Fanfic: Como chegamos aqui? | Tema: Rebelde

- Com licença, senhoritas.

                               - Filha! Que bom que você veio. Estamos mesmo precisando de você, quase não vem nos visitar. Está cada dia mais magra, você e Dulce comem naquela casa?

                               - Mãe, pelo amor de Deus! Onde está a Alli?

                               - Na rua, mas acabei de ligar pra ela, disse que você trouxe umas roupas, já deve estar chegando. Só assim pra ela me obedecer.

                               - Vocês duas precisam acertar esses ponteiros.

                               - E tem jeito? Sua irmã parece que faz tudo para me afrontar.

                               - Bobagem, mãe. A Allisson é só uma adolescente meio rebelde.

                               - Falando nela...

                Allisson entrou em casa e sorriu ao ver a irmã.

                               - Annie... Espero que nossa amada mãe não esteja fazendo muito minha caveira. Soube que você trouxe umas roupinhas para a sua irmãzinha.

                Anahí sentou no sofá e colocou os pés sobre a mesa sob os olhos atentos e reprovadores da mãe.

                               - Sim, ganhei uns agrados de uma grife nova, querem que eu escreva sobre eles. Também trouxe uns vestidos que comprei, mas acho mais a sua cara que a minha.

                               - Estava mesmo precisando de umas roupinhas novas.

                               - Como assim, Allisson, seu guarda-roupas nem ao menos tem espaço para mais nada.

                               - Mãe, você não entende nada. Annie, a mãe acha que bastam três camisetas e duas calças jeans pra ter um guarda-roupa completo.

                               - Alli! Para de implicar com a mãe, por favor. E tem mais, nós duas precisamos muito conversar.

                               - Ai, Annie, jura? Eu sabia que lá vinha essa história. Mas eu to de boa, tá? – Allisson foi levantando do sofá e caminhando para a porta. – Vou encontrar com a galera.

                               - Pode desistir dessa ideia, Allisson Portillo, eu vim até aqui pra falar com você e vou falar, deixa de agir como uma menina mimada, ok.

                Allison revirou os olhos, sentou no sofá, cruzou os braços e revirou os olhos.

                                - Vamos até o seu quarto, Alli.

                               - Saco!

                Alli foi caminhando na frente, pisando duro e bufando, com os braços cruzados, enquanto Annie a seguia, meio sem saber o que fazer.

                               - Fala logo, Annie. – Ela se jogou na cama com a cara amarrada. – O que foi que a mãe foi fofocar pra você?

                               - Ela não foi fofocar, Alli. – Annie puxou a cadeira do computador e se sentou de frente pra ela. – Mas eu estou preocupada com você, com suas prioridades, seus pensamentos, eu quero o melhor pra você.

                               - Vocês estão vendo chifres em cabeça de cavalo. O que é que eu estou fazendo demais?

                               - Bem... Deixa eu ver... Matando aula, chegando tarde da noite, dizendo que ia dormir na casa de uma amiga e indo para festas, se envolvendo com tipinhos bem mal encarados, fumando, bebendo... Sem contar que eu sei que você foi barrada em uma boate que, pra seu azar, era de propriedade da Dulce.

                               - Fala sério, Annie, grandes coisas, até parece que você sempre foi careta.

                               - É, Alli, você tem mesmo razão. Eu já tive a sua idade e também já aprontei das minhas e eu sei muito bem que depois nós somos os únicos que pagamos pelas nossas próprias escolhas e eu não quero ver você quebrar a cara.

                               - Você fala como se tivesse uma vida muito dura.

                               - Eu tive muita sorte sim, faço o que eu amo e vivo uma vida confortável, mas eu lutei muito pra chegar aonde cheguei e só Deus sabe da minha vida e da minha mente. Tenha cabeça, Allisson, estude e conquiste seu próprio espaço, com essa vida que você anda levando, será difícil chegar muito longe.

                               - Aff! Era só isso?

                               - Não. As roupas novas ficarão comigo e você vai conquistar cada uma delas fazendo alguns servicinhos pra mim. E antes que você pense em não aceitar minha oferta, pense que você pode dizer adeus ao colégio que você tanto gosta, ok?

                               - Mas isso não é justo. – Allisson levantou nervosa.

                               - É mais que justo. Amanhã eu quero você no meu trabalho depois da aula. Até lá.