Obrigada por sempre comentarem aleaya e aoliveira *-*
— Faça o que quiser, contanto que seja o que realmente queira fazer. Se quiser ficar na Spencer-Nyle, usarei da minha influência para mantê-la lá.
— Acho que ficarei mais feliz fora da rotina do escritório. Trabalho nisso há muito tempo e estou preparada para uma mudança.
Após um momento, um riso perverso curvou os cantos da boca de Alfonso .
— Isso realmente vai deixar o Max louco.
— Alfonso ! — Sem poder se conter, Anahí sacudiu a cabeça e riu também. — Que pensamento diabólico! Você me pediu em casamento só para obrigar o Max a arrumar uma nova secretária?
— Não, mas isso veio a calhar.
— Você não gosta dele? Alfonso ergueu as sobrancelhas.
— Gosto muito. Ele é um excelente executivo. Gostar do trabalho dele é uma coisa, mas o modo como ele olha para você é outra completamente diferente.
Anahí decidiu que de fato devia um grande favor a Max se seu interesse por ela despertara a possessividade em Alfonso que acabara resultando na noite anterior. Enquanto acabava de fritar os ovos, lançava olhares a Alfonso , sentindo arrepios de emoção o tempo todo. Trabalhavam tão bem juntos, aquele podia ser o centésimo café da manhã que compartilhavam em vez do primeiro. Só esperava que aquele primeiro café da manhã fosse um indício de quão suave a vida de casados poderia ser. Não o pressionaria, mas esperava com todas as fibras do seu ser poder ensiná-lo a amar novamente.
Falar com Max na segunda-feira da manhã seguinte, não fora uma das tarefas mais fáceis que ela fizera na vida. A princípio, ele não acreditou. Então ficou furioso ao perceber que ela de fato estava se demitindo.
— Aquele tirano fez de propósito — resmungou, caminhando de um lado para o outro no escritório, tão irritado que os olhos vivazes cintilavam. A raiva irradiava do seu corpo como faíscas de eletricidade. — Ele sabe que se você me deixar vou ficar completamente perdido.
— Obrigada — Anahí disse secamente. — Não posso lhe dizer o quanto isto me faz acreditar que Alfonso só me pediu em casamento para transtornar a sua rotina.
Max estacou, encarando-a e seus olhos suavizaram.
— Eu merecia um pontapé no traseiro — admitiu arrependido. — Ignore-me, meu bem. Estou mordido, porque ele venceu a corrida e eu fiquei na linha de largada. Que vergonha.
Anahí riu, porque a imagem de Max se lastimando por causa dela era absurda demais. Um homem sofisticado da cabeça à ponta dos pés, que todas as mulheres da empresa dariam tudo para ter uma chance com ele... Todas, menos ela. Max a observou enquanto ela ria, a face iluminada por aquele brilho interior que o fascinava toda vez que o via. Como se atraído pelo seu suave calor, aproximou-se, um pouco triste porque aquele brilho não era por ele e Anahí jamais enfeitaria a sua vida como frequentemente imaginara.
— Se ele a fizer infeliz, sabe onde me procurar — murmurou, afagando a face acetinada com o dedo indicador. — Cuide-se, meu bem. Sob a imagem de um executivo controlado Alfonso é um lobo e você apenas um cordeirinho inocente. Não o deixe fazê-la de almoço.
Max não declarou o óbvio, que Alfonso não a amava, mas ela sabia que o pensamento estava na mente dele. Era um homem observador o bastante para perceber atitudes que vinham da libido, não da emoção.
— Você sabe o que está fazendo? — perguntou preocupado.
— Sim, claro. Eu o amo há muito tempo.
— Ele sabe? — Anahí sacudiu a cabeça, negando. — Então não lhe conte nada. Faça-o lutar pelo seu amor. Ele lhe dará mais valor. — Um olhar astuto cruzou sua expressão. — Por que será tenho o pressentimento que o cordeiro vai levar a melhor sobre o lobo?
— Não sei, mas espero que esteja certo. Não sabe o quanto.
— Apenas se lembre que se não der certo, não precisa ficar se lamentando. Estarei aqui se precisar de mim. Tenho uma fantasia — meditou Max. — Bem simples. Fantasio em levá-la comigo para a Inglaterra, nos casarmos na antiga igrejinha de pedra, onde minha família tem se casado há mais gerações que eu possa contar, e termos um monte de filhos. Fazer herdeiros seria minha ocupação favorita.
Anahí riu novamente, ruborizando-se e parte dela desejou ter se apaixonado por Max. Seu amor estaria seguro com ele. Mas em vez disso entregara o coração a um homem martirizado pelo passado, um homem que queria o seu corpo e a sua companhia, mas não a riqueza do amor que existia dentro dela.
— Posso lhe dar um beijo? — perguntou ele, os dedos escorregando pela face dela até o queixo, forçando-a a encará-lo. — Só uma vez e pAlfonso to nunca mais voltar a pedir... enquanto você estiver com Alfonso .
Olhando aqueles pecaminosos olhos turquesa, Anahí sabia que ele não tinha em mente um simples beijo de adeus. Queria beijá-la com paixão, com todo o ardor do seu corpo viril. Sabia muito bem que Max não estava apaixonado por ela, mas também sabia, assim como ele, que as coisas seriam diferentes se pudessem se casar. Apenas haviam se conhecido tarde demais. Saber que poderia amá-lo para sempre e nunca mais se interessar por outro homem, se não tivesse conhecido Alfonso primeiro, a deixou um pouco triste e feliz ao mesmo tempo.
— Sim, um beijo de adeus — concordou e se ergueu nas pontas dos pés para lhe oferecer a boca.
No exato momento em que seus lábios se tocaram, Anahí ouviu a porta se abrir. Sabia que Max ouvira também, mas ele não se afastou. Com sua personalidade diabólica, em vez disso, puxou-a mais para si, mesmo quando ela enrijeceu de encontro ao seu corpo, envolvendo-a no calor dos seus braços. Então, beijou-a profundamente, a língua deslizando sobre a dela, explorando, saboreando o seu gosto. Todos os nervos do corpo de Anahí vibravam, avisando-a de que era Alfonso que acabara de entrar, mas se viu totalmente desamparada nos abraço de Max. Sob aquela constituição esbelta e elegante havia músculos de aço. Por fim, ele afastou a boca e ela ofegou, presa nos braços dele. Max olhou para a porta e se deparou com os olhos escuros de Alfonso , um sorriso brilhante iluminou seu rosto.