Fanfic: Mais que Amantes AyA (Terminada) | Tema: AyA
Anahi deslizou pelo sofá e seguiu de joelhos até o tapete bege ao lado de Alfonso. Abraçou uma de suas pernas e pousou os dedos sobre a sua coxa forte.
— É claro que não — respondeu ela em voz baixa. — Não foi que eu quis dizer, Poncho, mas não posso permitir que você continue pagando minhas contas para sempre. Reconheço tudo o que você fez por mim. Deus sabe o que poderia ter me acontecido depois da minha lesão no joelho se não fosse sua ajuda. Mas eu lhe disse desde o começo que iria pagar cada centavo que você investisse no prédio. Sem falar no dinheiro que você deposita na minha conta todo mês, já que o estúdio ainda opera no vermelho — disse ela franzindo o cenho.
Aquela mesada a incomodava muito mais do que a implementação do estúdio de dança, pois deixava evidente que ela não era capaz de se sustentar sozinha e que dependia de um homem que pusesse um teto sobre sua cabeça e comida na sua mesa.
Ela era a amante dele, e, para todos os propósitos, ele era seu benfeitor. Era uma verdade dura de engolir.
— Eu já lhe disse que você não tinha que me devolver esse dinheiro. Não foi um empréstimo, foi um presente.
— Um presente e tanto — murmurou ela. Ela sabia que ele havia investido mais de cem mil dólares para montar o estúdio e mantê-lo funcionando, sem contar a generosa quantia em dinheiro na sua conta bancária, rendendo juros.
— A questão é a seguinte: — continuou ele, enfatizando bem as palavras para que ela percebesse que ele estava mudando o rumo da conversa — você não vai poder continuar dando aulas por muito mais tempo. Na verdade, nem deveria mais estar trabalhando, a julgar pelo que aconteceu. E aí?
Ela abriu a boca para falar, mas ele ergueu a mão para detê-la e prosseguiu.
— Sinto muito, Anahi, mas não tenho a menor intenção de ser pai à distância.
O coração de Anahi começou a bater acelerado. Seu estômago começou a se revirar como uma roda-gigante.
— O que você quer, então?
Ele respirou fundo e pôs a mão em cima da que ela havia pousado em sua coxa. Seus dedos longos se entrelaçaram aos dela, bem menores. O calor de sua palma se infiltrou na corrente sanguínea de Anahi, aquecendo todas as partículas do seu corpo.
— Volte para Nova York comigo.
— O quê? — Ela se recostou, perplexa. Aquela era a última coisa que esperava ouvir.
— Volte para Nova York comigo. Você não pode manter o estúdio aberto se começar a cancelar aulas e não pode mais continuar com elas. Eu a conheço, Anahi. Vai enlouquecer de tédio em menos de uma semana sem nada para fazer.
Ele apertou sua mão, enfatizando tudo o que havia acabado de lhe dizer.
— Venha para Nova York comigo. Vai ser bom para o bebê. Você precisa descansar e minha casa é tranquila e confortável. Além disso, vou estar à sua disposição.
Pela primeira vez, durante aquela conversa, ela foi capaz de brincar.
— À disposição, é?
Uma faísca sugestiva iluminou seus olhos. Ele passou os dedos por baixo da mão dela e virou sua palma para cima antes de levá-la até sua boca.
—À sua disposição -— sussurrou ele, depositando um beijo bem no meio da sua mão.
Ele levou a ponta de um dos dedos dela até seus lábios. Uma onda de desejo se apoderou dela, fazendo-a tremer.
—Annie? — perguntou ele suavemente. — Você está me ouvindo?
Ela demorou um pouco para atentar ao que ele havia dito e outro tanto para recuperar a voz. Tudo o que conseguiu dizer, porém, foi um fraco:
— Hum-hum.
— Outra razão pela qual quero que você volte comigo para Nova York é que eu quero apresentá-la aos meus pais, já que você vai ser a mãe do neto deles.
A névoa de desejo que estava ofuscando a visão de Anahi começou a se desfazer lentamente. Ele queria que ela conhecesse os pais dele?
Meu Deus, ela já podia imaginar as apresentações. "Mãe, pai, esta é Anahi, a ex-corista que é minha amante e está grávida". Eles iam ficar boquiabertos e de olhos arregalados até recuperarem as suas faculdades mentais e começarem a hostilizá-la e a admoestar Alfonso por misturar o sangue azul dos Herrera com o de uma dançarina de criação questionável e moral obviamente baixa.
Ela preferia mil vezes atravessar a Avenida Las Vegas Boulevard nua.
— Vamos, Annie — disse ele num tom lisonjeiro.
— Você me deve essa. Ela arregalou os olhos.
— É isso o que você espera em troca de tudo que fez por mim? — perguntou ela, incrédula.
— Eu quis dizer que você me deve uma consideração por ter mantido a gravidez em segredo nestes quatro meses.
Ele a pegara. Mas... conhecer seus pais? Não era um pouco excessivo?
— Além disso — prosseguiu ele — não precisa ser nada definitivo. Pense nisso como uma espécie de férias. Você pode voltar quando quiser.
Alfonso se ergueu, trazendo-a consigo, ainda de mãos dadas. Ele a puxou para perto e ela se deixou conduzir de bom grado, uma vez que era onde ela se sentia mais segura e mais confortável.
Estar nos braços dele era como mergulhar num banho de espuma quente e perfumada depois de uma longa noite dançando sob holofotes abrasadores em cima de saltos de dez centímetros, usando um adereço de cabeça pesado, só que melhor.
— Nunca se sabe — murmurou ele em seu ouvido, enquanto acariciava a parte volumosa de sua cintura.
— Pode ser que conhecer onde moro e ser apresentada à minha família possa mudar sua ideia quanto à minha proposta.
Ela se inclinou para trás, encontrando o olhar esperançoso de Alfonso e tomou sua decisão. Pelo sim ou pelo não, ela lhe devia por ter mantido a gravidez em segredo por tanto tempo e por tudo o que ele havia feito por ela nos últimos anos, principalmente fazendo-a se sentir protegida e especial.
—Eu vou com você para Nova York — disse ela,
sendo imediatamente recompensada por um amplo sorriso. — Mas não vou me casar com você — advertiu antes que ele se entusiasmasse demais. Ela pôs um dedo em riste sob o nariz dele para enfatizar o que dizia. — Isto não faz parte do acordo.
O comentário não tirou o sorriso dos lábios dele, que, em seguida, cobriram os seus.
— Vamos ver.
Autor(a): Enseñame AyA
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Alfonso não tardou em botar mãos à obra. Ele ligou para o piloto do seu jatinho particular para avisá-lo de que partiriam bem cedo na manhã seguinte e conseguiu uma pessoa para assumir as aulas no estúdio. Depois carregou Anahi até o quarto e a colocou na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, sobre alguns trave ...
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