Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

Dulce estava jogada na cama do quarto, encarando as estrelas coladas no teto branco e sorrindo de leve. Sabia que suas bochechas estavam coradas pelo sol que tinha tomado mais cedo, na praia com as amigas. E podia senti-las quentes. Ela gostava daquela sensação, sentiria falta quando fosse para a faculdade no próximo ano. Ali era seu lugar, sua casa, onde seu coração estava. Escutou alguma coisa cair no banheiro e riu. Anahí sempre derrubava tudo, em qualquer lugar que estivesse. Virou-se para o lado esquerdo e encolheu as pernas, Almost Lovers tocava baixinho no som. Aquela música conseguia realmente mexer com ela. Algo que ela nunca tinha sentido, nunca tinha ficado sem ar por causa de ninguém. Uma vez até pensou que fosse acontecer, mas fora mera imaginação. Escutou um palavrão baixinho soar no banheiro e se levantou. Se não interviesse, talvez toda sua maquiagem e banheiro estivessem destruídos no sofá. Andou até a porta do banheiro e encostou-se ao batente rosa-claro. Anahí tentava curvar os cílios, mas se atrapalhava na hora de apertar o aparelho.

Dulce: Você podia ter me chamado para ajudar. – A ruiva falou, já esperando o olhar desaprovador da amiga. Ela sempre queria fazer tudo sozinha, por mais que não soubesse. Sentia um pouco de inveja dessa independência da melhor amiga.

Anahí: Não preciso de ajuda. Se não aprender agora, não aprendo nunca. – bufou irritada e rolou os olhos. – Não é tão difícil, quer dizer, você consegue.

Dulce: Muito obrigada pela parte que me toca. – Dulce fez uma careta e se sentou na tampa do vaso sanitário, abraçando as pernas. – Sabe, se você ficar mais meia hora tentando curvar seus cílios, nós vamos chegar ao final do luau.

Anahí: Ah, não, credo. – Anahí suspirou e passou o curvex para Dulce. – Final de luau só dá duas coisas: bêbados e maconheiros.

Dulce: Nós já ficamos até o final de alguns luaus. – Dulce comentou, enquanto posicionava o curvex nos cílios da outra.

Anahí: Mas foi porque nós somos meio loucas e quisemos ver o sol nascer e nadar. – Ela deu de ombros e Dulce riu. – Então, você pretende achar seu príncipe encantado essa noite ou o quê?

Dulce: Não quero um príncipe encantado, Anahí. – Dulce jogou o curvex na nécessaire azul clara e foi em direção a poltrona em que sua bolsa estava jogada. – Só quero me apaixonar.

Anahí: Não é fácil. – Anahí balançou a cabeça e suspirou. – Mas se é isso que você quer, eu te apoio. E prometo não dizer eu te avisei, quando você estiver com o coração partido.

Dulce deu de ombros e desligou o som. Não podia culpar a amiga por ser tão pessimista. Ela já tinha passado por aquilo, já tinha vivido uma grande paixão com tudo que tivesse direito, mas tinha se entregado demais e não soubera a hora de parar. Então, teve seu coração totalmente quebrado quando viu o garoto com quem estava a quase oito meses, ficando com outra em uma festa. Ela dizia que o detestava e fazia questão de demonstrar aquilo, mas não enganava Dulce. Ela sabia que tanto Anahí quanto Poncho ainda se gostavam muito, mas ambos eram os seres mais orgulhosos já colocados no mundo.

Dulce: Não é como se eu me importasse com isso. – Dulce sorriu e pegou a bolsa que estava em cima da poltrona. – Eu quero tudo. As partes boas e as ruins também.

Anahí: Dulce, às vezes eu me pergunto por que você é tão esquisita. – Anahí cruzou os braços e balançou a cabeça. – É a única pessoa que eu conheço que quer sofrer de amor.

Dulce: Não é amor, é paixão. – Dulce fez uma careta para a melhor amiga, apagou a luz do quarto e saiu para descer as escadas. – Garanto que muita gente pensa do mesmo jeito, mas como eu sou a única pessoa que você conhece de verdade, então é a única que você sabe que quer tanto o ruim quanto o bom.

Anahí: Você e toda sua vontade de viver. – Anahí riu e abraçou a amiga pelos ombros. – Às vezes te acho esquisita, às vezes te admiro. Deve ser por isso que nós somos melhores amigas.

Dulce: Idem para você. – Dulce riu e foi até a cozinha onde os pais estavam jantando para avisar que já estava de saída. – Pessoas que eu amo, estou indo.

Blanca: Não chegue muito tarde. – a mãe de Dulce olhou para ela e sorriu.

Fernando: E não dê muita confiança para os garotos, vocês duas, aliás. Eles podem ser traiçoeiros. – o pai dela falou, com um tom que misturava piada com alerta.

Dulce: Tá bom. – Dulce rolou os olhos e riu. Ela e Anahí saíram da cozinha jogando beijos no ar e saíram logo pelas portas do fundo. Não precisariam ir de carro, já que a casa de Dulce era quase na praia.

Anahí: Então, eu estava pensando… –  falou enquanto elas desciam uma ladeira. – Se o Poncho estiver nessa festa, existem duas opções. Ou dou uma de superior e finjo que nada está acontecendo ou nem olho na cara dele e finjo que nada está acontecendo. Qual é melhor?

Dulce: Anahí, sinceramente, vocês deviam dar um jeito em toda essa situação doida. – deu de ombros. – Não é como se vocês não se gostassem mais ou coisa do tipo.

Anahí: E quem te disse que eu gosto dele? – Anahí forçou uma risada de escárnio e balançou a cabeça.

Dulce: Não precisa dizer, eu te conheço melhor do que ninguém. – a ruiva sorriu e desceu as escadas que davam para a praia.

Já podiam ver as pessoas espalhadas, perto da fogueira. Tinham montado espaço para uma banda, pelo que parecia. Tinha instrumentos por todos os lugares e tendas coloridas faziam a decoração daquilo tudo. Geralmente, os luais não eram tão montados assim, mas aquele era o primeiro do ano, então, os estudantes do último ano, tinham se decidido por uma coisa mais organizada. Quando as garotas finalmente colocaram os pés na areia, olharam uma para outra e sorriram. Um sorriso que trazia todas as expectativas para a primeira grande festa daquele ano. Para aquele ano. O ano que mudaria a vida de Dulce.