Fanfic: Futuro Prometido | Tema: Poemas, pensamentos, desabafos, etc...

3ª TEMPORADA
Nada de Bug do Milênio. 2000 começa augurando esperanças. Já são 13 anos de vida, para Aline, Adolfo e Tita. 7ª série, um ano em que ninguém é indiferente. Para muitos ocorre a transição e as experiências, sejam elas positivas ou não, marcam para sempre. Dizem também que o 7º ano é o mais difícil do Ensino Fundamental e com ele uma esperança: tão logo o Ensino Médio se aproxima e com ele também a iminência de mudar de escola. Nessa certeza Tita, Aline e Adolfo se apegam, prometendo estudar até o limites para se livrarem do `inferno`. Ainda assim, sem o fantasma de Cássia os assombrando, tudo estava indo bem. Alegria que só durou até o Carnaval, quando Cássia retornou pior ainda, apelidando Tita de baleia só porque a menina sofreu um estirão e desabrochou.
No ano 2000, apesar das divergências acerca do Descobrimento do Brasil, as comemorações mobilizam mídia e estudantes. Na escola de Tita, Prof. Naná, de Língua Portuguesa, promoveu um concurso de redações e a melhor concorreria nacionalmente. Nesse mesmo ano Tita começava a levar a escrita mais a sério do que antes, embora Meire tudo lesse, rasgasse, ridicularizasse e dissesse que a filha não tinha talento e que `escritores não tem futuro no Brasil`. Naná viu potencial no texto de Tita e se dispôs a corrigí-lo, apontando onde a protagonista poderia melhorar. Incentivada pela rigorosa mestre, um belo texto é deixado na sala dos professores e na hora da premiação, uma zebra: a redação de Cássia é eleita a melhor da instituição, o que deixa Tita possessa porque Cássia roubou-lhe os créditos.
Ainda assim, Tita, Aline e Adolfo foram obrigados a participar das celebrações para manter as notas altas. No dia da solenidade, Tita e Adolfo aproveitam para namorar e são flagrados por Meire, que espanca a filha publicamente, despreza Adolfo e separa o jovem casal. Tita não perdoa a mãe. Adolfo é transferido para o Colégio Militar e sofre privações.
Ainda em 2000, os professores da rede pública do Paraná entraram em paralisação por mais de 1 mês, tempo que os estudantes permaneceram em casa. Para Tita, maldição. Torturada física e psicologicamente por Meire, a pré-adolescente reza para que a greve chegue ao fim e quando isso acontece, em meados de junho, ela descobre através de Aline que Adolfo mudou de escola e as amigas discutem. Aline, mesmo chateada, compreende a dor de Tita e tenta fazer de tudo para que a jovem reaja. O que Tita não imaginava era que no feriado de Corpus Christi, um grave acidente de carro interromperia para sempre uma grande e bela amizade.
Tita se vê completamente sozinha no mundo após a precoce morte de Aline. Na escola o sofrimento aumenta porque além de não ter companhia e ser vítima do bullying, Cássia inventa que Tita é lésbica e as perseguições chegam até os ouvidos de Meire, que passa a discriminar a filha, sem dar-lhe chance de explicar o mal entendido. Em alguns momentos o sofrimento de Tita é tanto que ela cogita o suicídio, tudo para não passar mais um ano no mesmo colégio.
Aos poucos a menina alegre e sonhadora dá lugar à adolescente triste e de poucas palavras que ouve pop rock e vive com a cara nos livros, sem amigos, sem namorado, sem mesmo o carinho materno que tanto lhe faz falta. Entretanto, 2001 lhe serve como uma batalha: ser aprovada no teste para o CEP. O terror da Tita é a formatura, pois Cássia e os outros colegas a aporrinham excessivamente, chamando-lhe de gorda (apesar de Tita estar dentro da faixa de peso adequada para estatura e idade), debochando do visual, de tudo. Tita faria o impossível para evitar a viagem a um hotel fazenda após seu aniversário, porém Meire paga fielmente o carnê da agência de viagem e a força a acompanhar os outros colegas.
Para a infelicidade completa de Tita, ela tem de dividir quarto com Cássia e a trupe do inferno. Cássia a impede de dormir nas camas, ainda que tenha espaço para todas, ordenando que a protagonista durma no chão e a trancando no dormitório impedindo-a até mesmo de se alimentar. Fraca e extremamente deprimida, Tita desabafa as amarguras no diário e sem forças para mais nada, desmaia, sendo acordada algum tempo depois por Naná, que sentiu sua falta no refeitório e a abrigou em seu quarto, notando então que Tita era cruelmente discriminada pela turma por ser bonita, inteligente, diferente das outras que apenas imitavam Cássia. A megera, por sua vez, entende errado o envolvimento entre Tita e Naná e a adolescente escapa do linchamento porque um caseiro que mora perto do hotel a salva.
Tita é muito bem tratada pelos caseiros e ganha de presente um lindo filhote de Beagle o qual batiza como Cricri e ele se torna seu melhor amigo. Tita sempre quis ter um cachorro e Meire nunca permitiu por odiar crianças e animais. Voltando da viagem, Tita teme que o cão lhe seja tirado porque mesmo denunciando os maus tratos para a coordenação da escola, nada é feito a respeito e Tita sai com a imagem mais ferida ainda. Horrorizada com os falsos relatos de Cássia, Meire tenta surrar Tita até a morte e Horácio defende a enteada, dando-lhe permissão para ficar com Cricri.
Tita é aprovada no CEP, contudo Meire a faz perder o dia de matrícula de propósito. Em 2002 Tita ingressa no Ensino Médio e completa 15 anos. Ainda não superou a morte de Aline e apesar de ser uma adolescente normal para quem olha de longe, poucos sabem que a alma dela está em frangalhos, que ela já nem sabe mais o que é o amor, o que é ser feliz, sorrir com vontade, ter motivos para ir ao colégio e aguentar tudo. Mantém as notas sempre altas para se livrar mais depressa do `ninho de cobras` em que estuda. Não lhe interessa nem um pouco usar vestido de princesa e ter uma festa como as outras colegas querem e conseguem.
Mesmo contra a vontade, Tita ganha uma festa de debutante e convida os colegas. Os mesmos só comparecem para humilhá-la. Chorando muito, na escadaria do salão, Tita se dá conta de que sua vida é uma farsa e que não há motivos para comemorar.