Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

Blanca: O jantar vai demorar um pouco ainda. –  falou, se sentando em uma das poltronas que tinham de frente para o sofá enorme que se encontrava em um dos cantos da enorme sala. Dulce vivia impressionada com o tanto de dinheiro que Bernardo tinha, mas ela parecia não ficar muito atrás. De repente, Christopher se sentiu curioso a respeito do que os pais dela faziam.

Dulce: Para chegar. – completou, com um sorriso sarcástico, fazendo o pai gargalhar discretamente e a mãe lhe encarar em uma perfeita expressão de choque. – Mãe, eu já contei que você não sabe cozinhar e nós vivemos graças à maravilhosa comida industrializada.

Fernando: E ao serviço de entrega. – assentiu e encarou Christopher, com um sorriso amigável. – É bom você saber que a habilidade da Dulce na cozinha é igual a da mãe.

Dulce: Não é como se nós fossemos casar, pai. – ela bufou, mas suas bochechas ficaram instantaneamente vermelhas. Ela, com toda a certeza, já havia pensado naquilo.

Chris: Eu já estou acostumado, de qualquer forma. – deu de ombros e sorriu. – Meus pais vivem trabalhando e ocupados e quase não têm tempo para essas coisas domésticas, mas nós nos viramos bem.

Blanca: Eu também sou muito ocupada, vocês sabem. – achou a hora perfeita para se defender e sorriu para o marido, da mesma forma que Dulce tinha feito segundos atrás. Era assustador como as duas se pareciam.

Fernando: Então, Christopher, quais são seus planos para o próximo ano? – perguntou de forma séria, fazendo com que ele se assustasse.

Dulce: Pai! – olhou para o pai de forma repreensiva. Aquele não era o tipo de pergunta a se fazer.

Chris: Bom, eu… Eu acho que vou para Londres. – respondeu aparentemente desconfortável por tocar no assunto do qual ele e a namorada tentavam fugir.

Blanca: Londres, querido? – falou em um tom que pedia mais detalhes.

Chris: Eu tenho uma banda e o pai de um amigo meu conhece um produtor que ficou interessado em uma demo que mandamos. Nós vamos até lá para ver o que ele pode fazer pela gente. – deu de ombros como se não fosse grande coisa, mas um sorriso orgulhoso tomou conta de seu rosto de forma quase imperceptível. O mesmo sorriso que passou pelos lábios de Dulce. Existia um problema em ele ir para Londres e ela para Cambridge, mas aquele fato não a impedia de sentir orgulho pelo futuro brilhante que esperava o garoto.

Fernando: É interessante! – assentiu de forma aprovadora e Dulce sorriu de leve para o pai, agradecendo por ele não ser o tipo de pessoa mais velha que não acreditava na possibilidade de que jovens eram capazes de realizar seus sonhos, mesmo de forma diferente da que a maioria dos pais planeja. – Eu sempre quis tocar algum violão, mas nunca deu certo. Por mais irônico que pareça, a pouca coordenação da Dulce é uma herança minha.

Chris: Se o senhor quiser, eu posso ensinar algumas coisas fáceis. – falou de forma amigável, parecendo mais relaxado e confortável pela aprovação que havia recebido do pai de Dulce.

Fernando: Isso seria ótimo, nós temos um violão encostado no porão há anos. – se levantou com um sorriso empolgado e saiu da sala apressadamente para pegar o instrumento. SDulce sorriu muito satisfeita pelo bom comportamento de seu pai e virou a atenção para a mãe, que se encontrava com o cenho franzindo, mordendo o lábio inferior em uma expressão pensativa.

Blanca: Me desculpe, mas… – Branca balançou a cabeça, mostrando toda sua confusão. – Sei que não devo me meter, mas vocês já conversaram a respeito disso?

Dulce: Disso o quê, mãe? – imitou a expressão confusa da mãe, se fazendo de desentendida, por mais que soubesse ao que ela se referia.

Blanca: Vocês dois em cidades diferentes e relativamente longe. – uma expressão de preocupação tomou o rosto da mulher daquele jeito maternal, daquele jeito que só as mães eram capazes de expressar suas emoções pelo olhar e rosto. Christopher abriu a boca para responder, mas de repente pareceu impossibilitado de falar. Eles ainda não tinham achado solução para aquele problema, certo? Escutou Dulce murmurar qualquer coisa para a mãe e Christopher desejou muito que não estivesse tão perdido em seus próprios pensamentos para ter conseguido escutar o que a garota havia falado. O pai de Dulce voltou à sala com o mesmo sorriso empolgado e pela primeira vez naquela noite, Christopher viu os traços da namorada no rosto do homem. Pela primeira vez naquela noite, Christopher realmente se sentiu em casa e resolveu guardar aqueles devaneios, a sensação ruim que o tomava para outro momento.