Fanfic: Mais que Amantes AyA (Terminada) | Tema: AyA

Ela havia recusado os pedidos de casamento por achar que era o certo a fazer, mas era muito lisonjeiro ouvi-lo repetir o pedido tantas e tantas vezes, como se realmente quisesse passar o resto da vida ao seu lado.

A campainha tocou, fazendo seu coração saltar dentro do peito. Ela se levantou num sobressalto, pensando que poderia ser Alfonso, mas logo se lem­brou que ele não tocaria a campainha.

Uma visita, de qualquer modo, seria uma distra-ção, ainda que fosse um vendedor querendo demonstrar o incrível poder de um novo aspirador de pó, ou um vizinho à procura do seu cachorrinho.

Qual não foi sua surpresa ao se deparar com Maite, a prima de Alfonso. Anahi não a havia encontrado desde aquele encontro no escritório de Alfonso algu­mas semanas atrás. Maite a cumprimentou com um amplo sorriso.

— Olá — disse ela entusiasticamente, jogando a bolsa verde-lima sobre o ombro. — Espero não estar atrapalhando.

Anahi balançou a cabeça, mal tendo chance de di­zer olá. A jovem era um poço de energia e trouxe um sorriso aos lábios de Anahi sem fazer esforço.

Ela estava usando uma blusa cor de laranja, sem mangas, com um pequeno broche prendendo os dois lados da gola em V. Sua saia rodada tinha uma estam­pa que incorporava as mesmas cores da sua blusa, bolsa e sapatos. Seu cabelo escuro estava preso dos lados com fivelas de strass que brilhavam sob o sol através da vidraça da frente.

— Estou tão feliz! Você ainda não tem planos para hoje, não é?

Anahi balançou a cabeça novamente.

— Não, por quê?

— Porque vim pegá-la para almoçar.

— Como? —- Anahi pestanejou, desconcertada.

— Almoço. Você sabe, aquela refeição entre o café da manhã e o jantar. Aquela atividade que permite que as mulheres se reunam para fofocar e tratar de assuntos femininos.

Ela voltou a sorrir e estendeu a mão para apertar o braço de Anahi.

— Vamos lá. Eu sei que Alfonso está trabalhando. Você deve estar ficando maluca, passando o dia intei­ro aqui, sozinha. Vamos sair, comer alguma coisa e eu vou botá-la a par de todas as fofocas do clã Herrera. Pode me perguntar o que fazer para agradar o meu avô, se é que existe alguma maneira de agradá-lo — acrescentou ela revirando os olhos. — E pode me perguntar como Alfonso era quando criança.

Esta última proposta foi a cereja do bolo. Almoçar com Maite poderia ser bem divertido. Anahi estava mesmo à procura de algo para fazer e gostava muito dela. Mas a possibilidade de saber mais sobre a infân­cia de Alfonso e sobre o homem que viria a ser o bisa­vô de seu filho a atiçou de vez.

— Só vou pegar a minha bolsa — disse ela, viran-do-se para subir as escadas. — Talvez seja melhor eu ligar para o Poncho, para avisá-lo de que não vou estar em casa por algum tempo.

— Ele já sabe — disse Maite de longe. Anahi parou no meio do caminho.

— Avisei-o que passaria aqui antes de sair. Ele disse para nos divertirmos e trazermos uma quenti-nha para ele. — Maite cruzou os braços em frente ao peito. — Até parece. Ele que consiga a própria comida. Se passearmos tanto quanto eu estou esperan­do, só chegaremos em casa depois do jantar.

Anahi gargalhou antes de seguir para o quarto para pegar a pequena bolsa de mão. Ao sair de casa, Anahi notou que Maite havia vindo numa limusine da mesma companhia que Alfonso recomendara.

— Eu estou proibida de deixar você se exceder — disse Maite, enquanto ambas se acomodavam no carro com ar condicionado.

— Eu estou bem — disse Anahi, querendo tranqui­lizá-la.

— Tenho certeza, mas Alfonso nos falou da sua es­tada no hospital. Ele envelheceu uns dez anos nessa brincadeira. Ele não quer que você adoeça, nem que ponha a vida do bebê em risco. Você tem sorte por ele não querer mantê-la de repouso na cama — disse ela, piscando para Anahi. — Os Herrera são assim mesmo: obstinados, determinados e sabichões.

— Inclusive você? — perguntou Anahi com um pequeno sorriso.