Fanfic: A máscara do amor

Agora estava voltando para sua sala,desviando o olhar dela e suspirando.Pobre
Guilhermo! Se tivesse juízo,largaria esse emprego e procuraria outro,onde pudesse aplicar
seus talentos - o cuidado e o método,a paixão pela rotina, a personalidade calma e paciente...
Neste tipo de emprego seus dons eram totalmente desperdiçados,pois,como Alejandro sempre
jogava na cara deke,precisavam eram de idéias.
- Idéias! Sabe o que estou dizendo? Já teve alguma? Ou está sua cabeça está cheia de
ar?
Alejandro menosprezava Guilhermo porque queria que ele tivesse talento criativo.
Queria que ele fosse alguém com o cérebro sempre fervilhando de idéias novas,alguém rápido
e esperituoso,atirado.Alguém que fosse ,na realidade,como o própio,Alejandro.
Para um homem como Alejandro,que agarrava a vida pela garganta e fazia com ela o que
queria,era fácil encarar alguém como Guilhermo,incapaz de coisas desse tipo.
O telefone tocou e Dulce atendeu,depois continuou a rotina da manhã.Quando viera se
apresentar ao cargo,Alejandro tinha olhado para ela com olhos estreitos e perguntando se já
tinha pensado em ser modelo.
- Seria uma sensação! Quer que marque alguma coisa para você?
- ele dissera.
Dulce tinha recusadi com frieza e isso surpreendeu Alejandro,que na certa achou que
ia pular de alegria ao ter essa chance,Dulce não pretendia explicar seus motivos e Aleajandro
concluiu que era apenas falta de ambição.
Julgando-a apenas pela aparência,não esperou que ela fosse brilhante ou eficiente,e
colocou-a para trabalhar com Guilhermo,achando na certa que ela poderia distrair os clientes
insatisfeitos,mesmo que não executasse o trabalho com perfeição.Mas Dulce tinha sido uma
revelção e surpreendeu Alejandro com seu tino e capacidade de trabalho.
Dulce não se preucupou em explicar que trabalhava assim porque queria provar alguma
coisa a ela mesma.Mudou de vida completamente quando veio para San Juan e trabalhar duro fazia
parte de seus planos.
Guilhermo apareçeu mais tarde para perguntar se queria jantar com ele,Dulce aceitou
só para ver um sorriso no rosto cansado do amigo,que passou o dia todo quebrando a cabeça
com a campanha publicitária da Sanxes. Ele tentava.Pena que não houvesse prêmios para as
tentativas,nesse ramo.A publicidade era um jogo no qual os vencedores ficavam com a glória
e os perdedores só conseguiam olhares severos.
- O que vem em Guilhermo? - Perguntou Maite naquela noite.Estava deitada na cama de
Dulce enquanto ela vestia o macio vestido azul que ia usar para sair com Guilhermo.
Dulce encolheu os ombros.
- Gosto dele.Pode me fechar o zíper, por favor?
Maite fechou e observou o reflexo da amiga no espelho: tinha o rosto oval,onde se
sobressaíam os pequenos mais provocantes olhos castanhos,emoldurados por cílios grandes e
espessos.O queixo arredondado,nariz modesto e boca de lábios finos mais com toque especial
ficava provocante.Sempre se preucupo com os seios,achando-os exagaradamente grandes.Mas era
eles que os homens olhavam mais.Prometia uma sensualidade que combinavam com as curvas
do seu corpo.
- Não consigo entender - comentou Maite - Por que Guilhermo? Pareçe um coelho assustado.
- Talvez eu goste de coelhos. - Gostava de Guilhermo porque ele não criava problemas.
Com ele,não precisava se preocupar com mãos distraídas,nem perde a paciência.Era calmo e gentil,
e podia ser facilmente ser mantido a distância.Mas o único sentimento que despertava nela era
a piedade.Aliás,Dulce não queria sentir nada por ninguém:já tinha sentido demais,pelo resto
da vida.
- Você é fria? - Perguntou Maite com aquela maneira de ir direto ao assunto que lhe
era tão característica.
Dulce riu,e algo em seus olhos fez com que Maite risse também.

Maite ficou penssando nisso,observando-a enquanto verificava seu aspecto.
- Imagino que deve ter lutado contra homens durante anos.
Gostaria de ter esse problema por um dia ou dois!
- É exatamente o tempo que levaria para se cansar - disse Dulce sem expressão. -
Acredite em mim,não é nada divertido,para cada homem interessante ,aparecem cem que dão
vontade de gritar - Levara algum tempo para perceber que sua aparência dava aos homens uma
impressão errada.
A princípio,ficou envaidecida por ter de rejeitar constantemente propostas de certo
tipo.Muitas das moças que conhecia teriam ficado felizes com esse sucesso,teriam se divertido
e aproveitado o que o destino lhes tinham reservado.Mas Dulce era séria demais.Não estava
em busca de um casaco de vison ou de um apartamento luxuoso.Nunca traduziu em palavras o que
procurava - mais nenhum dos homens que a cortejou tinha oferecido o que queria.
- Quantos segredos! - Maite se queixou. - Nunca houve alguém especial?
O rosto de Dulce continuou inexpressivo.
- Todos pensam que são especiais - dissede maneira evasiva desviando o olhar.
Guilhermo chegou exatamente na hora que haviam combinado.Sorriu e disse algumas
palavras gentis para Maite,que evitou um bocejo óbvio demais.Embora Guilhermo fosse bastante
atraente,Maite não tinha o menor interesse por ele.
- Ele me cansa - tinha dito a Dulce,e suas atitudes não procuravam esconder isso.
Enquanto se afastavam,já no carro,Guilhermo olhou para Dulce intensamente.
- Vamos celebrar.
- É mesmo? Celebrar o quê? - Ela ficou surpresa,arregalando os olhos castanhos quando
olhou para ele.
- Nada - disse Guilhermo. - Qualquer coisa estou cansado de ser o "coitado"...
Ela riu e olhou para ele com amizade e pena,que eram os sentimentos mais fortes que
nutria por ele.Guilhermo despertava nela o instinto maternal.Devia acontecer o mesmo com a
irmã e provalmente,com muitas outras mulheres.Aliás,para Guilhermo,as mulheres se dividiam
em duas categorias: as que se preucapvam com ele e as que o desprezavam...
- Que idéia brilhante! - disse Dulce - Quem disse que você não tem charme? Vamos
celebrar, sim! Só precisamos é de um motivo.
- Sua volta ao trabalho - disse ele,olhando para o lado. - vale a pena celebrarmos
isso.
Falavam sem expressão ,como de hábito.E suas maneiras jamais determinavam o impacto
que queria dar. O tom suava e hesitante de sua voz,a timidez ao falr,a falta de brilho e o
eterno ar de desculpa o tornavam de certa forma uma sombra do que poderia ser se sua natureza
fosse diferente.Guilhermo era alto e elegante,tinha cabelo claro e olhos de um azul apagado.
Mas suas feições eram regulares e atraentes.
Não era muito sexy e Dulce tinha pela conciência disso.Servia perfeitamente para ela.
Algumas veze se perguntava se Guilhermo já teria tido uma paixão,mas não tinha vontade alguma
de descobri.Nunca se sabe o tipo de gênio que sai de uma garrafa,quando se lida com o ego de
um homem.E não pretendia que Guilhermo mudasse.
- Onde vamos? - perguntou,enquanto o observava desviar de um carro-esporte que tentava
corta sua frente.
- Consegui uma mesa no Culinary Delights. - Olhou para Dulce com uma expressão
complacente.Era dificil conseguir uma mesa num dos restaurantes mais "fechados" da cidade.
O Delights tinha fama de possui uma clientela finíssima.Se o nome não estivesse na lista de
pessoas mais desejáveis,simplismente respondiam,com muita cortesia,que a casa estava lotada.
Não bastava chegar e entrar.Era preciso ter uma reserva e,para consegui-la,era necessária a
indicação de alguém.
- Como conseguiu? - perguntou com ar surpreso.Mas já tinha descoberto.Um dos
executivos da firma conseguira a conta de Don Rafael quando abriram a afilial no México.
Guilhermo devia ter mexido seus pauzinhos.Tinha sorte,porque se ele tivesse pegado a conta
jamais conseguiria uma mesa no restaurante.
Guilhermo levou algum tempo para explica o que tinha acontecido.Tinha por hábito
desvia do assunto principal da converssa,enveredando por assuntos paralelos,mas era
impossível dizer isso a ele sem feri-lo.Perdia completamente o fio da meada quando era
interrompido.
Dulce sorriu enquanto escutava e observava.Era um alívio estar com ele depois de
certas experiências passadas.Guilhermo gostava de sair com ela por dois motivos e Dulce
conhecia os dois.Ficava encatado com os olhares de inveja que recebia dos outros homens;
fazia bem para seu ego ser visto com ela.Além disso,apreciava a gentileza dela e a ausência
de críticas.Outras moças achavam sua voz lenta e seu comportamento correto demais,irritante.
Ambos estavam fugindo da realidade,pensou Dulce.Perguntou-se Guilhermo já teria
tentado descobri os motivos que a levaram a sair com ele.Servia de escudo para ela,mantendo
os homens a distãncia masacrando sua hostilidade pelo sexo masculino.Para Guilhermo,ela era
um trófeu que melhorava sua imagem a seus própios olhos,e aos dos outros homens do escritório.
O própio Alejandro chegou a comentar com rispidez os encontros dos dois.
- Você é louca? Ele é chato como um dia de chuva.Não podia encontrar alguém mais
interessante?
Dulce tinha olhado para ele com frieza.
- Estou muito bem assim ;obrigado pelo interesse.
Os olhos amarelados de Alejandro examinarm o rosto atraente.
- Moça engraçada. - Estava curioso a respeito dela e não fazia esforços para esconder.
Sua aparência deslumbrante deveria torná-la ambiciosa,de alguma forma.Aejandro achava estranho
que o efeito fosse o contrário.Dulce resistiria a todas as tentativas que ele tinha feito
para falar de seu passado.Para ele,Dulce era um enigma que morria de vontade decifrar.
O Delights ficava num lugar discreto, no centro de San Juan.Depois de atravessarem
o centro,com grande dificuldade,caminharam por ruas quietas que,durante o dia,ficavam
abarrotadas de carros e pessoas.
O restaurante estava cheio ,mas não parecia.Sua maior atração era a intimidade que
conseguiam dar ás mesas,francamente iluminadas por uma luz suave e rosada que as fechava
num mundo particular,excluindo tdos,a não ser os garçons silenciosos que iam e vinham pela
sala.