Fanfics Brasil - Capítulo 2: A assassina Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black)

Fanfic: Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black) | Tema: Anjos, Demônios, Bruxas, Magia, Guerreiros, Terror, Suspense


Capítulo: Capítulo 2: A assassina

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Cidade de Gregória, novembro de 2012


Angel olhou pelo retrovisor quando um casal saiu pela porta automática do supermercado. Não era bem quem ela esperava. Quanto tempo um homem poderia levar fazendo compras? Sempre julgou os homens mais práticos nestas questões. Pelo jeito, estava errada: não poderia generalizar.


Ela olhou novamente para a sua Colt calibre 44 e encaixou novamente o silenciador. Removeu pela 14ª vez o pente para confirmar que as trinta balas ainda estavam ali. Estava nervosa e ansiosa e não era porque estava prestes a matar um homem, mas porque se se atrasasse sua irmã encheria mais uma vez sua paciência.


Maldita hora para Shary descobrir seus hábitos homicidas. Por mais que explicasse, sua irmã simplesmente não aceitava, não entendia porque ela estava fazendo aquilo. Angel prometeu que pararia, mas era mentira. Não poderia parar, não agora estando tão perto. Precisava se vingar. Foi aquele sentimento de vingança que a manteve viva quando eles arrancaram dela sua filhinha de apenas três anos, na época. Bem, se Nilde estivesse viva, ela teria 10 anos agora. Sete anos haviam se passado. Sete anos levou para descobrir todos os que estava atrás do brutal assassinato da filha.


Apesar de já ter sido mãe, Angel era muito nova : tinha apenas vinte e cinco anos, mas seu treinamento começou cedo. Era uma exímia caçadora, por isso, fugia de seu padrão ficar ali de tocaia num estacionamento de supermercado. Gostava de assassinatos bem elaborados, com uma certa dose de terror psicológico para suas vítimas. Gostava de fazê-los pensar que podiam escapar, dar-lhes um gostinho de falsa esperança. Ver o horror nos olhos de quem matava dava a ela uma sensação de poder que jamais pôde encontrar em outro lugar: era quase um ritual, sua própria religião, na qual venerava o ‘Deus da Morte’.


Com um estalo mecânico, a porta automática se abriu novamente e o homem que ela esperava saiu. Ela esperou que ele se aproximasse e logo ele estava ao lado do carro dela, tentando abrir o veículo ao lado. Calmamente, ela abriu o vidro do seu carro pelo carona. Apontou para a cabeça dele e atirou.


A cabeça explodiu pelo calibre da arma. Ela deu a partida no carro e saiu do estacionamento. Passou o voucher na guarita eletrônica e ganhou a rua. Dirigiu a uma velocidade constante, mesmo quando viu duas viaturas de polícia passar por ela. Entrou por uma estrada mais deserta e entrou numa garagem de conserto de automóveis desorganizada, com vários carros espalhados pelo terreno.


- Adriel – gritou ela, saindo do carro. Lembrou de tirar as luvas de látex e enfiá-las na bolsa. – Hei, Adriel – gritou ela, novamente, para  um homem perto dos quarenta anos que investigava o motor de um carro com o capô aberto. – Esta aí o Civic zero que prometi.


- Acabei de escutar pelo captor do rádio da polícia que eles estão atrás de um Civic preto. Não é o seu, por acaso?


- Você dá o jeito, não dá? – falou ela, displicentemente.


- Porque todos os carros que você me traz participaram de homicídios? Não quero problema pra mim. O chefe quer que eu trabalhe só com desmanche. Se souber que esses carro são testemunhas, ele me mata.


- Se não quer o maldito carro, fala logo! – disse ela, apontando para o veículo.


- E vai sair por aí com ele?


- Eu dou o jeito. Fala aí que tiro o carro daqui rapidinho...


- ‘Dexa’ aí! ‘Tô’ precisando das partes com urgência. Mas vou descontar dessa vez,hein. Te pago só 200.


- Por 200, não deixo a merda do carro... – replicou ela. Não era pelo dinheiro que roubava carros, mas precisava dar um jeito no ‘caranga’. Carros testemunhas nunca eram bons. Sempre havia a possibilidade de um fio de cabelos ter caído, ou de ter coçado pele, ou sei lá, qualquer coisa que a ligasse aos assassinatos. E se pudesse levar alguma grana na jogada, seria muito bom.


- 500 – disse ele, estendendo 5 notas de 100.


- Só porque eu gosto de você, Adriel.


- Eu provavelmente estaria no Juventus se você não gostasse, não é?


Angel sorriu. Era normal para a polícia encontrar corpos nas vazantes do rio Juventus. Ela mesmo o utilizara uma vez, embora achasse aquilo coisa da Máfia, nem um pouco elegante ou articulado.


Ao trazer os carros que usava para Adriel, sabia que estava confiando informações a ele. Ele não era bobo, ligava sempre os roubos com os homicídios que divulgavam na TV. O bom era que Adriel era medroso. Tinha medo do chefe, um mafioso, traficante de quinta e dela, porque sabia do que ela capaz.  Já havia sido preso umas três vezes, mas sempre ficava quieto e acabava sendo solto depois.


Angel saiu da garagem, certa de que em poucas horas o veículo estaria em pedaços. Caminhou até a rua principal, entrou num estacionamento particular e retirou o seu humilde Corsa branco, cheio de adesivos femininos que ela detestava. Na estrada, acelerou forte, agora que sabia que a polícia estava na caça do Civic preto. Cortou dois sinais vermelhos na ânsia de chegar logo, sempre com um olho no relógio. Ela morava numa casa pequena de subúrbio. Mas a casa tinha um muro que a rodeava. Sem frear, Angel deu uma guinada no volante quando estava na frente da sua casa para entrar pelo portão. Foi só então que viu Vitoria Valentine cruzando a calçada em frente a sua casa. Freiou em tempo, mas viu que assustou a pobre moça que se escorou no carro para não cair.


- Ah, meu Deus, me desculpe, Vicky, não vi você!  - disse Angel, saindo do carro para ver como estava a sua vizinha. Vicky morava na casa ao lado. – Tudo bem com você?


- Tudo bem... não foi nada! – falou a vizinha, abaixando a cabeça.


Vitória Valentine era uma pobre coitada, recatada, que apanhava do marido. Ela nunca reclamava de nada, não importava o que as pessoas lhe fizessem. Se fosse Angel no lugar dela e ela no carro, com certeza Angel quebraria a sua cara.


- Quer que te leve no hospital? – falou Angel, mesmo sabendo que não a havia atingido.


- Não... – disse a moça e correu para a casa ao lado.


- Maluca do caramba! – resmungou Angel e olhou para a casa. No mesmo instante, a cortina do quarto da frente, o quarto de Shary, se fechou. Ela já estava em casa e, pelo jeito, estava esperando por ela.


Imaginando o que a esperava, Angel voltou ao carro, deu a partida e entrou.


 



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Autor(a): angelblack

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