Fanfic: PROPOSTA INDECENTE [TERMINADA] | Tema: Rebelde

- Aqui! - gritou Anahi às outras, ao encontrar uma mesa desocupada ao fundo, perto de uma das janelas. 

Sentaram-se. Um garçom atendeu-as. Dulce e Anahi pediram refrigerantes e sanduíches, enquanto Maite hesitava.

- Eu prefiro uma cerveja - disse Maite, finalmente.

- Não se esqueça de que teremos de voltar à tarde para as aulas de laboratório, Maite - lembrou Dulce, a mais conservadora das três e a mais recatada também. 

- E daí? É preciso um bom estimulante para suportar aquelas aulas. Detesto o Professor Alfonso e seu formalismo científico. Ouvi-lo é o mesmo que tomar uma dose cavalar de purgante.  

- Por favor, não vamos falar em aulas agora - pediu Anahi. - Estou mais interessada em outra coisa. 

- No quê? - quis saber Maite. 

- No baile da primavera, no próximo sábado. É a única promoção da escola que vale a pena. E por falar nisso, as senhoras já escolheram seus pares ou vão carregar vela? 

- Eu irei com Dereck - disse Maite. 

- Eu ainda não escolhi - desculpou-se Dulce, mas as amigas sabiam perfeitamente que ninguém a convidara nem a convidaria, pois era uma das garotas mais desinteressantes da escola. 

- Pois eu também não escolhi - falou Anahi - Já estou cansada desses rapazes inexperientes. 

- Rapazes inexperientes? O que quer dizer com isso, Anahi? - perguntou Dulce, demonstrando espanto com a observação. 

- Você me entendeu bem. Acho que posso querer alguma coisa mais do que isso e alguns beijos trocados dentro do carro, no fim do baile, não posso? Falta emoção em nossas vidas! 

- Aonde quer chegar? - indagou Maite. 

- Olhem para nós três. Já passamos dos dezoito e o que temos para mostrar em termos de experiências? Nada. Nunca estivemos com um homem de verdade. Nunca fizemos sexo. Somos virgens e todas as noites sonhamos que estamos nos entregando, mas ficamos só nisso. Não quero mais ser virgem. Quero experimentar o prazer de uma vez por todas. Estou cansada de me acabar na mão, se é que me entenderam!

Dulce se escandalizou, arregalando os olhos e levando a mão ao colarinho da blusa, como se estivesse sufocada, tentando ocultar o constrangimento que aquele assunto lhe causava, muito embora concordasse em cem por cento com a amiga. Aqueles sonhos eróticos se repetiam noite após noite, fazendo-a acordar molhada e trémula, com a boca seca e o coração aos pulos..

- Está doida, Anahi! - exclamou, num sussurro. 

- Deixe de ser formal, Dulce. Não vá me dizer que nunca pensou nisso antes? Não há uma garota normal que não tenha pensado nisso. Você sonha como eu, se masturba como eu e com toda certeza anda louca de vontade de soltar a franga de uma vez por todas. Vai negar isso? Basta olhar para você, quando passa um rapaz sarado por perto. Você parece uma potranca do cio, de tão impaciente que fica. Não é verdade, Maite? 

- Acho que ela tem razão. Dulce - falou Maite. - Eu também já estou cansada disso. Esses rapazes não sabem conduzir as coisas, estão mais preocupados em falar sobre música, alistamento no exército e estudos. Eu sempre quis algo mais excitante do que isso. Pôr em prática tudo que invento em meus sonhos. 

- Pois eu nunca pensei nisso antes - falou. Dulce, levantando a cabeça muito séria, disfarçando sua emoção. 

- Será? - retrucou Anahi com ironia e um tom de gozação na voz - Eu posso até apostar como você, com essa cara de santa, é a mais fogosa e a mais frustrada de nós três.