Fanfic: Casar? Não. Espera...! | Tema: Vondy

Awn Nicole, lindeza muito obrigado, sabe é ótimo saber que tem gente que gosta do que faço kkkk Owwn, é eu dei uma sumidinha básica e tô postando um pouco em cada uma agora, talvez amanha eu poste em N.S.P.V, aain tem que abreviar né, credo ô nomezinho grande esse que eu fui colocar kkkk Esse daqui, dedicado a você amorzinho ;*

Com o passar do tempo eu fui observando Nicole, ela era uma criança daquelas que não se enturmam muito fácil. Na maioria das vezes era grosseira com as voluntárias, e não conversava com ninguém ali. Ela aparentava ter 13 ou 14 anos, também tinha o temperamento de uma adolescente. Era culta, adorava ler e falava muito bem, arrogante, mas falava bem. Todo dia eu tentava de algum jeito arrancar um sorriso dela, mas nunca adiantava. Procurei algumas revistinhas de adolescentes e foi aí que descobri que ela realmente era diferente dos outros adolescentes, parecia madura. Muito mais até que eu. Era calma e nervosa ao mesmo tempo. Também procurei tocar alguma música que agradasse ela, e fracassei novamente. Não só eu, como as outras voluntárias também, e com todo o resto. Ela não falava com nenhuma das crianças, mas também não as tratava com desprezo. Depois de um mês, o comportamento dela me irritava.

Flashback:

- Escuta Nicole, vamos fazer uma brincadeira lá no pátio, não quer ir? – Tentei ser simpática mais uma vez. Ela fechou o livro que lia e me olhou.

- Não. – Disse séria. Eu suspirei.

- Vamos Nicole, vai ser divertido. – Andressa a convidou sorridente.

- Não garota some daqui! – Continuou séria e eu perdi a paciência. Andressa me olhou triste.

- Ei princesa, por que não vai indo? – Me abaixei até ficar na altura de Ande, e lhe beijei a testa.  Ela assentiu e saiu com Ana. - Olha garota. – Me sentei na cama. – Por um lado eu até que te entendo. Você acabou de descobrir que tem câncer. E tá mal com isso, eu sei. Mas você não pode tratar todo mundo com esse desprezo, não. Todas essas crianças que você vê aqui todo dia também estão passando pela mesma coisa que você. Não se sinta especial por isso! – Eu disse séria.

- Você diz isso por que não sabe o que é fazer quimioterapia! Ter esses tantos de efeitos colaterais com tão pouca idade! – Ela gritou, e pela primeira vez eu a vi chorando.

- Não! Eu não sei! Mas eu queria saber. Você não sabe o quanto eu queria estar no seu lugar, o quanto eu queria ter que fazer isso por vocês, só pra não terem que passar por isso. Eu queria tomar a dor de vocês! – Eu me descontrolei. Ela me olhou. – Eu sei, pode parecer ridículo eu falar isso, eu sei. Mas me dói tanto ver essas crianças, tão pequenas... Passando por tanto sofrimento. – Eu chorava. – Não sabe o quanto me dói ver esses pais chorando todo dia. O quanto me dói me despedir daqueles que não conseguem vencer esse MALDITO câncer! - Engoli a seco. – Mas eu não posso nem contar o quanto eu me sinto bem aqui. Vendo esses pequenos lutando pela vida, e eu aprendo tanto com eles, que você nem imagina. E quando alguém vem aqui e me conta ‘’ei, aconteceu, me curei’’! – Disse mais calma. – Você nem imagina. – Me calei. Passei a mão pelo rosto. – Me desculpe por isso. – Me levantei da cama e já ia saindo quando senti algo na minha cintura. Era ela. Nicole. Ela estava me abraçando. Dei um meio sorriso e caí no choro novamente.

Fim do flashback.

Ah, depois disso Nicole se tornou uma das minhas melhores amigas. Quando perguntei de sua idade ela me contou que tinha apenas doze anos, dois meses, sete dias e dez horas de vida. E também me contou que não queria chegar aos treze. Ela odiava esse número. Me emocionei e a convenci de que ela teria que ser forte, pois ela passaria dos treze. Toda tarde eu cantava e tocava ‘’She Will Be Loved’’ sua música favorita. E então eu não conseguia mais escutar essa música sem me lembrar dela. Ela continuava com gênio forte, mas aos poucos fui descobrindo que era um doce. Annie costumava me dizer que o motivo por qual eu gostar tanto dela, era ela se parecer tanto comigo. Que de tão amarga era doce.  Nicole me contava tudo, e bancava a psicóloga quando eu lhe contava meus problemas. Metade de um ano se passou e eu descobri que Nicole pertencia a minha vida. Aprendi muito com ela, não só moral, mas também coisas estranhas sobre o sistema solar, e sobre o resto do mundo. Ela era adorável. Certo dia, ela disse á mãe que estava cansada de pentear os cabelos e ver os fios na escova. Ela decidiu raspar a cabeça.

Sua mão esquerda apertava a minha direita, e sua direita apertava a mão esquerda da mãe. Enquanto seu pai - até então cabeleireiro – cortava seu cabelo. Um dia de emoção, sem dúvida. Ela não chorou como eu, ou como a mãe, ou como o pai, ou como o irmão. Pelo contrário, disse que agora ela podia abusar dos lenços, ela adorava lenços. Senti falta daquela cascata de cabelos negros lisos que ela tinha, mas aquele grande sorriso estampado no rostinho dela, me fez sorrir também.

Até então, eu e Nicole somos unha e carne, e eu adoro ela. E a notícia de que ela teria sido transferida para a UTI do hospital da cidade me fez perder as estribeiras.