Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

O sol começava a surgir entre as nuvens escuras daquela manhã, quase como um pedido de licença para que seus raios pudessem mostrar que o dia finalmente chegara. Anahí resmungou qualquer coisa e Dulce não se importou em virar o rosto, sabia que a amiga não estava falando com ela. Observou a mistura espetacular do claro e do escuro que dava uma espécie de cor diferente ao azul costumeiro do céu. Encolheu os ombros e se abraçou, tentando espantar o frio intenso do começo da manhã. Balançou o banco em que estava sentada ao lado da melhor amiga, em sua varanda. Anahí pareceu não notar, ou ao menos fingiu que não tinha percebido o movimento de Dulce que riu, se perguntando como a amiga conseguia ficar tão impassível diante de todas aquelas expectativas para a viagem. Diante de um nascer do sol como aquele, o penúltimo nascer do sol daquele ano. O último nascer do sol que elas iriam ver aquele ano, em Brighton.

Talvez só estivesse fazendo um drama muita grande em cima de uma coisa tão pequena, mas ela estava se sentindo diferente. De uma forma que não conseguia explicar, estava se sentindo aquecida e cheia de uma felicidade que ela mal sabia ser capaz de poder sentir, era como se estivesse começando a ver a coisas sob uma nova perspectiva. Como se estivesse se preparando para viver sob uma nova perspectiva. Ela estava pronta para o que estava por vir. Ela estava pronta para abraçar as mudanças que aquele novo ano traria. Ela estava pronta para lutar pelo que queria. Estava pronta para lutar por ele, por Christopher, pelo garoto que estava tão disposto a lutar por ela. Ao menos, ela se achava forte o bastante para aceitar tudo que o destino lhe mandasse, tudo de bom e tudo de ruim. Subiu uma das mãos até o pescoço e apertou o pingente em forma de estrela que caía da corrente presa ao seu pescoço desde a noite de natal. Ela não a tirava por nada. Christopher iria com ela para qualquer lugar que fosse, ele estaria com ela, e não importava o que acontecesse.

Suspirou e abaixou os olhos para o relógio de pulso, eram quase seis e meia. Os meninos deviam estar perto de chegar, na verdade, ela achava que Christopher devia ter acordado atrasado e com certeza, ter esquecido alguma coisa a caminho de sua casa, tendo que voltar para buscar o objeto esquecido. Tinha ligado para o namorado na noite anterior, depois de ter escutado todas as observações e restrições dos pais a respeito da viagem, para ajudá-lo a conferir o que estava na lista que tinha feito para ele. No começo, Christopher tinha achado estranho e ficado meio chateado por ‘ser tratado como criança’ nas palavras dele, mas depois se sentiu profundamente agradecido pelo trabalho de Dulce.

Anahí: Se essa demora for culpa do Poncho, garanto que ele não vai viver até o próximo ano. – finalmente se manifestou, passando as mãos, de forma mal-humorada, pelos cabelos presos. Ela tinha dormido na casa de Dulcepara que facilitasse quando os meninos fossem buscá-las para a viagem.

Dulce: Até parece. – sorriu de lado e virou o rosto para a amiga, parecendo desconfiada. – Eu andei pensando. Como será que vai ser ao negócio dos quartos?

Anahí: Que negócio? – franziu o cenho, parecendo confusa. Ela realmente ficava lenta quando estava com sono. – Ah, você diz a divisão? – ela perguntou e Dulce assentiu, sentindo as bochechas esquentarem consideravelmente. Bom, ela estava mesmo pensando que aquela era a ocasião perfeita para avançar mais um passo na relação com Christopher. – Acho que casais e o Christian e o Bernardo dividem outro.

Dulce: Ah. – mordeu o lábio inferior e voltou a encarar o céu, mais claro que o de minutos atrás.

Anahí: Se você quiser, nós dividimos um e o Christopher e o Poncho ficam juntos em outro quarto. – ela sorriu levemente para Dulce, percebendo o aparente incômodo e a vergonha da melhor amiga.

Dulce: Não, está tudo bem. – voltou a se virar para Anahí, forçando um sorriso que buscava demonstrar coragem e a outra apenas assentiu, sorrindo da mesma forma. Passou uma das mãos pelo braço de Dulce.

Anahí: Se você estiver certa a respeito disso. – quase murmurou e Dulce assentiu levemente. – Aposto que vai ser perfeito. – elas voltaram a sorrir uma para a outra e o barulho de um carro entrando na rua tomou conta do silêncio compreensivo entre as duas. Elas se levantaram, pegando as pequenas malas e Dulce entrou na casa, rapidamente, para se despedir dos pais e convencê-los de que não precisavam conversar seriamente com os garotos sobre o respeito e o cuidado que deviam ter com ela e Anahí. Quando fechou a porta da entrada da casa, saindo para a varanda novamente, sentiu aquela sensação esquisita na boca do estômago, o arrepio quase imperceptível que tomava conta de seu corpo toda vez que o via. Observou Christopher organizar as bagagens no porta-malas do Sedan de sua mãe, enquanto falava com Poncho. Ele parecia irritado, talvez por não conseguir organizar todas as malas da maneira certa. O casaco preto por cima da blusa de manga comprida cinza com capuz, a calça preta, o par de adidas todo branco, o cabelo bagunçado pelo vento, as bochechas vermelhas e a expressão concentrada. Como era possível que Christopher ficasse cada vez mais bonito? Era injusto uma pessoa ser tão linda, não era?