Fanfic: Entre o amor e o futuro | Tema: vondy

O último verso foi cantado e os instrumentos foram silenciando aos poucos, indicando o final da música. As muitas pessoas que se encontravam na grande sala do loft no centro de Londres bateram palmas e assobiaram com empolgação para os garotos. Dulce  sorriu, orgulhosa dos quatro e olhou para o lado esquerdo, onde o tal produtor conversava de forma ansiosa com Pedro, com um sorriso nos lábios… Aquilo só podia dizer algo positivo e sem que ela pudesse evitar, o vazio que tinha tomado conta dela horas atrás quando recebeu a noticia no corredor do apartamento de Bernardo, apareceu novamente. Colocou uma das mãos no braço de Anahí, para indicar que iria se afastar um pouco da multidão.

Anahí: Você está passando mal? – ela perguntou de forma preocupada.

Dulce: Só preciso de um pouco de ar. –balançou a cabeça negativamente quando a amiga fez sinal de que a acompanharia. – Eu estou bem, sério. Vai falar com eles!

A garota cruzou os braços, procurando passagem por entre as pessoas e se aproximou da grande janela com vista para uma avenida movimentada, rodeada de pubs descolados e lojas que só pessoas ricas frequentavam.

Então, aquela seria a vida de Christopher, quando eles conseguissem o contrato… Festas, bebidas de todos os tipos, mulheres bonitas e lofts chiques. Suspirou pesadamente, comparando sua vida com a que Christopher levaria e chegou à conclusão de que talvez não tivesse espaço para ela. Sempre seria a garota de Brighton com sotaque carregado e obsessiva pelo controle de cada aspecto mínimo de sua vida. O namorado teria acesso a modelos de longas pernas e cabelos característicos de propagandas de shampoo, enquanto ela estaria mais preocupada com suas notas em Cambridge, dedicando-se integralmente aos estudos e algum trabalho que arrumasse para se sustentar, fazendo com que acabasse por se esquecer de lavar o cabelo todos os dias. Deus, ela se sentia tão completamente Bridget Jones!

Bateu um dos saltos no chão, de forma nervosa e olhou para o teto alto do local, tentando se concentrar nas pequenas luzes espalhadas por ele, para que não começasse a chorar e acabasse com a festa de todos ao seu redor.

Chris: Por que a garota mais bonita da festa está se escondendo? – sentiu os braços de Christopher entrelaçarem sua cintura, enquanto o tronco encostava as suas costas, dando a ela uma sensação de proteção.

Dulce: Você já viu essas modelos com pernas enormes? Posso garantir que não sou a garota mais bonita da festa. – ela forçou uma risada e colocou as mãos sobre as dele, fazendo um carinho com o polegar.

Chris: Não vi nada disso. – ele deu um beijo no pescoço dela e fez com que a garota se virasse de frente para ele. – Qual o problema, linda?

Dulce: Nada. – ela encolheu os ombros e apoiou as mãos nos ombros dele. – Vocês foram fantásticos, sabia? O tal produtor pareceu gostar muito, estava conversando todo animado com o Pedro.

Chris: E isso tudo é ótimo, mas poderia ser melhor… – ele encostou a testa a dela. – Se você sorrisse de verdade.

Dulce: Por que, de repente, todo mundo sabe o que acontece comigo? Pensei que fosse menos previsível. – ela falou de forma emburrada e passou o braço pelo pescoço dele.

Chris: Porque você não usa máscaras e é isso que eu mais gosto em você. – ele sorriu de lado e Dulce rolou os olhos, empurrando-o de leve.

Dulce: É só que essa vai ser sua vida daqui a alguns meses. – ela fez um sinal com a cabeça, indicando toda a agitação da festa. – Vai ser tudo novo e muito empolgante, o que vocês sempre quiseram. Você vai ter um mundo de possibilidades, Chris! E talvez, o comum não te atraia mais, a quilômetros de distância em Cambridge.

Chris: Um mundo de possibilidades? – ele fez uma expressão pensativa e Dulce mordeu o lábio inferior, sentindo-se insegura. – Tenho essa sensação toda vez que você me olha, Dulce. Sinceramente, não preciso de tudo isso para me sentir parte de algo realmente especial… E comum? Não te colocaria nessa categoria de jeito nenhum, você me enlouquece com todas as suas manias esquisitas.

Dulce: Chris. – ela riu e balançou a cabeça, sentindo as bochechas avermelharem. Voltou a morder o lábio inferior e suspirou. – Uma hora nós vamos ter que conversar a respeito disso, das decisões que nós temos que tomar e todas as…

Chris: E nós vamos, quando nos sentirmos preparados. – ele a interrompeu e segurou o rosto da namorada entre as mãos. – Mas não é agora e não é amanhã, talvez nem daqui a duas semanas. – ele sorriu e encostou os lábios aos dela em um rápido selinho. – Faltam trinta minutos para a meia-noite e eu preciso te levar a um lugar.

Dulce: Que lugar? – franziu o cenho, olhando para ele de forma desconfiada.

Chris: Nós vamos assistir aos fogos tradicionais de Londres. Não ia deixar você sair daqui sem essa experiência. – ele sorriu e encolheu os ombros, esperando pela resposta afirmativa da garota.

Dulce: Londres está sendo bem surpreendente com essa coisa de novas experiências. – ela sorriu de lado, esperando que Christopher entendesse a malícia que havia colocado naquelas palavras. Ele gargalhou balançando a cabeça e se inclinou para beijar a namorada.

Chris: Você não existe, sabia? – ele falou após se separarem pela falta de ar e Dulce deu de ombros, fingindo estar convencida. – Vou pegar nossos casacos e avisar a algum dos meninos, me espera na saída.

Dulce: Chris. – ela segurou o braço dele, impedindo-o que se afastasse. – Eu te amo, mais do que posso demonstrar ou explicar e isso basta para que eu seja feliz aqui ou em qualquer outro lugar.

Chris: Nós vamos ficar bem, prometo. – ele assentiu, deu um beijo demorado na bochecha de Dulce e apertou a mão da garota, se afastando para onde Christian estava tentando se dar bem com alguma modelo. Christopher havia prometido que eles ficariam bem, uma promessa implícita de que tudo daria certo e eles não precisariam se preocupar. Então, por que ela ainda sentia o vazio tão intenso toda vez que ele se afastava?