Fanfic: Coração Eterno♥ {A&A}♥ (Finalizada)
Capítulo 2
Sorte que o dia seguinte era sábado, pois após a noite horrível que passara, alternadamente, chorando e olhando para o teto, Anahí dormiu até tarde e levantou ainda se sentindo cansada, com as pálpebras pesadas e os movimentos letárgicos. Esforçou-se para fazer as tarefas rotineiras e à tarde aninhou-se no sofá, exausta demais e sem vontade de fazer qualquer outra coisa. Precisava comprar mantimentos, mas simplesmente não podia enfrentar tamanha chatice. Um inventário mental rápido nos armários lhe garantiu que não passaria fome, pelo menos não durante uns dois dias.
A campainha tocou e ela se ergueu, atendendo ao chamado sem pensar em nada. Assim que abriu a porta e se deparou com Alfonso, um sentimento de desespero desabou sobre seus ombros. Por que ele não pôde esperar até segunda-feira? Teria se recuperado até lá e não estaria em tão terrível desvantagem. Sequer podia contar com o conforto de estar vestida adequadamente. Os cabelos longos caiam-lhe livres sobre as costas. A calça jeans era velha, justa e desbotada e a blusa enorme com certeza revelava o fato de que possuía seios pequenos demais. Anahí lutou contra o desejo de cruzar os braços sobre o tórax protetoramente, mesmo quando os olhos dele começaram a inspecioná-la desde os pés, envolvidos em meias azuis, até a face desprovida de qualquer traço de maquiagem.
— Não vai me mandar entrar — perguntou ele, a voz ainda mais grave que o habitual.
Anahí não proferiu um convite verbal. Não foi capaz. Em vez disso, se afastou e abriu a porta. Alfonso passou por ela e entrou na sala. Usava um traje informal, calça comprida cor de bronze e um pulôver azul, mas ainda a fazia se sentir como algo encontrado no depósito de lixo da cidade.
— Sente-se — disse ela, finalmente controlando a voz o bastante para falar. Alfonso se sentou no sofá e ela se acomodou em uma imensa poltrona em frente a ele, incapaz de entabular uma conversa, apenas esperando que ele falasse para quebrar a tensão.
Alfonso não percebera qualquer tensão. Ficara surpreso demais com a aparência de Anahí e estava tendo dificuldade para lidar com aquele aspecto novo e surpreendente do caráter dela. Esperava vê-la vestida com sapatos de saltos altos, calças pretas macias e brilhantes e blusa de seda, a habitual frieza como uma barreira entre eles. Em vez disso parecia bastante jovial, relaxada e muito sensual naquelas roupas velhas e confortáveis. Possuía uma graça polida e aristocrática que lhe tornava possível usar qualquer coisa, até mesmo uma camisa de futebol americano velha, com uma elegância casual. Sabia que ela e Dulce eram da mesma idade, logo Anahí tinha 33 anos, mas havia um frescor naquela face nua que a fazia aparentar uns 10 anos a menos. Era daquele modo que sempre imaginara vê-la, ou pelo menos com algo diferente. A estabilidade remota que esperara havia desaparecido e ele percebeu que a tinha em desvantagem. Com um olhar de apreciação, examinou-a novamente, demorando-se nos contornos dos seios sob o tecido da blusa e, para sua surpresa e para intensificar ainda mais o seu desejo, um rubor morno aqueceu as faces delicadas de Anahí.
— Sinto muito por ontem à noite — disse de repente. — Pelo menos, sobre o que eu disse. Não me arrependo de tê-la beijado ou por quase ter ido para cama com você.
Anahí desviou o olhar, incapaz de encará-lo.
— Eu entendo. Ambos estávamos...
— Transtornados. Eu sei. — Seus lábios se curvaram num breve sorriso ao interrompê-la. —- Mas transtornado ou não, eu a beijei a segunda vez porque quis beijá-la. Senti vontade de vê-la, de convidá-la para jantar, se puder me perdoar pelo que eu disse.
Anahí umedeceu os lábios. Parte dela desejava se agarrar àquela oportunidade, qualquer oportunidade de passar algum tempo com ele, mas a outra estava cautelosa, com medo de ser ferida.
— Não acho que seja uma boa ideia — disse por fim, libertando as palavras presas na garganta seca. — Dulce... Dulce sempre estará na minha mente.
Os olhos dele escureceram com a dor que os assaltou.
— E na minha. Mas não posso deitar e morrer com ela. Tenho que continuar vivendo. Sinto atração por você e um dia lhe contarei como sempre me senti. — Ele deslizou uma mão agitada pelos cabelos escuros, agitando as mechas que normalmente lhe caíam sobre a testa. — Inferno, não sei — disparou confuso. — Mas ontem à noite, pela primeira vez, consegui falar sobre eles. Você os conheceu e entende. Estava tudo preso dentro de mim e com você pude falar. Por favor, Anahí, você era amiga de Dulce. Agora seja minha amiga.
Respirando fundo, ela o encarou dolorosamente. Que ironia do destino, o homem que ela amara durante anos vir procurá-la, implorando sua amizade, porque sentia que podia conversar com ela sobre a esposa morta. Pela primeira vez se ressentiu com Dulce, com o laço com que ela envolvera Alfonso que não se soltava nem mesmo após a sua morte. Mas como podia lhe dizer não, quando ele a encarava com as feições contraídas de desespero? Como podia dizer não a qualquer coisa que ele lhe pedisse? A verdade nua e crua é que não conseguia lhe negar coisa alguma.
— Certo — sussurrou ela.
Alfonso se sentou por um momento. Então, as palavras dela penetraram em sua mente e ele fechou os olhos, aliviado. E se ela tivesse recusado? De uma maneira que não podia compreender, se tornara vital para ele que Anahí não o repelisse. Era seu último elo com Dulce e, além disso, na noite anterior, finalmente conseguira romper o gelo que a cercava, descobrindo que ela não era tão fria assim. E queria fazer isso novamente. O pensamento de excitá-la mexeu com a sua respiração e fez seus quadris enrijecerem.
Para dispersar o desejo crescente, deu uma olhada ao redor do apartamento e voltou a ficar surpreso. Não havia vidros ou cromados, apenas texturas confortáveis e cores relaxantes. A mobília era toda robusta e repleta de estofados, um convite ao repouso de um corpo cansado. De repente, sentiu uma imensa vontade de se estirar no sofá, que era longo o bastante para acomodar suas longas pernas e assistir a um jogo de beisebol na televisão, comendo pipoca salgada, com uma lata de cerveja gelada na mão. A sala era assim, calma e confortável. Era ali que Anahí libertava os cabelos, literalmente, pensou, contemplando, deleitado, os longos cabelos loiros soltos sobre as costas dela. Quando os torcia no coque formal, que usava no trabalho subjugava todos os cachos, mas agora podia ver que não eram tão lisos assim, as pontas tendiam a enrolar. Era surpreendentemente loira.
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— Gosto desta sala — disse ele, fitando-a. Anahí olhou nervosa ao redor, ciente do quanto de si era revelado pela atmosfera que havia criado para a sua toca particular. Montara uma casa que lhe proporcionava o calor e a segurança que sempre almejara durante toda a vida. Crescera em uma casa provida de conforto físico, porém deixava a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 116
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isajuje Postado em 18/05/2013 - 22:12:07
Sim, essa web foi demais mesmo! Li ela toda esses dias. Gostei muito e está em uma das melhores de que eu já li. Amei *u*
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elizacwb Postado em 26/12/2012 - 11:02:37
essa web foi linda demais, adorei a final, lindossss
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aleaya_ Postado em 21/12/2012 - 23:54:07
ameii o final, espero q escreva outra Logo !!!
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alessandrabp Postado em 20/12/2012 - 21:38:01
Adooooooooorei! Você é um ÓTIMA escritora e espero ter a oportunidade de ler outras webs sua.
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elizacwb Postado em 20/12/2012 - 13:57:43
Posta mais por favor
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aleaya_ Postado em 19/12/2012 - 00:08:21
putz, q Web , vada dia q passa tenho mais vontade de ler e ler mais!!! Posta mais Por favorzinho com açucar???
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traumadarbd Postado em 18/12/2012 - 09:43:52
amei essa web, boa demais
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traumadarbd Postado em 18/12/2012 - 09:43:34
amei essa web, boa demais
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elizacwb Postado em 18/12/2012 - 09:42:22
essa web é simplesmente fantástica, caramba que historia triste e linda ao mmo tempo.amei os personagens,principalmente o dereck e o max (mto fofos com a annie) até chorei qdo o dereck disse q iria ser médico (obstetra) :) e qdo o alfonso assumiu que ama ela, q lindoooooo
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elizacwb Postado em 18/12/2012 - 09:42:11
essa web é simplesmente fantástica, caramba que historia triste e linda ao mmo tempo.amei os personagens,principalmente o dereck e o max (mto fofos com a annie) até chorei qdo o dereck disse q iria ser médico (obstetra) :) e qdo o alfonso assumiu que ama ela, q lindoooooo