Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

A nécessaire preta estava em cima da pia de mármore, com os vários tipos de maquiagem lhe fazendo uma espécie de moldura desorganizada. Pegou o pequeno pote de um blush rosa muito claro e escutou Anahí resmungar ao seu lado, sentada na tampa do vaso sanitário e tentando usar o curvex. Aquela imagem deu a Dulce uma espécie de deja vu que ela pensou nunca poder sentir, era mais forte que qualquer um dos outros que já tivera. Há meses atrás, no final do verão, a melhor amiga estava no banheiro de seu quarto, tentando curvar os cílios, enquanto Dulce se perguntava se um dia realmente conseguiria se apaixonar ao ponto de se entregar totalmente, de deixar com que todas suas barreiras fossem derrubadas, conhecendo-a por inteiro.

Ela tinha planejado e desejado que aquilo acontecesse e após muito tempo, vivendo aquele exato momento, ela se surpreendeu de uma forma que quase fazia com que fosse difícil inspirar o oxigênio necessário. Estava surpresa por ter chegado aonde estava, por estar sentindo muito mais que uma espécie de paixonite boba ou atração física, por ter deixado Christopher ter conhecimento de cada defeito e qualidade sua, de cada pensamento absurdo ou que se fazia essencial dentro de sua cabeça. Voltou a encarar seu rosto no espelho, observando o vestido tomara-que-caia azul turquesa que havia comprado semanas antes especialmente para aquela noite. Os cabelos com finas mechas clareadas pelo sol, fazendo contraste com o azul intenso do vestido, os brincos de pedras que imitavam diamantes, relativamente pequenos que brilhavam e os lábios levemente rosados. Ela era a mesma Dulce daquela noite no luau, tinha certeza absoluta. Mas alguma coisa havia mudado de forma silenciosa, sutil e quase imperceptível.

Anahí: Você pode me ajudar ou vai ficar se admirando o resto da noite? – perguntou com a voz irritada, como na noite do luau e Dulce virou sua atenção para ela, quase como se não conseguisse realmente enxergá-la. Pegou o curvex de uma das mãos da melhor amiga e se ajoelhou no chão de porcelanato frio, dirigindo o aparelho até os cílios dela e o apertando. Suspirou pesadamente e fez a mesma coisa no olho esquerdo, se levantando logo em seguida e começando a guardar todas as parafernálias de maquiagem de volta a nécessaire. – Qual o problema?

Dulce: Nunca conseguirei esconder nada de você. – sorriu levemente e mesmo sem olhar, teve certeza que seu gesto havia sido imitado pela outra.

Anahí: Nós podemos deixar essa conversa para depois, se você quiser. – se levantou, fazendo barulho com o salto de seu sapato, andando pelo quarto em que ela e Poncho estavam dormindo.

Dulce: Não é como se tivesse o que conversar. – encolheu os ombros e escutou o barulho do zíper sendo fechado devagar. Saiu do banheiro e sentou-se em uma das poltronas confortáveis, de modelo antigo e que deviam custar o mesmo tanto que o carro de sua mãe, a um canto do quarto. – Só parece que eu não preciso de que o ano vire, para que as coisas mudem.

Anahí: Entendi, acho. _  falou, abrindo a porta espelhada do armário e pegando seu casaco grosso, preto e branco, com grandes botões. – Vocês já conversaram?

Dulce: Não. – fez uma careta e olhou para os próprios scarpins de bico redondo, que imitavam Louboutins com pouca perfeição. – Sei que as cartas de admissão começam a chegar em fevereiro e que nós já devíamos estar nos preparando para não ser esquisito, mas parece tão impossível e ridículo tocar no assunto.

Anahí: Não é impossível e muito menos ridículo. – se sentou na poltrona que tinha do lado e passou as mãos pelo casaco, com uma expressão pensativa. – Mas entendo o porquê de todo o adiamento para a conversa. De qualquer forma, você sabe que as coisas sempre acabam da melhor forma, certo?

Dulce: Não ando acreditando muito nisso, ultimamente. – fez uma careta e forçou uma risada, balançando a cabeça e se levantando. – O apartamento está meio silencioso, não é melhor nós descobrirmos o que está acontecendo?

Anahí: Silêncio quer dizer perigo, quando se trata daqueles quatro. – riu e se levantou também, andando apressadamente para a porta. As garotas pararam em todos os quartos que tinham ao longo do corredor e não os encontraram em lugar nenhum. Olharam uma para a outra com os cenhos franzidos, se perguntando quanto tempo teriam demorado para se arrumar e se eles seriam capazes de abandoná-las no apartamento, com instruções confusas do local onde seria a festa de ano novo. Finalmente, escutaram murmúrios vindos da sala de jantar.

Anahí: O que será que está acontecendo? – sussurrou, fazendo com que Dulce balançasse a cabeça negativamente e andasse devagar até a grande porta amadeirada de correr que dava para o cômodo, pisando levemente no chão para não fazer barulho. Não entendia o motivo de estar agindo daquela forma, como também não entendia o porquê de os amigos estarem em uma aparente reunião escondidos delas.

Ber: Não acho que nós devíamos tocar algo nosso. – a voz de Bernardo se sobressaiu e as duas se encolheram pelo susto. – Seria legal fazer um dos covers.

Poncho: Concordo com o Bernardo. – o tom de voz de Poncho saiu sério e concentrado, como Dulce nunca tinha escutado. De repente, ela entendeu o fato de Anahí ser tão apaixonada pelo garoto. – Nós podemos acabar, sei lá… Desconfortáveis com mais essa pressão e acabar fazendo merda.

Chris: Pode ser. – respondeu de forma contrariada e uma cadeira fez barulho em atrito com o chão de tábua corrida, sinalizando que alguém tinha se levantado.

Poncho: É melhor escolher uma música que nós gostamos de tocar e que, de alguma forma, signifique alguma coisa… Para nós. – voltou a falar com o mesmo tom de voz usado anteriormente e Dulce escutou a melhor amiga suspirar levemente ao seu lado. Mordeu o lábio inferior, concentrada em segurar o riso.

Christ: Sabia! – gritou, dando um pulo para fora da sala de jantar e apontando para Dulce e Anahí, que tinham as mãos pousadas no coração e o encaravam com raiva e surpresa, por causa do susto.

Anahí: Christian, seu idiota! – gritou de volta e rolou os olhos. – Quero estar viva no próximo ano.

Christ: Então, não devia ficar ouvindo a conversa dos outros, por trás da porta. Coisa feia, vocês! Esperava mais maturidade das duas. – ele falou de forma brincalhona, com um sorriso maroto tomando conta dos lábios e cada uma deu um tapa nos braços vestidos pela camisa social do amigo. O resto dos garotos apareceu, rindo da situação e parecendo tão chocados quanto Christian.

Poncho: Vocês podiam ter entrado, não era segredo nenhum. – falou sorrindo e Anahí foi até ele, passando os braços por seu pescoço.

Anahí: Se tivesse entrado, você não ia continuar falando daquele jeito todo sério e sexy.

Poncho: Mas eu teria ficado feliz antes, por te ver linda assim. – ele a abraçou pela cintura, arrancando protestos de todos os amigos para que os dois arranjassem logo um quarto. Dulce olhou para Christopher ao seu lado e entrelaçou a mão a dele, como se pedisse por um porto seguro.

Chris: Não se preocupe, você também está absurdamente linda! Se isso for mais possível. – ele deu um selinho demorado na namorada, fazendo com que Christian e Bernardo voltassem aos protestos enfáticos.

Dulce: Qual era o tema? Para deixar o Poncho tão sério, deve ser interessante. – perguntou depois que Christopher separou seus lábios dos dela e os meninos, encolheram os ombros, parecendo inseguros.

Ber: O produtor do Pedro vai estar na festa hoje à noite. – Bernardo foi o primeiro a falar, ignorando seu breve momento de insegurança. – É o mesmo cara que meu pai conhece e o Pedro acha legal nós tocarmos uma música lá, para ele ver como somos bons ao vivo e despreparados e todas essas coisas.

Anahí: Isso é ótimo! – falou de forma empolgada e passou a mão pelos braços de Poncho, que aparentava ser o mais nervoso de todos. – Acho que esse amigo de vocês está certo.

Dulce: É… – forçou um sorriso e olhou para os braços, procurando alguma desculpa para se afastar dali. Sentia-se nauseada, sua cabeça rodava e seu estômago parecia brincar em uma montanha-russa muito perigosa. Por outro lado, sentia a mesma empolgação de Anahí, uma felicidade absurda, pelo sonho do namorado e dos melhores amigos estar se realizando, absorvendo completamente seu corpo. Era um misto de sensações que ela achou nunca ser possível existir: um enjoo por sentir medo pelo que estava por surgir, o fato da separação, finalmente, se fazendo presente e uma alegria inexplicável pelas melhores pessoas que ela já havia conhecido em toda a sua vida.

Chris: Dakota do Stereophonics. – falou no meio de toda a conversa alta que tinham virado zumbidos para Dulce, fazendo com que ela voltasse a realidade do corredor do apartamento de Bernardo. – Essa é a música.

Christ: Perfeita, cara! – sorriu e voltou a conversar animadamente com os outros a respeito de como aquela noite mudaria a vida deles. Dulce levantou os olhos para Christopher, sentindo-se observada pelo namorado e pousou as duas mãos no rosto dele. Christopher se aproximou e colou a testa na dela, passando as mãos pelos braços descobertos de Dulce, como se dizendo que eles não precisam ter medo de nada… Por enquanto.

BOM GENTE POR HOJE É SÓ. AMANHÃ TEM MAIS. COMENTEM MUITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO ESTA FANFIC ESTÁ A CHEGAR AO FINAL. FALTA POUCO. POR ISSO QUERO MUITOOOOOOOOOOOOOOO COMENTÁRIOS.

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SOPHIAVONDY