Fanfic: Mais que Amantes AyA (Terminada) | Tema: AyA

Alfonso franziu o cenho e abriu a boca para conti­nuar inquirindo o irmão, quando Alejandro lhe deu um tapinha nas costas.

— Vamos lá, meu irmãozinho. Preciso vestir meu terno de pinguim e você se enforcar.

Alfonso foi tomado por uma grande expectativa en­quanto seguiam em direção à casa. Tides era urna enorme estrutura de pedra de dois andares, comprada por Patrick Herrera quarenta anos atrás. A casa, locali­zada num penhasco acima do Atlântico, havia sido lindamente decorada com fotografias da família e ob-jetos de valor afetivo pela avó de Alfonso, Maeve.

Preparar e organizar uma cerimónia de tal vulto com apenas duas semanas de prazo não havia sido uma tarefa nada simples, mas ninguém sequer aven­turou a possibilidade da cerimónia ocorrer em outro lugar que não a propriedade da família. A mãe de Alfonso havia assumido a função de organizar o casa­mento e tinha levado seu papel a sério, esclarecendo todos os detalhes com o filho ou com Annie, mas sem deixar que a futura nora levantasse um dedo sequer. Ela estava muito excitada com a ideia de ver o seu ca­çula se casar e se tornar pai em apenas quatro meses.

Para surpresa de todos, Patrick havia disponibili-zado a propriedade para a realização do casamento, sem nenhuma objeção.

Alfonso tinha esperado por uma visita ou um telefo­nema de seu avô desde que anunciara oficialmente o casamento. Achou que ele lhe passaria um sermão a respeito dos perigos de misturar o sangue nobre dos Herrera com o de uma corista qualquer. Que ele iria exigir que ele desistisse de tudo e escondesse Anahi e o bebê do resto do mundo em algum lugar onde não pudessem causar nenhum embaraço à família.

Havia se preparado para tudo isso, pronto para de­fender sua futura esposa até o fim, caso necessário. Patrick, porém, não havia ligado, nem sequer passa­do pelo seu escritório na editora para confrontá-lo.

Alfonso estava torcendo para que o silêncio do avô significasse que ele havia aceitado a integração de Anahi à família Herrera, mas parte dele ainda esperava pelo inevitável.

Ele e Alejandro atravessaram o foyer de mármore e a biblioteca até chegar à suíte master que os padrinhos estavam usando para trocar de roupa. Anahi e suas madrinhas haviam ocupado os quartos de cima. Amanda tinha insistido na separação para evitar o ris­co do noivo ver acidentalmente a noiva vestida para o casamento antes da cerimónia.

Alfonso não acreditava que nada pudesse arruinar seu dia, ou os vários anos gloriosos pela frente.

O casamento propriamente dito seria realizado do lado de fora, no belíssimo jardim nos fundos. Um te­cido cor-de-rosa escuro havia sido estendido sobre a grama, formando um imenso corredor, com cadeiras de cada lado, cobertas por um tecido rosa-claro. Ha­via uma treliça branca no fundo, repleta de rosas ver­melhas.

— Apresse-se — disse ele ao irmão, jogando uma bolsa com o último smoking que havia sobrado em seu peito. — Você já me segurou tempo demais. Não quero que Annie pense que eu amarelei.

— Sem chance — retrucou Alejandro. — Você in­sistiu tanto nesse casamento que eu não sei como não acabou fugindo com ela quando foram para Las Vegas.

— Chegou a me passar pela cabeça, acredite — resmungou Alfonso.