Fanfic: Como chegamos aqui? | Tema: Rebelde

Dulce acordou ainda tonta. Olhou em volta e aos poucos pôde reconhecer a sala de seu apartamento. Tentou levantar, mas a tontura e a dor de cabeça pareciam puxá-la para baixo.

                Podia ouvir a voz de Anahí ecoando em sua mente. Lembrava de alguma coisa, provavelmente havia levado uma bronca ao chegar bêbada na madrugada, mas agora a amiga não estava mais ali, era hora de trabalho para Anahí Portillo...

                - Sorte minha! – Pensou Dulce.

                Olhou para seu lado esquerdo, lá estava Christopher, seu companheiro fiel de baladas. O estado do amigo era deplorável, o seu não devia ser melhor, mas ela não tinha coragem nem condições de se olhar no espelho. Depois de tanto lutar contra as dores e o sono, ela adormeceu novamente.

                               ***

                - Eu juro por Deus, Dulce Maria! Ainda perco a paciência com você.

                A voz doce e suave de Anahí de repente se transformava em um martelo nas mentes turvas de Christopher e Dulce. Anahí abria as cortinas com violência e os raios de sol entravam na sala a ferir as retinas dos dois preguiçosos.

                - Anahí, por Deus! Você quer me matar?

                - Eu juro a vocês, juro que tenho essa vontade, mas eu não posso sujar o nome de Anahí Portillo com dois bêbados irresponsáveis.

                - Cala a boca, Annie. Ainda é cedo para tantos sermões.

                - Quatro horas da tarde, Christopher Uckerman. Já é bem tarde para você estar poluindo minha sala de estar com esse seu bafo de cachaça.

                - Wisk, meu bem! Não confunda.

                - Ah sim, essa informação será bem útil, Ucker. O seu pai ligou, acho que é urgente, ele já está para chegar e você pode dizer a ele que não é um cachaceiro, pois só bebe Wisky.

                - Você é louca, garota?

                Ucker levantou como louco, procurando pelo seu paletó, ou pelo resto de sua dignidade. Olhou para Dulce como se buscasse por ajuda, mas, pela primeira vez naquela manhã, ela não parava de rir.

                - Ora, qual é o problema? Onde está toda a sua marra? Não estava me enfrentando com toda a força agora mesmo?

                - Não se faça de tonta, Annie, sabe que não posso encontrar meu pai assim.

                Ele olhou pra ela desolado, sabia que essa era a maneira de conseguir alguma ajuda da loira. Os olhos caídos, as mãos apertadas, a boca trêmula, ela cedeu.

                - Vá até o meu quarto, o banho está pronto na banheira e há enxaguante bucal e perfumes suficientes para lhe transformar em ser humano novamente. Aqui está uma toalha limpa. Deixe as roupas no corredor, vejo se dou alguma higiene a elas.

                Ele fez que iria abraça-la, mas ela recusou com a mão, enquanto Dulce sorria. Ele correu para o banheiro.

                - Até quando, Dulce Maria?

                - Péssimo esse nome. Não pode me chamar de algo mais curto?

                - Vaca?

                - É mais bonito. – As duas riram. – Não se zangue, amiga, sabe que precisamos disso algumas vezes.

                - Precisam de uma surra, todos os dias.

                - Você não vive sem nós, Annie.

                - E esse é meu maior defeito. – Dulce sorriu.

                - Que tal um café bem forte?

                - E sem açúcar.

                - O remédio ideal para qualquer ressaca.

                - Isso me lembra do baile de 2002.

                - Cala a boca ou eu coloco pimenta no seu café.

*******************************Flashback**************************************

                Dulce tinha acabado de se atracar com um dos melhores jogadores de futebol da escola e tinha se esquecido das amigas por um instante. Já era hora de estar em casa e pela primeira vez Anahí não a procurava desesperada para irem embora.

                A festa era na casa de John Looper, um dos caras mais descolados da escola, os pais eram liberais e viajavam o ano inteiro.

                Dulce entrou na sala, procurando Annie com o olhar. De repente, o susto, quem poderia acreditar? Lá estava Anahí Portillo, a diva da escola, em cima da mesa, visivelmente bêbada, vestindo apenas a lingerie rosa e sem nenhuma vergonha ou equilíbrio na cara. Culpa do famoso ponche batizado com destilado.

                Foi Alfonso quem a acudiu. Enrolou Anahí em sua jaqueta e a levou para casa, ela diria aos pais que dormiu na casa de Maite, era simples. Não havia como não se apaixonar por um herói. Foi na manhã do dia seguinte, após acordar e tomar um bom e forte café, que los As deram seu primeiro beijo.

*********************Fim do Flashback************************************