Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

O barulho de alguma coisa se quebrando, provavelmente um copo, veio da cozinha e as três pessoas que estavam na sala, levantaram as cabeças, assustadas. Bernardo se levantou um pouco rápido demais para o seu estado bêbado e quase tropeçou nas pernas de Anahí. A garota reclamou e logo em seguida gargalhou. Dulce sorriu de lado e puxou as pernas para junto do corpo, dando espaço para que Bernardo passasse por ela em direção à cozinha.

Naquele sábado à noite em que a chuva ia e voltava de meia em meia hora e não tinha nada de interessante para se fazer, além de ver filmes ou dormir, a casa de Bernardo tinha parecido uma ótima opção para que todos passassem o tempo juntos, já que os pais do garoto estavam viajando para aproveitar o feriado na casa de praia deles em uma pequena cidade litorânea que Dulce não lembrava o nome. Bernardo tinha dito que não se interessava em ir para outra praia com os pais, por que… Bom, ele morava em Brighton.

Anahí: O Bernardo vai acabar com eles. – falou com a voz um pouco embolada e riu das próprias palavras. – Quase dá vontade de me levantar para ver.

Dulce: Se eu não estivesse tão tonta, também iria. _  assentiu vagarosamente e fez uma careta. – Não devia beber assim.

Anahí: Não devia beber assim? – riu e balançou a cabeça. – Amiga, você tomou dois copos e meio de vodka com suco de uva.

Dulce: Isso é o suficiente para me deixar tonta. – assentiu deixando com que uma expressão engraçada tomasse conta de seu rosto. – Por isso, é melhor você ficar de olho em mim para eu não acabar fazendo nada de errado.

Anahí: Tipo? – arqueou uma sobrancelha e Dulce olhou para ela de uma forma significativa, como se dissesse que a amiga sabia ao que ela estava se referindo. Apesar de Anahí estar um pouco mais bêbada que Dulce, entendeu a mensagem. – Não acho que ele deixaria você fazer esse tipo de coisa no seu estado pouco sóbrio.

Dulce: Também acho que não, mas a gente nunca conhece realmente as pessoas. – deu de ombros e olhou para os próprios pés calçados em meias rosas da Pucca. Era quase irônico ter aquele tipo de conversa, pensar naquele tipo de coisa. Quase deixar que acontecesse quando se estava usando meias tão infantis. Bom, ela era daquele jeito: uma mistura esquisita de uma garota com uma quase mulher. Quis rir de seus próprios pensamentos alterados pelo álcool e escutou um grito da cozinha, seguido de gargalhadas masculinas altas e um pouco exageradas. Sorriu para si mesma e olhou para a melhor amiga, ela fazia o mesmo. Elas já estavam completamente apegadas àqueles garotos, a todos eles. Obviamente que com uma intensidade diferente.

Anahí: Você consegue juntar coragem o suficiente para se levantar e ir até lá para ver o que está acontecendo? Fiquei curiosa. – franziu o cenho e Dulce assentiu, levantando-se um pouco rápido demais e sentindo seu mundo literalmente girar. Fechou os olhos e tentou recuperar o equilíbrio, até sentir a melhor amiga puxando-a em direção a cozinha. Admirava Anahí. Quando bebia, a amiga parecia totalmente sóbria, exceto pelas gargalhadas fáceis e altas. A voz dela quase nem embolava.

Christopher e Christian estavam sentados no balcão da cozinha, rindo abertamente enquanto observavam Poncho ajoelhado, tentando juntar cacos do copo que tinha quebrado antes. Bernardo estava de braços cruzados, encarando o amigo e dando ordens para que ele limpasse tudo.

Poncho: Ai! – gemeu e levantou o dedo indicador em que um corte mínimo podia ser visto. – Eu disse que ia me machucar. Eu estou bêbado, merda!

Anahí: Ele está bêbado, Bernardo! – olhou para o amigo com raiva e andou rapidamente até onde Poncho estava. – Ele já não sabe fazer as coisas sóbrio, quem dirá bêbado. – ela falou irritada e se ajoelhou ao lado do ex que a encarava com um sorriso bobo tomando conta dos lábios. – Nunca viu? Me ajuda com essa bagunça, Ponchito!

Dulce se encostou ao balcão, entre as pernas de Christopher e o garoto deu um beijo no topo da cabeça dela. A garota olhou para cima com o pescoço esticado e gargalhou.

Chris: O que foi? – ele perguntou parecendo curioso, enquanto Christian ainda gargalhava alto e fazia brincadeiras sobre Poncho estar em uma posição totalmente comprometedora. Anahí e Bernardo discutiam, enquanto a garota enrolava um pano de prato no dedo de Poncho, como se aquele corte mínimo fosse acabar em uma hemorragia fora do comum. Tudo era uma bagunça extrema ali, mas os olhos de Christopher sempre faziam com que ela partisse para um mundo totalmente diferente. Um mundo em que a voz dos amigos ficava longe. Um mundo cheio de torpor, quase como se estivesse totalmente bêbada. É, ela não precisava de tipo algum de álcool para ficar tonta, relaxada.

Dulce: Acho que eu estou bêbada. – ela voltou a rir e se virou de frente para ele. – Estou tonta.

Chris: Eu também. – ele assentiu e passou os braços pela cintura dela, pouco se importando por ter virado o alvo das brincadeiras de Christian, que cantava alguma música melosa daqueles carros de mensagens bregas. Colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e passou o indicador pela bochecha direita de Dulce.

Dulce: Sou absurdamente sensível ao álcool. – ela fez uma expressão triste, brincando e Christopher balançou a cabeça negativamente. Tinha como gostar mais dela? Bom, se tinha, estava acontecendo naquele exato momento.

Cris: Sabe o que eu acho? – praticamente gritou, descendo do balcão de forma desastrada e rindo de si próprio. – Nós devíamos jogar verdade ou consequência.

Chris: Por que isso? – fez uma careta levantando a cabeça e encarando o amigo como se dissesse que ele estaria morto se não falasse que estava só brincando. Para o azar de Cristian, ele estava bêbado demais para entender os sinais do amigo. Existia uma razão para que Christopher não quisesse jogar. Na verdade, existiam várias razões, como o fato de ele nunca conseguir mentir quando estava bêbado e saber que os amigos fariam perguntas que ele talvez não estivesse preparado para responder em voz alta. E principalmente, que odiaria se algum de seus amigos fosse desafiado a beijar Dulce ou vice-versa se escolhessem consequência. Quer dizer, gente bêbada sempre é inconsequente e deixa para pensar em suas ações apenas no dia seguinte: o dia da ressaca moral.

Dulce: Eu acho legal. – levantou os braços com um sorriso bobo no rosto. Ah, claro que ela achava, Christopher pensou. Olhou para Anahí e a garota parecia estar na mesma situação que ele. Bom, talvez ela não quisesse responder que estava completamente apaixonada por Poncho desde… Ahn, sempre.

Anahí: É uma desculpa boba para ficar com alguém, Cristian? Você está tão necessitado assim? – perguntou com os braços cruzados e as sobrancelhas erguidas. Ela estava contra-atacando, estava se protegendo do mesmo modo que Christopher.

Cris: Você me magoa assim, Anahí! – ele colocou uma das mãos no coração e fez uma careta. A garota deu de ombros, mas logo depois depositou um beijo na bochecha de Cristian. Bernardo já estava com uma garrafa nas mãos e parecia animado. Era bem o estilo dele querer queimar os amigos quando eles não tinha condições de se defender decentemente.

Dulce: É! – saiu de perto de Christopher, indo até a sala meio que dançando e sendo seguida por Bernardo, Cristian e Poncho completamente animados. Christopher continuou sentado no balcão e Anahí ainda encarava a porta pela qual eles tinham saído, de braços cruzados. A garota olhou para Christopher e suspirou, fazendo um sinal com a cabeça para que eles fossem para a sala.