Fanfic: Casar? Não. Espera...! | Tema: Vondy

Vi Luiz, Christopher, papai, Analice e Pablo conversarem animadamente no sofá, e me levantei caminhando até a varanda. Fiquei dispersa olhando aquele quintal, que eu tanto brinquei na infância. Senti uma mão sobre meu ombro e suspirei achando que fosse minha mãe, mas é claro que seria ela, querendo puxar assunto mais uma vez. Me virei já chateada.

- M... Ana? - Me assustei.

- Dulce... - Sorriu. Eu não sabia qual era a intenção dela, mas estava diferente comigo. Me virei novamente olhando para o quintal. - Sente falta daqui?

- Nenhum pouco. - Respondi amarga. Ela sabia todos os motivos que eu tinha pra odiar tudo aquilo.

- Por que não veio no Natal?

- Por que, eu viria? - A olhei e ela abaixou a cabeça. Ela não me respondeu e eu me virei novamente.

- Dulce, querida... - Começou a dizer com voz suave.

- "Querida"? Por que diabos estão me chamando de querida? Eu nunca fui querida por ninguém aqui! - Respondi nervosa.

- Calma, Dulce! Me desculpa! - Ela disse. Respirou fundo e voltamos a olhar o quintal. Suspirei.- Olha, Dulce, eu sei que você tem ínumeros motivos pra me odiar. Eu sei disso... - A olhei. - Fui uma cretina com você. - Ela pareceu triste. - Senti tanto sua falta esses últimos anos, Dulce.

- Falta? - Sorri. - Ana, se você tivesse sentindo minha falta, você teria me procurado. - Ela suspirou frustada. - E me poupe desse teu falso arrependimento. - Fui saindo e ela puxou minha mão.

- Dulce, não é falso, eu juro! - Ela disse já chorando. - Eu tentei te procurar, mas mamãe não deixou. Disse que se eu fosse atrás de ti, quem seria a menosprezada, seria eu. Me desculpe, minha irmã, mas eu não sou tão forte, pra aguentar o que você aguenta. - Engoli o choro. - Sempre te quis bem. - Ela me abraçou aos prantos. Não consegui levantar meus braços para retribuir, não consegui. E também não consegui mais segurar o choro. - Me desculpe por tudo que eu te fiz, e eu sei que eu não consegueria seguir em frente, sem que te pedisse perdão. - Ela me soltou e segurou em minhas mãos. - Não poderia fazer mais nada, sem teu perdão. Nada. - Soluçou. Limpei minhas lágrimas.

- Meu perdão não é tão importante assim. Eu não sou tão importante assim. - Lhe respondi.

- É sim! É sim, se você não puder me perdoar, eu vou entender. Só não consegueria mais colocar a cabeça no travesseiro, se eu não tivesse te pedido desculpas. - Me abraçou outra vez nervosa. Respirei o mais fundo que consegui.

- Eu... Eu te perdôo. - Ela me soltou surpresa. - Eu te perdôo. - Repeti.

- Você o que?

- Te perdôo. - Me olhou chorando mais ainda, e me abraçou. Dessa vez, vagarosamente, meu braço se levantou e minha mão tocou suas costas.

- Obrigado, minha irmã. Obrigado! Eu não poderia ser um boa mãe, sem que tivesse o seu perdão. - A soltei.

- Ana... Voce tá gravida? - Ela assentiu.

- Sim, estou!

- Oh meu Deus! Ana! - A abracei. - Parabéns!

- Obrigado, obrigado! Você foi a primeira a saber. - Fiquei chocada.

- Nem o... - Ela negou com a cabeça.

- Nem o Luiz sabe. - Ela disse.

- Meu Deus!