Fanfic: Nas Sombras | Tema: Original, Fantasia, Romance, Terror.

Capítulo 2

“Eu quero tocar a luz, o calor que eu vejo em seus olhos”  

_{(In Your Eyes - Ben Harper)}

No final da tarde Carol e eu estávamos exaustas após arrumar nossas coisas e resolvemos sair para dar uma volta na cidade. O carro estava com Diana, por tanto teríamos que caminhar.

- Queria um mapa agora. – Carol resmunga.

- Pra que serve celular com GPS sua boba? – disse enquanto tirava o celular do bolso do meu short jeans.

- Ok espertinha, me empresta que eu quero dar uma olhada no blog daquele nerd que vive nessa cidade e escreve sobre os lugares assombrados.

- Carol, esquece essas ideias de lugares assombrados, você está afim desse garoto sem ao menos conhece-lo é? Bem a sua cara. – disse brincando.

- E é totalmente a sua cara se apaixonar pelos garotos dos livros que você passa horas lendo.

- E quem não gostaria de ter um vampiro bad-boy que seja louco por você?  disse rindo

- Talvez meu lance sejam os fantasmas, vampiros não existem, fantasmas sim.

Ela pega o celular da minha mão e acessa o site procurando por algum local mais próximo de casa onde ela possa explorar e me levar junto, Carol é sempre meia doidinha, imprevisível, e eu simplesmente adoro isso nela.

- Ahaaammm, encontrei uma casa aqui pertinho, só precisamos invadir pra conhecer.  – ela diz animada e sem o menor tom de brincadeira, o que me assustou um pouco.

- Ah? Como assim? Invadir? Ficou louca?

- Estou brincando, nós vamos bater na porta e eu vou dizer que você não se sente bem, então entramos e exploramos, eu trouxe meu equipamento detector de energia na minha bolsa e só preciso de um tempo sozinha no porão. Vou pedir para ir no banheiro e fingir que me perdi, espero que a porta não esteja trancada. Tenho tudo planejado só preci....

- Espera ai!  - interrompo seu plano louco e paro de acompanha-la, ficando parada na calçada desejando que ela me diga que tudo isso também é uma brincadeira.  Se você já leu sobre nossa casa, se já tem  “algo” lá, porque tudo isso Carol? Fala sério!

- Eu sei, estou passando dos limites e pedindo de mais, não queria te contar agora... é lá que o garoto do blog mora. Pronto falei, e não começa com as brincadeiras se não vou me enterrar aqui agora mesmo, nessa calçada, de tanta vergonha. – ela diz tudinho evitando meu olhar e fica com as bochechas rosadas, muito rosadas.

- Wow, sendo assim ... eu topo! E se ele for feio, gordinho, e usando óculos, vou zoar você por tipo, 2 vidas? Acho que é o suficiente. – demos risadas juntas.

Continuamos andando buscando pelo o endereço, que ela parecia já ter buscado antes pela internet, e pedir o celular era apenas uma desculpa para tentar esconder o interesse dela por ele e fazer parecer tudo uma simples coincidência. A vizinhança é agradável e existem muitas casas antigas, ela passa os olhos pelas casas com aparência mais antiga e parece até suspirar, acho que o único pensamento dela é entrar lá e conhecer a casa. Eu também gosto de casas antigas, o que a Carol não sabe é que espíritos não ficam perdendo tempo em casas abandonadas, ao menos foi o que eu aprendi em todos estes anos. A não ser que ele tenha algo que o prenda ali e ele não queira sair por nada. Eles normalmente preferem lugares mais agitados, com pessoas para assombrarem, sugar energia, espionar, tentar influenciar, ou até mesmo buscar por vingança. Deste tipo de espirito eu realmente busco distancia, também tem os que fazem o mau por prazer, na minha opinião estes são sem dúvida os mais perigosos. A maioria das vezes eu os noto porque querem ser notados, pra minha sorte, não vejo todos os espíritos vagando por ai, isso seria uma loucura.

- Yasmine cabeça de vento, acorda! De novo olhando pro nada e viajando em outro planeta.

- Desculpa Carol, acho que eu apenas estou cansada da viagem. Acho que hoje vou dormir como uma pedra, totally!

- Chegamos, e estou um pouco nervosa, alias, totally! Droga, odeio me sentir assim.

- Eu estou aqui, eu vou fingir tudinho, você só precisa respirar fundo e fazer seu papel de espia ok? Eu vou estar por perto, se precisar é só gritar. Quanto ao garoto, se ele não estiver ai, eu dou um jeito de simpatizar e fazer amizade com alguém e prometo que voltamos outro dia. Confia em mim Carol.

Carol é super doidinha mas um tanto quanto insegura quando realmente precisa chegar perto de quem ela gosta, e ficar afim de alguém que ela nem ao menos conheci não me surpreende. Totally Caroline!

- Obrigada Yasmine, você é a melhor, já disse que te amo hoje? – Carol me agarra com um abraço de urso e beija minha bochecha.

- Melhor amar mesmo! E please, não deixe ninguém ver esse aparelho esquisito.

A casa realmente parece ser antiga, eu fico torcendo para não encontrar nem um espírito que se faça visível a mim. Ela toca a campainha e esperamos. Nós nos olhamos por um segundo e de repente, enquanto nossos olhares se cruzavam a porta se abriu. Um garoto sem camisa, com um físico de tirar o folego. Ao notar seu abdômen, certamente eu arriscaria dizer que ele passa horas se exercitando, seus cabelos eram curtos, castanho, e seus olhos... um lindo verde claro. O garoto realmente não tinha apenas o físico de tirar o folego, mas sua beleza me prendia a respiração. Fiquei surpresa por aquele ser o nerd que a Carol queria conhecer pessoalmente, mas ao mesmo tempo não tão surpresa, lindo dessa maneira, quem não gostaria? Me lembrei do combinado e principalmente, ele é o garoto “da Carol”.

- Oi... vocês são...? ele perguntou em tom de voz confuso e observando a nós duas como se fossemos doces para se escolher em uma prateleira, e seus lindos olhos verde, se focaram aos meus, fiquei o olhando, meu coração disparou e eu só conseguia pensar em uma coisa.

“Carol diga alguma coisa!”

Continua...