Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

O vento cortava seu rosto violentamente e os flocos de neve faziam com que o frio aumentasse. Dulce andava apressadamente pela entrada do colégio, procurando por Anahí. As pessoas estavam todas na lanchonete ou na parte fechada do pátio, querendo se proteger do vento forte e de uma possível morte causada por hipotermia. Ela balançou a cabeça, irritada com os próprios pensamentos, precisava se focar em achar uma solução para sua confusão mental. Uma rajada de vento bateu fortemente contra si, levando seus cabelos para todos os lados, mas foi como se ela não tivesse percebido. Sentia-se dormente, como se tivesse acabado de acordar de uma noite mal dormida, como se seu corpo não respondesse aos comandos de seu cérebro, como se ela estivesse em um mundo paralelo, viajando no tempo.

A mãe tinha percebido o estado dela, enquanto tomavam café da manhã, mas Dulce não conseguiu responder quando ela perguntou o que estava acontecendo. Talvez estivesse em um estado miserável mesmo, já que a mãe tinha oferecido a opção de ficar em casa aquela manhã, ela nunca fazia coisas daquele tipo, se não fosse uma emergência ou Dulce estivesse absolutamente impossibilitada, com pneumonia ou algo assim. Bufou irritada, onde estava Anahí quando ela precisava? Algumas pessoas acenaram para ela, esperando uma resposta empolgada, já que era sua época preferida do ano, a época em que ela ficava mais gentil e receptiva com todos ao seu redor, mas ela não respondeu a nenhum dos cumprimentos, ignorando devidamente qualquer pessoa que estivesse dividindo aquele espaço com ela. Ficou nas pontas dos pés e viu Anahí conversando com uma garota loira e alta, alguma amiga dela de que Dulce não gostava muito. Quase correu até onde a amiga estava e a puxou pelo braço para um canto afastado, assim que a alcançou.

Anahí: Você podia ter ao menos falado com a Ellen. – comentou parecendo chocada com a atitude de Dulce.

Dulce: Eu o amo. – falou em voz alta, deixando com que o choque tomasse conta de seu corpo por inteiro.

Anahí franziu o cenho, totalmente confusa. – O Christopher.

Anahí: Oh! - uma expressão de surpresa deu lugar a confusão no rosto da garota, logo depois ela pareceu pensativa e sorriu. – Você o ama.

Dulce: É. – balançou a cabeça fervorosamente e desapertou o cachecol de seu pescoço, aquele pedaço de pano parecia a estar sufocando. Ou talvez fosse outra coisa.

Anahí: Isso é bom, não é? – ergueu as sobrancelhas de forma desconfiada, mas o sorriso não desapareceu de seus lábios.

Dulce: Não sei. É? – passou uma das mãos pelos cabelos, demonstrando sua ansiedade incontrolável.

Anahí: Ok, primeiro, respira. – colocou as mãos nos ombros da amiga e Dulce fez o que ela tinha mandado. As duas ficaram em silêncio por algum tempo, até Dulce fechar os olhos e sorrir de forma doce.

Dulce: Eu quase disse essa manhã que eu o amava, mas… E se ele não sentir o mesmo? – abriu os olhos e por um momento, pareceu que ia chorar, mas logo se recuperou. – Estou sendo muito dramática? Quer dizer, eu não sei como é… Nunca senti essas coisas, não sei como lidar com esses sentimentos, com essas situações.

Anahí: Você não está sendo dramática. – balançou a cabeça negativamente e encolheu os ombros. – Você só vai saber quando falar.

Dulce: Ficou louca? – riu meio histericamente e de repente sua respiração voltou a acelerar. – Não quero dar uma de Marissa, sabe? E receber um ‘obrigado’ como resposta… Apesar de que depois o Ryan fez uma coisa realmente interessante.

Anahí: Dulce, acorda. – riu e estralou o dedo. – É a vida real, está bem? E por mais que nós sempre baseamos as coisas que acontecem com a gente nos seriados que vemos, a realidade é um pouco diferente.

Dulce: A realidade pode ser diferente de uma forma boa? – mordeu o lábio inferior, totalmente insegura. Era esquisito para Anahí ver a melhor amiga daquela forma, ela era sempre tão segura de tudo, sempre no controle de todas as situações, de todos os sentimentos, ela decidia o que sentir, como sentir e quando sentir.

Dulce sempre tinha sido daquele jeito desde que se entendia por gente. A única coisa que ela podia fazer pela amiga naquele momento, era demonstrar seu apoio e desejar que Christopher sentisse o mesmo. O que a propósito, ela tinha uma leve desconfiança de que ele sentia, talvez até com mais intensidade.

Anahí: Lembra quando nós tínhamos uns catorze anos e ficávamos imaginando como seria a primeira vez que um cara dissesse as três palavras mágicas? – perguntou e Dulce assentiu.

Anahí: A realidade pode ser diferente de uma forma maravilhosa. – Dulce sorriu levemente e afastou a franja da testa.

Alguma coisa lhe dizia que Poncho já tinha usado as três palavras mágicas com Anahí. E bom, ela realmente esperava que Christopher as dissesse antes que aquele tipo de surto a tomasse com frequência.