Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

Uma expressão de curiosidade tomou o rosto de Dulce quando Christopher parou o carro em frente aos portões de metal enferrujados do parque antigo de Brighton. O que eles estavam fazendo ali, afinal? Por que ele a tinha levado àquele lugar que aparentava ser um pouco assustador? Olhou para o lado do banco do motorista e arqueou as sobrancelhas para o garoto, em busca de uma explicação. Ele sorriu de lado, deu de ombros e saiu do carro, sem falar qualquer coisa. Dulce rolou os olhos e abriu a porta do lado do carona e cruzou os braços, quando ele chegou até ela.

Chris: Você não me deixa nem ser cavalheiro e abrir a porta para você. – ele falou em um tom de brincadeira, balançando a cabeça.

Dulce: Não preciso disso. – ela deu língua para ele e encolheu os ombros. Christopher fez uma careta, entrelaçou sua mão a dela e a conduziu até a entrada do lugar. Dulce franziu o cenho, ainda confusa. Mas sabia que se tentasse perguntar qualquer coisa sobre aquilo tudo, ficaria sem resposta. Assim, como estava desde que ele tinha ido pegá-la em sua casa, quinze minutos atrás. Christopher conseguia ser bem irritante quando queria. Era uma coisa que ela acabara de descobrir, mas não teve tempo para ficar chateada. Ela gostava de descobrir coisas sobre ele.

Christopher empurrou um lado do portão com as duas mãos e fez uma espécie de reverência para que Dulce entrasse na sua frente. Ela soltou uma risada nasalada, meio irônica e voltou a rolar os olhos. Já tinha desistido de descobrir o motivo daquele comportamento esquisito de Christopher. Se deixaria ser guiada por ele para ver onde aquilo tudo, ia dar. Mas ela já não estava fazendo aquilo? Não só em relação ao parque, mas aos dois. Sorriu quase imperceptivelmente com o próprio pensamento e sentiu Christopher puxá-la pela mão. Andaram por quase toda a extensão do parque. Dulce se sentia um pouco assustada com todo aquele clima mórbido que tomava conta do local. Era um parque de diversões abandonado há anos, afinal.

Chris: Ali. – apontou para o que parecia ser uma casa de terror e a garota se perguntou se ele estava em seu total estado de sanidade. Ela jamais entraria naquele lugar.

Dulce: Você quer que eu entre ali? – ela puxou a mão dele, parando repentinamente no meio do caminho e Christopher virou-se para ela. As sobrancelhas erguidas, um sorriso sarcástico tomando conta dos lábios dele.

Chris: Qual o problema? Você tem medo? – ele falou em tom de provocação, fazendo com que ela quase se esquecesse de onde estavam. Por que ele tinha que ser tão bonito?

Dulce: E se tiver? – ela respondeu no mesmo tom e puxou sua mão da dele, cruzando os braços. – Não vou entrar ali.

Chris: Você não precisa entrar, garota de Cambridge. – ele gargalhou e se aproximou, pegando a mão dela de volta. – Nós só vamos subir. Ficar no telhado.

Dulce: Ficou louco? Aquilo vai desabar no momento em que nós pisarmos ali. – ela balançou a cabeça, deixando que todo medo que sentia fosse expresso por seu rosto. Christopher sorriu e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

Chris: Você confia em mim? – ele quase murmurou e Dulce não precisou pensar muito, antes de balançar a cabeça afirmativamente. Ela confiava nele. Confiava plenamente e aquilo a deixava sem chão.

Ela o conhecia fazia tão pouco tempo. Como podia sentir todas aquelas coisas? Mais uma vez, resolveu ignorar suas dúvidas e apenas se entregar àquele momento. Deixando-se ser puxada por ele até a lateral da construção antiga, onde uma escada de ferro enferrujado se encontrava. Ele era completamente louco. E ela completamente maluca por concordar com aquilo. Suspirou e pegou nas laterais da escada, sentindo a textura esquisita daquele metal. Colocou um dos pés no primeiro degrau e voltou a suspirar. Ela estava morrendo de medo. – Confia em mim. – Christopher voltou a repetir, um pouco abaixo dela, segurando sua cintura como medida de precaução. Ela olhou para ele, por cima do ombro. Sentindo os olhos castanhos a afetarem instantaneamente e assentiu. Voltou a subir as escadas, com um pouco de velocidade demais. Quando pisou no telhado cheio de folhas amareladas que haviam caído das árvores ao redor do local, agradeceu mentalmente por nada de ruim ter acontecido até aquele momento. Olhou para frente e sua boca abriu em choque. Ela podia ver quase toda a cidade dali. Melhor ainda, ela podia ver o mar, se estendendo em um oceano perfeito e o sol quase o tocando.

Dulce: Uau! – foi a única coisa que ela conseguiu dizer e se virou para Christopher. Ele a encarava em silêncio. Em uma expressão de total concentração.

Chris: Eu disse para você confiar em mim. – ele deu de ombros de forma prepotente e Dulce fez uma careta, sentando no concreto que formava o telhado. Christopher sentou ao seu lado, passando o braço pelos ombros dela.

Dulce: Eu confio em você. – ela virou seu rosto, para poder encarar o perfil do garoto.

Ele era absurdamente lindo de uma forma comum. Ela gostava das coisas comuns. Elas pareciam mais especiais que o diferente, para ela. Christopher virou-se para olhá-la e os dois ficaram se olhando, por algum tempo. Dulce passou a mão pelo rosto dele, sorrindo timidamente e Christopher se aproximou, colando seus lábios aos dela. Dulce abriu a boca e sentiu a língua dele tocar a sua de uma forma que ela não podia descrever. Passou um dos braços pelo pescoço dele, fazendo um leve carinho em sua nuca e sentiu Christopher apertar sua cintura com um pouco mais de força. Sem ao menos perceber, ou planejar se encontrou deitada sobre o concreto do telhado. Poderia muito bem dizer que não queria, mas a verdade é que ela queria. Passou o outro braço pelo pescoço dele e puxou os poucos fios que tomavam conta de sua nuca. Sentiu o garoto suspirar contra sua boca e tentou segurar o sorriso, mas acabou não dando certo. Ele abriu os olhos e a encarou, a expressão séria, mas os olhos brilhantes, quase divertidos. Ela mordeu o lábio inferior e Christopher beijou seu maxilar demoradamente, mordeu o lóbulo de sua orelha. Dulce passou uma das mãos pelas costas dele, segurando o ombro do garoto com força, logo em seguida. Os beijos dele desceram para seu pescoço e se misturaram com leve mordidas. Dulce voltou a fechar os olhos e desceu a mão que estava no ombro do garoto, até a barra de seu casaco. Colocando-a por dentro do tecido, sentindo a pele dele, em contato com a sua. A pele quente e macia de Christopher quase fez com que ela ficasse sem ar. Apesar de culpar também, o modo como ele respirava contra seu maxilar, passando a barba por fazer contra seu rosto, delicadamente. Dulce passou a mão por toda a extensão das costas dele. Sentindo uma espécie de choque bom. Um choque novo. Sentindo coisas que ela jamais tinha sentido com qualquer outro garoto. Christopher afastou a blusa dela para cima e apertou sua cintura, subindo a mão relativamente grande por toda a lateral de seu corpo. Mas ainda assim, respeitando os limites dela. Os limites que ela não sabia se conseguiria controlar por mais muito tempo. Achou melhor que era hora de parar. Ela queria continuar, mas alguma coisa a chamava para a razão. Eles se conheciam há apenas duas semanas e ela… Bom, ela tinha mais do que limites estipulados quando não sabia muito bem lidar com toda aquela situação.

Dulce: Chris? – sua voz saiu mais ofegante do que queria aparentar. Ele resmungou qualquer coisa, com o rosto ainda enterrado no pescoço dela, em meio a um chupão. Ela sorriu e passou a mão pelo cabelo dele, fazendo um cafuné. – Nós vamos perder o pôr do sol.

Chris: O quê? – ele levantou o rosto, parecendo estar em um transe total, com os cabelos totalmente bagunçados, a boca vermelha. Dulce gargalhou e apontou para o céu que era tomado por cores escuras. – Ah.

Dulce: Então… – ela sorriu e ele assentiu, saindo de cima dela e logo a puxando para se aconchegar aos seus braços. Dulce sentiu as bochechas avermelharem e o coração acelerar consideravelmente. Ele era tão carinhoso com ela.

Chris: Eu não te trouxe aqui para te agarrar, só para você ficar sabendo. – ele falou em tom brincalhão e Dulce soltou uma risada nasalada. – Mas até que valeu à pena.

Dulce: Cala a boca, Chris. – ela o empurrou e fez uma careta quando ele riu da expressão envergonhada que ela fez. Passou a mão pelo braço dela e lhe deu um beijo na testa.

Chris: Te trouxe aqui, porque é um lugar especial. – Dulce voltou sua atenção para ele. Observando seu perfil, como fizera minutos atrás. – Foi aqui que meus pais se conheceram. – ele pareceu envergonhado ao admitir aquilo e Dulce assentiu, entrelaçando uma das mãos na dele. A partir daquele dia, aquele parque também seria especial para ela. Era muito mais do que um parque abandonado. Era o local em que ela se tinha descoberto totalmente apaixonada por Christopher.