Fanfic: Warrior | Tema: Web novela
Acordei completamente grogue, tudo a minha frente estava embaçado, minha cabeça girava, meus membros não respondiam ao meu comando, minhas cordas vocais não emitiam som e algo me espetava dolorozamente no braço direito. A única coisa em mim que realmente estava funcionando eram meus ouvidos. Escutei um barulho que parecia de caneta rabiscando alguma coisa mais dura e em seguida voz feminina completamente desconhecida e completamente calma dizendo:
- Senhor e Senhora Huston, queria ter notícia melhores para os senhores, mas não posso mentir. O estado da sua filha ainda é muito grave, além de estar totalmente debilitada por causa da anorexia em um estágio altamente avançado, ela levou uma pancada muito forte na cabeça e afetou seus sentidos que pode deixar sequelas, mas só podemos saber quando ela acordar e nos dizer o que sente. Além do mais, o fato de ela ter ficado sem respirar por 15 segundos complica ainda mais as coisas, então devemos ter paciência.
- Mas Dout...- A voz falhou. Essa era a voz da minha mãe, como senti falta de escutar a voz dela. Percebi que estava chorando, e fiz de tudo para mexer, falar ou emitir algum sinal que dissesse que eu estava ali, e estava bem, mas novamente, falhei. - Mas Doutora Finnigan, a senhora não tinha nos dito que já tinha previsão para ela acordar?
- Sim senhora, já tínhamos, assim que acabace o efeito dos sedativos anteriores que deixa o paciente sonolento ela acordaria, mas nós erramos, ela não acordou.
- E o estágio da anorexia? Como está? - Agora era meu pai, com a voz firme, com certeza ele queria demonstrar ser forte para apoiar minha mãe. Ouvi alguém suspirar e meus sentidos indicam que foi a doutora, pois o seu tom de voz seguinte transmitiu isso.
- Senhor, infelizmente nós só poderemos controlar a anorexia da sua filha com uma dieta bem equilibrada seguindo por alguns medicamentos, principalmente os rico em vitaminas, más nos encontramos com as mãos atadas quando a isso já que a menina está desacordada a dois meses e não há como fazê-la ingerir alimentos sólidos. Mas ela é uma menina forte, quem sabe amanhã não teremos mais sorte de encontrar a sua caçula acordada? Eu lhes recomendo que vão descansar, esses dias estão mais tranquilos já que o estado dela está estável, caso não façam isso, serão os próximos a serem internados por cansaço e desidratação. Caso Sandy apresente algum progresso ou infelizmente regresso, o hospital entrará em contato com os senhores. - Após isso, ouvi passos e uma porta abrindo e em seguida se fechando. Escutei alguém vindo em minha direção e fechei os olhos, então senti algo muito forte na parte dolorida do meu braço direito e em seguida senti algo forte novamente, então ouvi passos se afastando de mim, seguido do bater da porta abrindo e fechando. Abri os olhos novamente, respirei fundo e fiz força para assentar. Consegui. Logo após, ainda respirando fundo e forte, obriguei meu braço esquerdo a se mover para o braço direito e retirei a agulha que o espetava, mas falhei, então puxei com mais força e soltei um grunado, dessa vez, audível, arrastei meus braços para meu nariz, retirei o tubo de ar e me arrastei para fora da cama. Quando meu peso se concentrou em meus pés, eles falharam e senti meu corpo todo desmoronar e fui ao chão. Comecei a me arrastar até um espelho e forcei a vista o máximo possível para me enxergar e então consegui e gritei, gritei alto como achei que nunca mais conseguiria gritar e lágrimas escorreram abruptamente pela minha face.
Era a imagem mais horrível que já tinha imaginado ver. Era uma menina, ajoelhada, com o cabelo oleoso e completamente mal tratado, com o rosto pálido, o braço direito coberto de buraquinhos minúsculos e com os olhos apertados e cansados. Não tinha aquela famosa maçã do rosto, tinha apenas uma bochecha totalmente funda com o osso nítido, um braço de uma finura inexplicável, com o osso e a artéria totalmente visível, em sua coluna dobrada se era possível ver a medula espinhal inteira e sua perna parecia duas varetas, seu joelho sobrado sobre o chão era composto por dois pedaços de osso completamente gastos e em sua cor natural. Encontrava-se em uma palidez fora do comum e o desespero de nunca mais voltar ao normal começou a tomar conta cada vez mais do meu ser. Me forcei a ficar sobre minhas pernas, mas um corpo tão grande não conseguiria ser sustentado por pernas tão finas, então, ela falhou mais uma vez, no entanto, dessa vez me apoiei a escrivaninha e fui me arrastando, forçando minhas penas a andarem até a porta e a abri.
Eu não conhecia aquele local e era mais difícil ainda de se movimentar chorando como estava, apavorada como estava, pior ainda me arrastando, fui em direção a uma luz forte e então avistei meus pais e meu irmão. John estava com o rosto vermelho e inchado e gritava com minha mãe sem parar algo como "Foi minha culpa, toda minha", minha mãe balançava a cabeça negativamente e acho que também chorava e meu pai estava com a feição acabada e falava algo, aparentemente fortalecedor ao meu irmão cuja a qual não entendi uma palavra se quer.
Parei de me arrastar e tentei correr até eles, mas cai sem ao menos dar um paço, e então juntei todas as minhas forças em uma só e gritei:
- JOHN! - Saiu um ruído fraco, mas alto e completamente audível, minha mãe se virou e meu irmão correu em minha direção, então senti algo me espetar bem no pescoço e tudo ficou preto novamente.
Autor(a): heyisa
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