Fanfic: Mais que Amantes AyA (Terminada) | Tema: AyA
Dois dias haviam se passado. Anahi entrou em seu apartamento, profundamente consciente do braço de Alfonso em torno de sua cintura. Ele havia permanecido com ela praticamente desde que a encontrara no hospital, tendo sido extremamente solícito e atencioso durante todo tempo.
Seu terno azul-escuro estava todo amarrotado. Ele mantinha algumas mudas de roupa extras em seu apartamento, mas, pelo visto, não a havia deixado sozinha nem para passar em casa e trocar de roupa, o que levaria menos de meia hora. Ele havia feito todas as refeições no quarto com ela e, toda vez que ela abria os olhos no meio da noite, lá estava ele, mal ajeitado na desconfortável cadeira destinada aos acompanhantes, ainda cuidando dela, mesmo enquanto ela dormia.
Anahi ficou sensibilizada com a doçura e generosidade de Alfonso, mesmo depois de tê-lo evitado nos últimos três meses e mentido para ele.
A culpa se apoderou dela, chegando a fazê-la tropeçar. Alfonso a segurou imediatamente, com seus braços fortes, sustentando-a pelos cotovelos.
— Calma — aconselhou ele com uma voz doce e cuidadosa enquanto a guiava até o sofá da sala.
Ele a acomodou e colocou a sacola com coisas de Anahi sobre a mesinha de café.
Ela havia descoberto que ele tinha pago uma das enfermeiras para comprar roupas novas para Anahi, para que ela não tivesse que sair do hospital vestindo a malha de dança com que havia sido internada.
— O médico disse que você precisava descansar — disse Alfonso, tirando o paletó e jogando-o sobre o espaldar da cadeira mais próxima. — Quer dizerque você precisa ficar deitada, aqui ou na cama. Avise-me se precisar de alguma coisa. Qualquer coisa. Entendido?
Ela sorriu. Ele devia agir assim na Snap: o executivo confiante, o líder.
— Sim, senhor -— respondeu ela, batendo continência.
Alfonso franziu o cenho, fazendo uma careta que só a divertiu ainda mais. Anahi tirou as sandálias e se estirou no sofá. Alfonso se aproximou no mesmo instante e afofou uma almofada, ajeitando-a sob sua cabeça.
— Está bem assim? — ele perguntou. Ela assentiu e ele deu um passo para trás.
— Do que mais você precisa? Está com fome? Gostaria de chá com torradas? Um copo de leite, talvez?
Ele estava agitado. Suas mãos estavam enfiadas nos bolsos de suas calças amarrotadas. Seu cabelo estava todo despenteado, irregularmente dividido como se ele tivesse passado os dedos diversas vezes pelos cachos escuros. E isso sem falar na barba, já há dois dias por fazer.
Ele havia ficado realmente preocupado e ela sabia que lhe devia uma explicação.
— Estou bem, mas você parece estar precisando de um bom banho e de uma troca de roupa. Por que não vai se refrescar? Eu vou ficar quietinha aqui até você acabar. Prometo.
Ele tirou as mãos dos bolsos e coçou distraidamen-te o peito.
— Tem certeza?
— Tenho — disse ela, encorajando-o.
— Então está bem.
Ele ainda hesitou por alguns segundos, mas acabou seguindo resolutamente até o banheiro para tomar o seu banho.
Anahi permaneceu deitada pelos vinte minutos seguintes, apesar de ligeiramente ansiosa por não poder quebrar sua promessa e ter de permanecer onde estava até ele voltar.
Sua cabeça estava doendo e ela sabia que não era a exaustão que a levara ao hospital. Ela estava angustiada porque não tinha a menor ideia do que aconteceria com ela e Alfonso em diante.
Ela não quisera que ele soubesse da gravidez porque temia sua reação. Das duas uma: ou ele ficaria aterrorizado e sairia correndo, ou seu enorme senso
de responsabilidade falaria mais alto e ele insistiria em cuidar dela e da criança, pelo menos financeiramente.
Ela não tinha dúvidas de que ele tinha todas as condições de dar o melhor para o seu filho. As melhores roupas, a melhor educação, os melhores brinquedos. Anahi jamais poderia competir com ele neste aspecto com a modesta quantia arrecadada com o estúdio de dança, isto se Alfonso permitisse que ela o mantivesse.
Anahi tinha que admitir que ele tinha dinheiro e poder suficientes para tirar o filho dela, se assim quisesse.
E se ele não quisesse mais ficar com ela, mas decidisse lutar pela guarda do bebê?
E se ele quisesse criar o bebê em Nova York com toda a respeitabilidade e os privilégios que ele e a sua família podiam lhe conferir?
E se ele não visse problema algum no fato da mãe de seu filho ser uma ex-corista, mas sua família a rechaçasse e insistisse para que ele trouxesse o bebê para casa... sem ela?
As possibilidades se sucediam em sua mente, cada uma pior que a outra.
Alfonso era um bom homem, um dos melhores que ela havia conhecido. Ele não a tratava como ex-strip-per ou ex-prostituta, o que, para a maioria dos homens era a mesma coisa que ex-corista.
O relacionamento deles, porém, nunca fora exata-mente normal. A verdade nua e crua era que ele a sustentava.
Isso nunca a incomodara antes. Ela era suficientemente segura e autoconfiante para decidir ter um caso com ele e se tornar a sua amante.
O fato de ter engravidado, porém, mudara tudo. As regras não-escritas que haviam regido o relacionamento já não valiam mais.
Seu coração insistia em lhe dizer que Alfonso era um homem decente, mas sua mente continuava a adverti-la de que ele era um Herrera e ela, uma qualquer.
Ela era a filha de uma corista que também acabou se tornando corista. Tudo o que ela sempre quisera, desde garotinha crescendo nos bastidores de alguns dos mais badalados cassinos da Avenida Las Vegas Boulevard, fora seguir os passos de sua mãe, calçando suas sapatilhas de lantejoulas.
O que ela nunca quis foi se casar e divorciar tantas vezes quanto sua mãe, então no quarto marido. Ela parecia feliz, mas Anahi preferia não cultivar este hábito.
Ela também não tinha nenhuma intenção de se tornar mãe solteira, mas ao que parecia, era o futuro que havia forjado para si mesma ao virar a amante de um homem e engravidar dele.
Ela resmungou em voz alta.
— O que aconteceu?
A voz profundamente preocupada de Alfonso atrás dela a fez saltar e se virar no sofá.
— Você me assustou — disse ela, com a mão sobre o coração, que batia loucamente.
— Você está bem? — perguntou ele, aproximando-se.
Autor(a): Enseñame AyA
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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— Estou. — Você gemeu. — Tecnicamente — explicou ela — eu grunhi. Ajeitando-se até deitar completamente de costas, ela olhou para baixo e pousou uma mão sobre a parte saliente de sua barriga, onde repousava seu filho. Ela já podia senti-lo se mexendo, lembrando-a que ali estava um ser vivo que logo estaria corr ...
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