Fanfic: Como chegamos aqui? | Tema: Rebelde

Por um instante Anahí se perdeu no tempo e no espaço. Então ela não era mais a grande redatora Anahí Portillo, ela era aquela mesma garota apaixonada de tantos anos antes, aquela que perdeu noites e noites chorando por Alfonso enquanto sua vida, por si só, já era um inferno. Tantas lembranças amargas deram a Annie a força necessária para empurrar Poncho para longe dela.

                - O que significa isso?

                - Eu... Eu queria te acalmar.

                - Me acalmar?

                - É, Anahí, eu vi você assim fragilizada, me senti penalizado.

                - Sabe de quem eu sinto pena, Alfonso? Eu sinto pena da sua noiva. Aquela que vai servir de enfeite pra você pelo resto da vida. Ela nunca saberá o que é ser amada de verdade, pois você não é capaz de amar uma mulher pelo que ela é, você fica com uma mulher pelo que ela representa, pela imagem que ela passa para a sociedade.

                - Digamos que eu não seja mesmo capaz de amar uma mulher... E você, Anahí? Você já foi amada de verdade?

                - Eu me amo, Alfonso. E tenho amigos. Sabe... Amigos. Mas você não deve lembrar mais o que é isso, não é mesmo? – Ele fez que ia falar algo, mas ela o interrompeu. – Escuta bem, Herrera. – Ela tentava engolir o choro. – Eu não sou mais aquela garota imbecil de anos atrás, você não mexe comigo nem perturba nada em mim. Então sai da minha frente, porque eu sou capaz de passar por cima.

Alfonso ficou ali observando Anahí passar por ele, nem ele entendia o porquê de dizer tantas coisas pesadas para ela. E Anahí engoliu mais uma vez a sua dor, o seu passado, os seus problemas, para resolver a vida dos outros. Ela tinha uma mãe surtando e uma irmã completamente louca, como acertar isso?

***

                Quando Mariana entrou na portaria do prédio ela estava exausta. Havia chorado durante todo o dia e suas forças já não existia. Ela caminhou até o elevador, mas uma mão a segurou antes que ela pudesse apertar o botão.

                               - O que você está fazendo aqui?

                               - Eu precisava te ver, pequena.

                               - Não me chama de pequena. – Ela puxou o braço com força. – Sai daqui, Peter!

                               - Não, Lali, por favor, me deixa me explicar!

                               - Você não tem nada pra explicar, Peter, eu não quero olha na sua cara.

A voz alterada de Lali chamou atenção do porteiro que havia se retirado para buscar algo para comer. Ele veio assustado ao ver que Lali falava alto enquanto chorava.

                               - O que está havendo? Seu Peter?

                O porteiro acendeu a luz e Lali pôde prestar atenção em Peter. O cabelo desgrenhado, a roupa amassada, o cheiro de bebida se sentia de longe.

                               - Céus! – Ela disse em um impulso.

                               - Está tudo bem aqui? – O porteiro insistiu.

                               - Vai ficar, Roger. Peter, eu vou pro meu apartamento. Sugiro que você vá para o seu.