Fanfics Brasil - Capítulo 3 Doce Silêncio

Fanfic: Doce Silêncio


Capítulo: Capítulo 3

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Erica, grudada em seu celular, já mandava a vigésima mensagem do dia para o namorado e, mais uma vez, não obteve nenhuma resposta.  Junto com Isabele, as duas caminharam por mais de vinte minutos atrás de algum outro restaurante que não fosse o Dingo


- Por que você não quer ir no Dingo? - perguntou Isabele.


- Você não viu? O Victor queria me levar pra almoçar lá. Eu menti, dizendo que iria comer em outro lugar com o Breno. Não estou mais suportando ficar perto do Victor. Ele é muito chato e acha que eu não me toquei que ele está dando em cima de mim - respondeu Erica. 


As duas finalmente encontraram um restaurante chamado Do Valle. Parecia um pouco pior do que o Dingo, mas o preço era similar ao do outro. Sem perder tempo, as duas entraram e se serviram no buffet. 


- Sò isso? - perguntou Isabele, vendo o prato de Erica quase vazio, tendo apenas arroz e alface.


- Você não está vendo que eu estou gorda?


- Para com isso, guria! Só tem mato no seu prato. 


Isabele pegou um pedaço de frango e jogou no prato de Erica. Ela, protestando, voltou a colocar a sobrecoxa de volta no buffet, fazendo uma careta para a outra. 


- Eu vou comer só arroz e alface - retrucou Erica. 


Arranjaram logo um lugar e, antes mesmo de dar a primeira garfada, Erica pegou novamente o seu celular. Isabele, fazendo uma careta, resmungou:


- Para com isso! Espere ele te responder!


- Eu ainda não acredito que ele não viu minhas mensagens! Já passou a manhã toda! Ele nem me deu bom-dia! Só pode ter acontecido alguma coisa! - disse Erica, aflicionada.


- Aff... Aconteceu a mesma coisa na semana passada e ele disse que esqueceu o celular desligado. Tenho certeza de que ele esqueceu de novo. 


- Não... Ele prometeu que ia dar mais atenção para mim... - murmurou Erica, digitando "Estou almoçando. Me liga, Anjo. Por favor. Please, baby.". 


Assim que Erica guardou o celular na bolsa, o aparelho tocou. Quase pulando de susto, a garota, abrindo um sorriso, voltou a pegar o celular, dizendo pra Isabele:


- Viu? Eu não disse que ele ia ligar?


- Também... Com trocentas mensagens na caixa de entrada ele deve ter pensado que você morreu - retrucou a outra, dando uma garfada na carne. 


Erica olhou para o celular e, num segundo, seu sorriso se desfez ao ver o número na tela. Isabele, curiosa,  perguntou:


- O que foi? Não é o eu príncipe encantado?


Erica, sem responde e mais séria, atendeu o celular, dizendo:


- O que foi, Alberto?


Alberto era o nome do padrasto de Erica. Ela nunca foi capaz de chamá-lo de "pai" e nunca gostou dele. 


- Erica! Oi! Quer almoçar com a gente hoje lá no Iguatemi? Nós podemos...


- Não. Estou ocupada. Aliás, já estou almoçando. Ligou muito tarde. Se você soubesse, ao menos, dos meus horários... - retrucou Erica.


Alberto, meio embaraçado, disse sem graça no outro lado da linha:


- Ah... Tudo bem... então... Ok...


- Tchau.


- Que horas você vem pra casa? Podemos ir no cinema com a sua mãe e...


- Não sei. Nem precisa marcar nada porque eu tenho certeza de que eu vou chegar cansada. Tchauzinho - retrucou Erica, desligando o telefone. 


Isabele, olhando para a amiga, disse:


- Nossa... Não precisa ser grossa. 


- Quem disse que eu fui grossa? Eu não disse nada de mais. 


- Eu sei que você odeia o seu padrasto... mas poderia ser mais meiga com ele.


- Não quero falar disso, Isa... - murmurou Erica, dando uma garfada.


De repente, Isabele arregalou os olhos, surpresa, olhando para um dos cantos. 


- Ai meu Deus. Olha quem está almoçando aqui também! - disse Isabele, incrédula. 


Erica olhou para trás e viu Hector, o garoto esquisitinho, sentado numa mesa bem nos fundos do restaurante, sozinho como sempre. Cabisbaixo e melancólico, comia devagar, sem pressa, sem preocupação. 


- Aff... Ele conseguiu estragar o meu dia - resmungou Erica, se levantando.


- O que você vai fazer? Ei! - perguntou Isabele, se levantando também.


- Vou falar com ele, ué. Preciso saber do que ele gosta. Não sei o que eu vou comprar. 


- Mas... ele é o amigo oculto e... tem que ser surpresa, né?


Erica, esboçando um sorriso irônico, retrucou:


- Isa, ele nunca foi meu amigo. Ele não tem amigos. Nem amigos ocultos ele tem. 



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Autor(a): henry_castelo

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