Fanfics Brasil - Capítulo 1: O Campanário Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black)

Fanfic: Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black) | Tema: Anjos, Demônios, Bruxas, Magia, Guerreiros, Terror, Suspense


Capítulo: Capítulo 1: O Campanário

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Brasil, cidade de Gregória


Fevereiro de 2002


 


Pe. Thomas apurou os olhos para tentar enxergar alguma coisa naquela estrada. Era uma colina, tinha a certeza, mas era ladeada por árvores em algum lugar esquecido por Deus. Era muito estranho ter recebido ordens do bispo para ir àquele lugar na calada da noite.  Olhou no mostrador digital do veículo: já passava das três da manhã. Dom Vitto lhe ligara há uma hora atrás. A voz grave e bonita do seu superior na Diocese estava muito sibilante no telefone, parecia que algo muito difícil estava acontecendo. Thomas mal conseguiu escutar todo o recado. Só entendeu que era para ele ir imediatamente ao Campanário de Santa Luzia na colina Passos na orla da cidade.


E ali estava ele, obedecendo calado a uma estranha exigência de Dom Vitto. Era parte de seu trabalho obedecer. Antes de ser ordenado padre, há três anos, havia feito os votos de pobreza, castidade e obediência. Como era de costumes regrados, não gostava de fazer nada durante a madrugada. Acordava cedo e não podia perder uma noite como aquela. Na manhã seguinte, teria uma reunião de pastoral numa das suas comunidades. Queria estar bem disposto, o que não aconteceria pelo visto.


Tentando divisar algo embaixo da chuva torrencial que desabava naquela madrugada, Thomas viu uma luz logo em frente. Quando se aproximou, viu que era uma guarita e havia dois homens nela. Um dos homens, saiu para fora da guarita e fez sinal para que Thomas diminuísse a velocidade. Thomas obedeceu, mas achou estranho haver segurança para um campanário pequeno e antigo.


- Posso ajudar? – falou o guarda, quando Thomas abaixou a janela. A chuva imediatamente banhou seu rosto.


- Dom Vitto chamou-me aqui! Sou o Padre Thomas Felice.


- Dom Vitto, é...? Só um minuto... – falou o guarda.


Thomas virou o rosto para ver mais a frente e quando voltou a olhar para o guarda, levou um susto, o homem havia jogado no seu rosto uma grande quantidade de água.


- O que é isso? Você está louco, senhor? – falou Thomas, assustado.


- Desculpe-me, Padre. É agua benta...


- Pra que isso? Jogar água benta em mim? – falou o padre achando tudo aquilo muito estranho. – Será que eu posso falar com Dom Vitto?


- Sim, padre, o senhor já vai entrar. Novamente, sinto muito por isso. São precauções!


Pe. Thomas franziu o cenho, sem entender direito o que estava acontecendo. Precauções? Molhar uma pessoa com água benta era precaução?


Ainda irritado, Thomas percebeu que o guarda voltou a guarita e em seguida, um grande portão antigo e pesado se abriu.


Thomas entrou por uma pequena estrada. Mais a frente, viu a torre do campanário com um grande sino à vista. Parecia bonito. Talvez, durante o dia, ele pudesse ver melhor o lugar. Nunca havia estado ali, mas sabia da existência de um antigo campanário na colina Passos. Quem cuidava do campanário era uma ordem de irmãs devotas de Santa Luzia e um padre muito velho que uma vez Thomas encontrara numa das reuniões da diocese, embora não lembrasse o nome dele.


Thomas saiu do carro e correu para a entrada da Igreja que parecia abandonada a uma hora daquelas. Havia um trinco antigo usado para bater a porta, quando Thomas tocou o objeto, a porta se abriu e o padre pode ver o semblante preocupado de Dom Vitto:


- Está atrasado! – falou o bispo – Entra!


Thomas entrou e resolveu não responder ao comentário. A capela estava num breu, mas pela luz do luar que penetrava pelos antigos e enormes vitrais da Igreja, Thomas e Vitto conseguiam andar pelo corredor central sem esbarrar nos bancos. Mais a frente, Thomas percebeu que havia uma luz bruxuleante.


- Venha, rápido! – disse o bispo, num tom muito estranho para um velho italiano que costumava regar as missas e reuniões com piadinhas e anedotas.


- Está tudo bem, Dom Vitto? – perguntou Pe. Thomas, seguindo seu superior rapidamente.


O bispo não respondeu e chegando no altar, apontou um alçapão aberto no chão. Thomas olhou para baixo e viu que a luz bruxuleante vinha de algum lugar ali embaixo. Havia uma escada de madeira bem velha e o sacerdote notou que também era bem alta, havia alguma coisa ali embaixo, mas por alguma razão, o padre titubeou...


-Desce, Thomas... explicarei tudo lá embaixo... – falou o bispo ao perceber que o padre hesitara.


Como um bom discípulo, Thomas respirou fundo e desceu...


 



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Autor(a): angelblack

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