Fanfic: PROPOSTA INDECENTE [TERMINADA] | Tema: Rebelde

Com Maite e Cristian

-  O queijo está queimando - disse ela, livrando-se dele.
Foi um gesto repentino, impulsivo. Não que o contato daquela mão em suas partes íntimas a desgostasse. É que o temor foi mais forte. Não estava preparada para aquele ataque direto e inesperado.
- O que há, não gostou?
- Claro que sim, mas você falou que estava com fome - desculpou-se a garota.
- Minha fome pode esperar.
- Aqui está seu queijo - disse ela, passando-lhe um dos espetos e sentando-se, desta vez um pouco mais afastada dele.
- Olhe, Maite, não costumo perder tempo. Se você concordou em vir aqui comigo é porque está pensando nas mesmas coisas boas que eu. Assim, estamos perdendo tempo.
- Calma, dê-me um tempo para respirar - pediu Maite, sentindo que não conseguiria ceder.
Era algo mais forte que ela e aquele não era o clima que deseja para perder a virgindade. A sensação de que cometera um erro bateu-lhe rijo na consciência. Mas como fugir, depois de ter chegado tão longe? Como resistir? Cristian passou-lhe a lata de cerveja. Maite tomou um gole, esperando que a ajudasse a clarear um pouco os pensamentos.
-  Você quer que eu vá ao baile com você? -indagou ele.
Maite o olhou, surpresa. Havia percebido um tom camarada, verdadeiramente cordial naquelas palavras.
- Sim, gostaria - apressou-se em responder.
- Então, venha cá! Maite relutou alguns instantes, depois passou para mais perto dele. O rapaz a abraçou ternamente, puxando-a contra o peito.
- Está com medo, querida? Sinto-a trémula!
- Um pouco.
- É a primeira vez que você faz isso, não? Cristian riu, mas não havia ironia em seu riso. Era como se compreendesse a situação da garota.
- Não precisa mentir para mim - insistiu ele.
- Como sabe?
- Conheço o seu tipo, está apenas buscando um pouco de aventura, não é? Emoções fortes, coisas que nunca experimentou antes. Você não é a primeira que me procura para isso.
- Você diz isso com amargura...
O motociclista estendeu o corpo na relva, colocando as mãos por trás da cabeça.
- Já me aconteceu antes. Esse tipo de coisa é inevitável.
- Desculpe-me, mas acho que não posso...
- Eu sabia disso desde o princípio. Já a havia observado na escola; não é garota para esse tipo de coisa.
- Mas eu gostaria, sinceramente como eu gostaria. Mas há alguma coisa mais forte do que eu.
- Relaxe, esqueça. Não vou forçar nada com você.
- Está falando sério? Eu sempre supus que você...
- Que eu fosse durão, não é?
- Sim... mais ou menos isso.
-  Acontece que isso cansa. A gente, às vezes, deseja algo mais, não sei se me entende.
-  Estou tentando - falou Maite, deitando-se ao lado dele.
Uma profunda simpatia começava a nascer dentro dela. Cristian, no fundo, era um bom rapaz. Sua reputação, porém, é que o precedia, colocando-lhe aquela imagem de perigo e emoção.
-  Olhe, estamos aqui, conversando como dois amigos, coisa que nunca aconteceu antes comigo. Preciso de amigos também, caramba! Sou um sujeito sensível, no fim das contas.
- Eu quero ser sua amiga. Sinceramente - disse ela.
- Também gostaria de algo mais profundo: Um amor, uma paixão, não apenas sexo pelo sexo, se é que me entende...
- Isso pode acontecer também. Você é um sujeito bonito, agradável, tem tudo para arrebentar corações...
Seus rostos estavam pertos. As árvores eram cúmplice silenciosas, assim como as águas serenas do lago. Cristian acariciou os cabelos da garota com gestos lentos e ternos. Maite fez o mesmo, passando os dedos por entre aqueles cabelos rebeldes e pelo rosto dele. Sem que percebessem, seus lábios se encontraram com calma, pacientes, como se desejassem aquele contato como uma espécie de verificação, de avaliação do potencial de amar de cada um. Cristian não ousou nenhum movimento. Maite se sentiu mais livre, mais liberta, mais tranquila para se entregar novamente num beijo arrebatador que mexeu com todas as fibras de seu corpo.
- Quer ir embora? - indagou ele, mansamente. Havia um brilho de desejo em seus olhos, um
tremer emocionado em sua voz. Maite roçou seus lábios nos dele antes de responder. Fez isso com um esforço enorme, pois brotava nela o perigoso desejo de ficar ali e seguir em frente naquela descoberta.
- Sim, está ficando tarde.
- Está bem, vamos. Após apagarem a fogueira, partiram de novo. Maite se encostou nele, gozando aquela segurança que ele inspirava. A moto se perdeu na escuridão da estrada.

Por hoje é só.

bjs até amanhã.

O próximo capítulo vai se chamar, APROXIMAÇÃO, é com a Anahi e o Poncho.