Fanfics Brasil - Capítulo 3: Servos de Deus... Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black)

Fanfic: Anjo Negro - Livro 1: A Escolhida (by Angel Black) | Tema: Anjos, Demônios, Bruxas, Magia, Guerreiros, Terror, Suspense


Capítulo: Capítulo 3: Servos de Deus...

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Capela de Santa Luzia, Gregória, 2002


 


Quando Pe. Thomas desceu o último degrau da já meio apodrecida escada, sentiu uma estranha vibração percorrer-lhe o corpo e percebeu todos os pelos do seu braço eriçarem-se. Virou-se assustado, sentindo uma carga tensa vir de algum lugar. Percebeu que estava num corredor razoavelmente longo. De cada lado do corredor, ele pôde ver três portas de ferro pesadas. Em cada porta, havia uma portinhola embaixo e outra em cima, como aquelas portas de presidiário. A de cima, servia para verificar o conteúdo, a de baixo, servia para dar a alimentação.


- Meu Deus! – disse o padre, segurando automaticamente, o crucifixo de sua correntinha pendurada ao pescoço.


- Vá em frente, Thomas! – falou Dom Vitto, atrás dele. O bispo acabara de descer os degraus.


- Que lugar é esse? – perguntou Pe. Thomas, sem conseguir dar um passo.


- Vá em frente, explicarei logo!


Em cada lado, haviam candeeiros, parecidos com lampiões, pendurados à parede. Eles produziam uma luz fraca e bruxuleante, mas era possível ver todo o corredor. No final, havia uma porta. Por baixo da porta, Pe. Thomas podia ver uma luz mais forte irradiar para fora. Era a único compartimento que mostrava haver alguma luz. Enquanto passava pelo corredor e se aproximava de cada porta, ele escutava estranhos barulhos, parecia que haviam pessoas do outro lado de cada porta. Pareciam arranhar a parede ou a porta e balbuciavam ininteligíveis como se fossem agouros.


- O que há atrás dessas portas? – perguntou ele, enquanto caminhava vagarosamente. Havia algo muito errado ali.


- Ali, na última porta, vamos para lá.


O corredor acabava na última porta, a única com iluminação. Parou ao alcança-la, como se atravessá-la fosse algum marco importante. Imaginava se não encontraria sua própria morte no fim daquele corredor. Era estranho, nunca antes Thomas temeu a morte e agora no entanto, parecia tremer de medo com a possibilidade de poder morrer.


- Entre! – falou Dom Vitto, suscintamente.


- O que vou encontrar aqui? Por favor, Dom Vitto, responda-me, o que vou encontrar aqui?


- Somos servos de Deus, Thomas... vamos encontrar aqui a nossa missão de vida...


Pe. Thomas abriu a porta, ainda tomado por medo. De fato, havia luz elétrica naquele espaço, mas aquilo não o confortou. Olhou em volta para entender o lugar e para cada lugar que olhava, assustava-se. Bem no centro da sala havia uma enorme mesa, de madeira rústica. Seis cadeiras a compunham. Em três, sentavam-se três padres ou frei ou frades lendo estranhos livros espalhados pela mesa. Um deles, o que usava manto marro escuro, Thomas identificou como um frei capuchinho, os outros, não fazia ideia. Sabia que eram padres pois usavam colarinhos, mas nunca os vira antes. No lado direito, havia uma mulher totalmente nua que estava jogada ao chão. As costas da pobre moça estavam açoitadas, em carne viva e ela não se mexia. No lado esquerdo da sala, o recinto se alongava para receber quatro estantes estranhamente alongadas, repletas de livros.  No fundo, haviam quatro camas. Uma delas estava ocupada por um homem muito idoso e debilitado, entretanto, suas mãos e seus pés estavam algemados. Ele estava sentado e rabiscava alguma coisa com uma pena a tinteiro num estranho diário. Seus dedos estavam negros, mas provavelmente era por conta da tinta da pena. Ele tinha barba e cabelos compridos, parecia mais um indigente, um mendigo de rua. Suas calças eram muito velhas e rasgadas e ele estava nu. No peito, havia uma estranha inscrição que parecia ter sido gravada a ferro quente, a pele parecia enrugada.


- Que lugar demoníaco é esse? – perguntou Thomas, assaltado por aquelas visões aterradoras.


- É bem o contrário, Thomas! – falou Vitto, calmamente. Ele aproximou-se da mesa e arredou uma das cadeiras, fazendo um gesto com a mão para que Thomas se sentasse.


- Eu não vou me sentar nesse lugar, enquanto não souber o que está acontecendo aqui!


- Sente-se e eu lhe explicarei tudo, mas é necessário que você esteja sentado, meu irmão! Nunca é fácil ouvir a verdade!


- Que verdade, do que está falando?


- Dizemos sempre em nossos sermões que Deus existe, mas nós mesmos às vezes duvidamos de nossas palavras. Quando recebi essa missão, alegrei-me por receber os sinais de que Deus, nosso pai, de fato existe! O problema é: o Diabo também!



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Autor(a): angelblack

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