou a cabeça devagar, ao ouvir a voz rouca e severa que soara do alto de sua cabeça.
__Senhor... Eu... Eu não tive culpa.
__Volte ao trabalho, e engula o choro.
__É que...
__Apenas me obedeça. Chorar não irá te levar a lugar nenhum. Só irá deixar seus olhos inchados e vermelhos.
__Sim senhor.
Arthur virou-se para a casa, e seguiu para dentro da mesma. Jasmim se levantou, enxugou o rosto e ergueu a cabeça. “Chorar limpa a alma.” Pensou ela.


Enquanto o sol brilhava no auge da primavera, Jasmim sofria calada. O verdadeiro motivo de seus encontros após o expediente, não era revelado por falta de autorização de Arthur. Fazendo com que Jasmim recebesse os olhares reprovadores das outras moças da casa. Não criara amizade com ninguém, pois nenhuma delas lhe queria o bem. Todas sabiam o quão rico Arthur era, e saber que uma réris empregada e, ainda por cima, analfabeta, chamava mais atenção do que elas que estavam ali há muito mais tempo. Que eram mais inteligentes e que se arrumavam melhor, que eram mais lindas do que ela.
Mesmo assim, Arthur continuava. Ele sabia que era assim, mas não iria abrir mão de sua rainha. Não permitiria que seus planos fossem jogados pela vidraça imunda. A teria a qualquer custo. “Quer ela queira ou não.”
__Leia este parágrafo para mim Jasmim.-Disse Arthur entregando a ela, um trecho de uma história.
Enquanto ela lia, com muita dificuldade, Arthur observa o quanto a veia dela se alterava perante ao esforço. Era mais do que óbvio que Jasmim era carente de carinho, amor e atenção. Isso tudo e muito mais, ele pretendia dar-lhe.
Assim que a aula terminou Arthur a deixou ir.
__Posso entrar, senhor?-Disse Henry.
__Sim.
__Obrigado.
Henry entrou e se sentou na cadeira em frente a do patrão.
__Ela é perfeita.
__O que disse senhor?
__Jasmim, Henry.
__Ah! Imaginei que fosse dela mesmo.
__Vamos começar a por o plano em prática. Já fez o que te pedi?


__Sim, sim. Graças à assinatura dela no contrato, ficou tudo mais fácil. – Henry fez uma pequena pausa, olhou para o seu patrão, e franziu o cenho – É isso mesmo? Depois que fizermos, não será possível voltar atrás!
__Tenho total certeza dos meus atos, meu caro Henry.
__Desculpe senhor. Mas desta vez...
__Tenha a certeza de que estou correndo atrás do que me faz feliz.
__Nesse caso...! Não tenho nada o que dizer.


 


♣♣♣



Arthur estava pronto para dormir. Tinha dentro de si, que aquela seria uma das ultimas noites que passaria só. Logo, ele teria a sua rainha ao seu lado. Mas para isso, era extremamente necessário, pensar em como fazer com que ela o amasse.
Jasmim sentia medo de Arthur, apesar de ser eternamente grada a ele. Isso ele via em seus olhos, e nos pequenos gestos.
Já a vira chorando pelos cantos, mas ela preferia engolir o choro, a confiar nele todos os problemas que lhe afligia.
 “Isso vai mudar” Pensava ele.


♣♣♣


 


No meio do salão, Jasmim dançavam exuberante com seu vestido de seda, cor salmão. Os cabelos cuidadosamente presos em um coque onde duas mechas laterais pendiam em seu rosto. E com um par de luvas de coloração mais clara do que a do vestido.


Arthur sentia a delicadeza dos movimentos graciosos dela, enquanto mantinha seu braço direito envolto da cintura feminina, e a mão esquerda mantinha-se entrelaçada a dela, flutuavam pelo salão. Arrancavam olhares masculinos e invejosos, perante o que Arthur dizia sempre com um largo sorriso: Você pertence a mim, minha rainha branca de neve.
Apesar de aquelas palavras soarem com ar de possessão, Jasmim apenas assentia, respondendo sempre com um sorriso submisso.


♣♣♣




Arthur acordou suado, tocando o outro lado da cama. Talvez, ao fazer isso, veria que tudo aquilo não fora um simples sonho, que ela estaria ali, nua envolvida nos lençóis brancos e semitransparentes. Mas nada disso era verdade, e isso o machucava.
__Branca de neve! Por que branca de neve? – Indagou em um murmúrio.


Relutante, afastou aqueles pensamentos. Precisava focar suas ideias em seu principal objetivo.
 “Uma rainha não é rainha, sem o seu castelo.” Pensava ele.
Os dias que se seguiram, era tensos e cautelosos. Era preciso mais do que cuidado, para conseguir levar os seus planos adiante, sem levantar a suspeita de ninguém.

Sentado à mesa enquanto tomava seu café da manhã, Arthur ouvia o relatório feito por Henry sobre o estado geral da casa.
__Bom, é isso!-concluiu Henry.
__Entregue os salários para os outros, e diga a Jasmim que não precisa ir à minha sala hoje. Vou ter que ir à cidade.
__Que? Como, se o senhor nunca sai?!
__Vou resolver aquele nosso assunto.
__Certo! Ainda sim...
__Eu não me lembro de ter pedido sua opinião.
__Desculpe senhor.
Apesar de não fazer o tipo de homem que não saia muito, não admitia motoristas para ele. Quando saia, preferia ele mesmo dirigir e assim fora feito.
Estacionou seu Volvo em frente ao banco, e adentrou o luxuoso recinto. Dirigiu-se para a sala do gerente, onde conversaram sobre o mundo dos negócios. Especificamente, os seus negócios.
Arthur era dono de uma rede de empresas mundial. Hotéis, pousadas, restaurantes, e etc. Tudo complementava sua vasta lista de propriedades. Mesmo assim, as controlava de longe. Recebia constantemente relatórios do estado de cada uma, e tomava as suas decisões baseadas em cada parágrafo que lia.


Mas naquele dia, estava ali para negociar algumas vendas. Fazia tempo que o banco pedira-lhe uma sociedade, ou a permissão para comprar algumas das empresas, no entanto, Arthur nunca cedera nada.
__Então, por que resolvera mudar de ideia agora?-Indagou o gerente.
__Vou me casar, e irei mudar para um local mais calmo e distante. Não terei como lidar com todas essas empresas, que consomem o meu tempo.
__Entendo perfeitamente!
Depois de conversarem um pouco mais, Arthur seguira para um local menos formal. Era um galpão onde funcionava uma oficina mecânica. Deixara seu Volvo sofrendo uma revisão, e entrara no escritório para conversar com o proprietário.
__Estão prontos?-Indagou Arthur, para um homem baixo e corpulento.
__Estão. Aquele contrato assinado por ela foi uma mão na roda!
__Essa era minha intenção.
__Aqui esta. Titulo de eleitor, CPF, RG, Carteira de trabalho, Certidão de nascimento e Passaporte.
__Ótimo.
__E estes são os seus. Como ficou?
__Perfeito.
__Bom, agora vê se me esquece. Já cumpri minha parte no acordo, e é a sua vez de fazer isso.
__Não precisa me dizer o que devo fazer. Sei muito bem disso, afinal, sou um homem de palavra.
__Ok, ok senhor de palavra. Agora saia da minha humilde espelunca.
Arthur não dissera nada. Jogara um maço de dinheiro em cima da mesa, e se retirou do escritório fedido a mofo.


Já passava das 18h00min, quando ele chegara a sua mansão. Não encontrara Jasmim por lá, o que era previsto sendo que não teriam aula naquele dia.
__Boa noite senhor, quer que eu mande servir o jantar?
__No meu quarto Henry.
__Sim senhor. Como foi o dia?
__Cansativo. Sem mais perguntas, irei tomar um banho agora.
__Certo.


♣♣♣




Jasmim entrara no supermercado com o folheto do mesmo. Agora que estava aprendendo a ler, qualquer alvo de leitura era uma perfeita maneira de treinar. Ela procurava ler em todas as horas vagas, fazendo com que ela aprendesse mais rápido que a média. Agora sabia muito bem o que queria dizer aqueles nomezinhos tão enfeitados no alto das prateleiras. E o que os panfletos queriam passar com um tanto de nomes coloridos acompanhados de números.
__Massas- Sussurrou para si mesma, ao ver o nome na placa no alto de um dos corredores.

Após ter feito a fera, seguiu para a sua casa levando com dificuldade todas aquelas sacolas.
__Oi Jasmim. Quer ajuda?-Disse um rapaz alto, moreno e forte.
__Aih Miguel, você caiu do céu.
Miguel era seu vizinho desde quando ela se mudara para morar de favor no pequeno quarto onde vivia. Ele sempre lhe oferecia ajuda com tudo que achava essencial, mas nem sempre sua ajuda era simplesmente para ajudar.
Apenas Jasmim não notara o leve interesse que o rapaz possuía por ela. Só ela não via o pequeno brilho no olhar, quando a via, ou quando ela lhe retribuía docemente o sorriso. Nem notava o quanto ele estufava o peitoral quando ela passava feliz da vida, ou como ele murchava preocupado quando ela demonstrava tristeza.
Entraram na humilde casa e, com a orientação da morena, Miguel soltou as sacolas em um canto da pequena casa.
__Pronto Jasmim. Acho que já posso dormir feliz hoje.
__Por quê?
__como por quê? Eu te ajudei em alguma coisa, não ajudei?
__Ajudou, mas...
__Então! Agora eu vou indo.
__Vai trabalhar ainda, não é?
__Sai daquele emprego. Estou trabalhando em uma loja agora.
__Que legal!Agora agente pode voltar a sentar ai na porta pra ficar conversando.
__É sim. Vou lá. Depois agente se vê?
__Hunhum.
__Então tchau, minha pequena.
Miguel saiu do recinto, deixando Jasmim com o cenho franzido. “Minha pequena?!”
Os dias que se seguiam, eram mais calmos. Jasmim decidira não se importar mais com as coisas que as outras pensavam ou diziam. Era sua vida e não delas.
Aos poucos, tornava-se visível tanto para Arthur quanto para Jasmim, que em pouco tempo ela não precisaria mais dele. Ela já lia bem, e aprendera a escrever outras palavras. Os cálculos matemáticos Jasmim decidira aprender na escola, ou através de um projeto onde ela faria as séries juntas, estudando muito e fazendo apenas as provas.
__O resto é prática. Você está cada vez melhor. -Disse Arthur
Jasmim sorriu feliz, ao ouvir aquelas palavras. Era muito bom para ela saber que sua vida tinha tomado uma guinada enorme.
__Então hoje é o último dia de aula?
__Temo que sim.
__Então eu posso me matricular em um desses programas de alfabetização?
__Pode.
Seus olhos brilhavam de alegria. Seu rosto era pequeno para conter seu sorriso.
__Vou fazer isso amanhã.
__Vou me mudar, Jasmim. -Disse ele mudando de assunto bruscamente.
__Como?
__Mudarei de cidade.
__Mas... Mas... Então eu... O senhor vai... Vai me demitir?
__Não. Quero que venha comigo.


__Que?
__Preciso de pessoas como você ao meu lado.
__E o Henry?
__Ele esta sempre comigo.
__E então...
__O pobre Henry anda sobrecarregado. Alem do mais, você vai continuar com suas funções. Nenhuma mudança radical.
__ Não vou deixar tudo.
__Você assinou um contrato de 01 ano comigo, precisa ir sim.
__Mas...
__O que te prendi nessa cidade medíocre?
__Eu tenho um cachorro aqui. E os meus amigos.
__Amigos são coisas passageiras. Enquanto o cachorro pode levar junto.
__Posso?
__Sim. Ele pode ficar com os outros cachorros da casa e, nas suas horas vagas, poderá fazer o que quiser.
__Ta. Então eu vou!


 


 


Notas da Escr.Taty


Eu postei os três primeiros capítulos de vez pq o o primeiro é bem curtinho! Eu sou o tipo de pessoa que adora comentários, então comentem, por favor!


 



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Autor(a): Escr.Taty

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 3



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  • tatyane Postado em 23/10/2012 - 08:36:47

    jujucalcvu A base, características e essa coisa toda, é sim! É Uckerroni! A pesar dos nomes serem Arthur e Joana, são Christopher e Maite

  • jujucalcvu Postado em 23/10/2012 - 06:34:08

    É Uckerroni essa WN? *--* Se for pode contar comigo! Já tem uma leitora!

  • jujucalcvu Postado em 23/10/2012 - 06:34:02

    É Uckerroni essa WN? *--* Se for pode contar comigo! Já tem uma leitora!


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