Fanfics Brasil - Capitulo Dois It's what you do to me.

Fanfic: It's what you do to me. | Tema: Original


Capítulo: Capitulo Dois

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Faltavam apenas algumas horas para o show começar e eu já estava me arrependendo de ter aceitado ir sem ao menos saber qual seria a banda a se apresentar. Nunca fui a favor de surpresas, porque eu tinha medo de não gostar e ficar nítido isso no meu olhar. Ele sempre me entregava. Odiava isso. As pessoas sempre conseguiam desvendar o meu olhar. Já passei por tantas coisas "graças" a ele. Parei em frente ao espelho admirando-me por longos minutos, não me senti nem um pouco confortável. Eu queria ficar em casa. Eu havia ficado desanimada, sem motivo. O shorts colorido, a regata preta e o all star prata não estavam me agradando. Lágrimas tomaram conta dos meus olhos. Eu estava horrível, totalmente, da cabeça aos pés. Eu não consegui aguentar e deixei as lágrimas caírem como de costume. A medida que meus olhos percorriam meu corpo, a roupa, o cabelo, o choro aumentava. Olhei em meus próprios olhos, puxei meu cabelo com força. Respirei o mais fundo que pude. Caminhei de um lado para o outro no quarto sem saber exatamente o que fazer, minha mente estava a mil por hora. Milhões de coisas se passavam por ela, mas eu só conseguia focar em como eu estava incondicionalmente feia. Eu odiava aquela regata, odiava tanto que eu não conseguia nem olhar. Era preta e sem nada, aquilo me perturbava. Segurei com força na gola da mesma e puxei com as duas mãos partindo-a ao meio, rasgando até a metade deixando a mostra meu sutiã. Eu tremia de raiva. Me joguei na cama desejando desaparecer do mundo pela eternidade toda. O travesseiro abafou o meu grito. Eu conseguia sentir os meus olhos inchados de tanto chorar. Limpei os olhos cheios de maquiagem na fronha branca que minha mãe havia acabado de comprar. Ela iria me matar, com certeza. Me cortar em pedaços e dar para os esquilos comerem. Vasculhei a primeira gaveta da minha cômoda procurando pelo fundo falso que eu mesmo havia feito. A melhor ideia que já tive em toda a minha vida, graças a ele  minha mãe parou de ler meus textos e descobrir coisas que não deve. Eu achava incrivel a cara de pau dela em mexer nas minhas coisas e me contar, ainda por cima vir com a conversinha de que ela só me conhece dessa maneira. Mexendo nas minhas coisas. Um soco leve era o suficiente para destravar algo que eu chamava de tranca muito mal feita. E ali estava, peguei o objeto sem expressão alguma. Passei no lençol para ter certeza de que estava afiada, em seguida deslizei a lâmina pelo meu braço, mordendo o lábio inferior para segurar a dor que eu estava sentindo. Aquilo me fazia tão bem de uma forma tão estranha. Eu sabia que era errado, sempre soube, mas ninguém realmente é muito certo não é mesmo? O sangue escorreu lento e quente pela minha pele. Respirei fundo e fechei os olhos enquanto pegava os lenços que estavam em uma caixinha ao lado dos perfumes em cima da cômoda.
"Está pronta Julia?"
A voz meio rouca de Isabella fez eu coração disparar. Por um momento pensei que a porta estivesse destrancada, mas lembrei que eu tinha o terrível hábito de trancar a porta. Todos detestavam isso, inclusive eu em algumas horas quando estava atrasada. Limpei tudo com a maior agilidade que encontrei dentro de mim. Peguei uma blusa que estava em cima da cadeira em frente a escrivanhia, era preta para poder combinar uma pouco com a roupa, mas ao invés de ser de uma cor só, um desenho contornado por pedrinhas brilhantes decorava a mesma. Arrumei as coisas enquanto passava maquiagem no meu braço para que ninguém visse o que eu havia acabado de fazer. Abri a porta sorrindo para minha prima e colocando umas pulseiras no braço para disfarçar. Era esse meu segredo.
"Está animada July?", Isabella parecia uma cantora cowntry usando um vestido branco e um cinto vermelho que a finura do mesmo chegava bem perto da finura da cintura dela. Estava tão animada que qualquer um sorriria perto dela.
"Com certeza", abri o meu melhor sorriso para ela e em seguida minha expressão mudou da água para o vinho, "E com um pouco de medo", sussurrei para mim mesmo.
Entramos no carro dela, um Kia Soul branco que por dentro estava cheio de garrafas d`água e moedas espalhadas. Ligou o radio em um volume um tanto quanto alto para qualquer pessoa normal que estivesse ao lado dela. Assim que a primeira música do cd começou a tocar, eu não estava conseguindo reconhecer a voz do cantor. Me deixava um pouco irritada quando não conseguia lembrar.
"Não precisa se preocupar", ela segurou o volante com uma mão só e me fitou, "Eu tomei a liberdade de olhar seu Ipod", hesitou quando percebeu minha expressão assustada. "Eu tenho certeza que você vai amar". Deu um forte ênfase na palavra "amar" gesticulando as mãos em uma explosão no ar. Eu não sei se ficava brava com ela ou não. Ela era tão fofa que se você olhasse para ela passava qualquer raiva. "Oh My Gosh, Eu amo essa músicaaaa, aaaaaaaaah", aquele grito fino dela me fez colocar as mãos rapidamente nos ouvidos. Ela começou a dançar soltando o volante, me deixava um pouco com medo. E se ela perdesse o controle. Até que começou a cantar e eu finalmente reconheci de quem era aquela voz. "If I was your boyfriend, I`d never let you go. I can take you places you ain`t never been before".
Eu comecei a rir do fato de eu saber a letra e como eu não havia pensado nele antes? Apesar dos 18 anos, Isabella sempre adorou ele e não tinha vergonha de dizer isso para ninguém. Lembro-me de ficarmos dançando "Baby" no meio da sala e deslizando no assoalho cor de pasta de amendoim. Bons tempos. Olhei para ela e sorri cantando junto, balancei a cabeça em negação porque não estava acreditando que eu estava fazendo aquilo. Ela tinha conseguido me distrair, não. Pausei a música fitando-a.
"Como você descobriu minha senha?"
Ela gargalhou.
"Não precisava ser nenhuma expert, era tão óbvio. Você é a maior fã de quem?", a voz dela era serena.
"Demi", respondi sem ao menos pensar uma ou duas vezes. Isabella olhou para mim sorrindo vitoriosa e apertou o play.
Realmente, era tão óbvio que qualquer um conseguia entrar no meu Ipod. Encostei no banco do carro indignada com a minha própria burrice. O cabelo caiu em meu rosto e eu simplesmente não me importei como de costume. O carro estacionou em frente a uma casa que ficava no meio do nada. Havia várias pessoas e carros. Me perguntava como as pessoas conseguiram chegar lá ou se eu era a única burra que não prestava atenção no caminho. Fechei a porta assim que sai, um garoto  musculoso do olhos verdes e pele morena chegou perto da minha prima, sussurrou algo no ouvido dela, o que a fez empurrá-lo revirando os olhos e segurar minha mão me puxando em direção a casa. Não sei se eu queria realmente entrar naquele lugar. Nunca fui muito de festas, sou mais de ficar em casa, ir em um lugar mais reservado. Show, só de quem eu realmente gosto. Eu não conseguia não olhar para as pessoas, parecia que quanto menos roupa melhor. Eu estava praticamente coberta inteira perto daquelas pessoas. Em uma das paredes daquela sala que dava três da minha casa havia um pequeno palco, acredito que um metro elevado do chão. Tudo bem improvisado, dava para perceber, mas estava fantástico. Procurava algo para beber quando meus olhos encontraram o de um menino que estava do outro lado da sala, desviei o olhar rapidamente. Eu morria de vergonha de olhar para alguém e essa pessoa estar me olhando. Era um pouco constrangedor para mim.
"Bella, quem….", então notei que eu falava sozinha, minha prima havia desaparecido no meio da multidão. Eu bufei no meu lugar desistindo da minha bebida que eu nem tinha encontrado. As luzes começaram a se apagar lentamente fazendo as pessoas cessarem o barulho. Me aproximei do palco ficando de frente para quem seria o vocalista. Os pequenos holofotes pendurados em uma barra de ferro se acendenderam. Esperei atentamente quando ele entrou. Por um momento achei que eu fosse desmaiar. Sussurrei algo que nem eu consegui entender o que exatamente era. Mas era ele, ou melhor, eles. Hot Chelle Rae. Meus olhos brilharam quando encontraram a pele perfeita do rosto dele. Seus olhos. Ryan Follese. Uma adrenalina percorreu meu corpo, eu queria gritar.
"Vocês estão prontos para a festa?", ele falou no microfone que soou como uma música para os meus ouvidos. Eu comecei a rir feito boba. Eles começaram a cantar. Pulei e dancei como nunca em toda a minha vida, por um momento, procurei por Isabella, mas ela havia desaparecido. E sem querer ser chata, nesse exato momento, eu não me importava, era o Ryan. Olhei para o lado esquerdo encontrando o mesmo garoto me olhando, o cabelo preto bagunçado, a pele branca quase neve e os olhos escuros. Ele era tão bonito. Não havia reparado nele na primeira vez. Tentei não sorrir, mas os olhos dele estavam fixados ao meu, e eu sempre sorria quando ficava corada. Era boa desagradável. Olhei para meu corpo para ter certeza de que nada estava errado. Revirei os olhos e voltei minha atenção para o vocalista da pele perfeita. Ri sozinha dos meus próprios devaneios. Não havia ninguém capaz de acabar com a minha felicidade. Ninguém. E eu só queria  aproveitar cada momento como se fosso último.



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Autor(a): ddlivesty

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