Fanfic: Mais que Amantes AyA (Terminada) | Tema: AyA

Aquilo com certeza teria poupado muitos proble­mas a todos e Anahi, àquela altura, já estaria com a aliança no dedo e já seria a Senhora Anahi Herrera. Eles estariam em casa, enroscados na cama ou de mãos dadas por sobre a mesa do café da manhã, pen­sando nos possíveis nomes para o filho, e ele não es­taria mais aflito para chegar logo a hora de dizer "eu aceito".

Alejandro desabotoou a camisa e se livrou dos sa­patos.

— Você teria que pegar uma hepatite daquelas para Anahi achar que tinha amarelado e você sabe. Vocês dois são tão felizes juntos que todos ao redor de vocês precisam de insulina para não ficar diabéti­cos. Chega a enjoar.

Um pequeno sorriso atravessou o rosto de Alfonso.

— É — concordou ele suavemente. — Eu sei. Alfonso jogou o smoking preto na mão de seu irmão assim que ele tirou o jeans.

— Agora cale a boca e vista-se.

Anahi ficou observando o seu reflexo no espelho de corpo inteiro e sentiu ou coração parar.

Ela mal podia acreditar que era o dia do seu casa­mento. Que em menos de meia hora estaria atraves­sando o jardim daquela casa imensa que tanto a inti­midava para chegar até Alfonso, oferecer-lhe sua mão e se transformar, enfim, na sua esposa. Seu futuro esposo. O homem da sua vida. Apesar de já amá-lo em segredo durante todos aqueles anos em que haviam estado juntos, ela nunca realmente acreditara que poderiam acabar se casan­do. Naquele instante, porém, ela sabia que eles nunca mais se separariam.

Anahi tinha certeza de que ele a amava, apesar de todas as diferenças que havia entre eles: idade, cria­ção, status social.

Ele havia se disposto a abrir mão de sua família, ou pelo menos do seu avô, e de sua vida em Nova York, para que pudessem ficar juntos. Abrir mão de seu es­túdio de dança em Henderson e se mudar para Ma­nhattan para ser a sra. Herrera parecia um preço muito pequeno a pagar.

Ela sabia que poderia ser feliz ali. Nem todos os membros da família Herrera deveriam estar felizes com o casamento, mas a maioria já a havia aceito e deixa­do bastante claro que apoiava a decisão de Alfonso.

Ela não tinha intenção de se transformar numa dona de casa, nem de ser uma mãe o dia todo dentro de casa às voltas com os filhos. Estava feliz com a perspectiva de permanecer em casa, no Upper West Side, até o bebê nascer e talvez por algum tempo mais, mas ela e Alfonsp também haviam discutido a possibilidade de um trabalho como professora de dança em algum lugar ou talvez até abrir um novo es­túdio na cidade.

Ela ainda não estava certa do que queria fazer. Só sabia que não queria limitar as suas opções só porque havia concordado em se casar com um Elliot.

— Você está linda — disse Maite, vindo por trás dela e entrando em seu campo de visão no espelho, interrompendo os devaneios de Anahi.

O coração de Anahi voltou a acelerar e ela teve de engolir em seco.

— Tem gente lá fora? — perguntou ela timida­mente.

— É claro — respondeu Maite com uma garga­lhada. — Você está prestes a ingressar na estimada família Herrera. Ninguém realmente importante ousa­ria perder! O lugar está repleto de parentes das duas famílias e de todos os membros da imprensa que receberam, roubaram ou imploraram por um convite. Sua mãe não parou de chorar desde que chegou. O seu rosto e o de Alfonso vão estar estampados na capa de todos os jornais e revistas da América na segunda-feira de manhã.

— Oh, meu Deus. — Anahi teve de se conter para não se curvar e enfiar a cabeça entre os joelhos, até porque, a tal altura da gravidez, curvar-se não era ta­refa das mais fáceis.

— Relaxe — disse Maite, dando um tapinha em suas costas e ajeitando as dobras do vestido branco de Anahi.

Anahi havia resistido a usar branco. Parecia im­próprio e até mesmo um pouco ridículo, consideran­do que já estava com cinco meses de gravidez e pare­cia ter engolido uma bola de vôlei. A mãe de Alfonso, porém, havia insistido, e Anahi finalmente concorda­ra depois de experimentar o vestido.

O vestido era todo feito do mesmo tecido de seda, mas o corpete liso e sem adornos acabava bem abaixo dos seus seios como os vestidos das antigas impera­trizes. Uma camada mais fina coberta com minúscu­las pérolas recobria o restante do traje até os tornoze­los, disfarçando quase completamente o volume de sua barriga.

— Você está incrível — prosseguiu Maite, ten­tando aplacar seus temores. — Tudo o que precisa pensar é que este dia é seu e de Alfonso, e de mais ninguém. Ao sair, finja que só existem vocês dois neste mundo. Mantenha os olhos nele e ignore todos as ou­tras pessoas.

Essa ideia ajudou Anahi. Ela sentiu-se pronta para enfrentar a cerimónia sem maiores problemas, não importando quantos convidados estivessem encaran­do-a, nem quantos flashes espocassem em seu rosto